quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Registrada as primeiras imagens do cometa Tempel 1

A sonda da NASA Stardust enviou suas primeiras imagens do cometa Tempel 1, o alvo do sobrevoo planejado para o dia 14 de Fevereiro de 2011.
primeiras imagens do cometa Tempel 1
© NASA/Stardust (primeiras imagens do cometa Tempel 1)
As imagens foram feitas em 18 e 19 de Janeiro de 2011 a uma distância de 26,3 milhões de quilômetros e a 25,4 milhões de quilômetros respectivamente. Em 14 de Fevereiro de 2011, a sonda Stardust passará a aproximadamente 200 quilômetros do núcleo do cometa. No Brasil ocorrerá as 01h:40 do dia 15 de Fevereiro de 2011.
“Essa é a primeira de muitas imagens que faremos do cometa Tempel 1”, disse Joe Veverka, pesquisador principal da missão da NASA Stardust-NExT da Cornell University, em Ithaca, N.Y.
Encontrar algo tão pequeno e rápido como um cometa na vastidão do espaço sempre é um desafio.
A imagem composta é uma combinação de algumas imagens feitas pela câmera de navegação da Stardust. Futuras imagens serão usadas para ajudar os navegadores a refinarem a trajetória da Stardust, ou o voo de passagem, isso acontecerá quando a distância entre a sonda e o cometa for de aproximadamente 950.000 quilômetros. Na noite do encontro, a câmera de navegação será usada para adquirir 72 imagens de alta resolução das feições que constituem a superfície do cometa. Os cientistas da missão Stardust-NExT usarão essas imagens para ver como a superfície do cometa Tempel 1 tem mudado nos últimos cinco anos e meio. Isso porque o Tempel 1 já foi visitado em Julho de 2005 por outra sonda da NASA, a missão Deep Impact.
Lançada em 7 de Fevereiro de 1999, a Stardust tornou-se a primeira sonda na história a coletar amostras de um cometa, o Wild 2 e enviá-las a Terra para estudo. Enquanto uma cápsula trazia as amostras para a Terra com paraquedas em Janeiro de 2006, os controladores da missão fizeram o esforço para colocar a sonda no caminho do cometa o que permitiria a NASA ter a oportunidade para reutilizar os já provados sistemas de voo. Em Janeiro de 2007, a NASA rebatizou a missão, chamando-a de Stardust-NExT (New Exploration Tempel), e a equipe da Stardust começou uma jornada de quatro anos e meio até que a sonda encontre o Tempel 1.
A sonda Stardust-NExT também medirá a composição, o tamanho da distribuição e o fluxo de poeira emitida na coma, e fornecerá novas informações importantes sobre como os cometas da família Júpiter se desenvolvem e como eles se formaram há 4,6 bilhões de anos.
Fonte:  NASA

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Enxame de cometas

No período de 13 a 22 de dezembro de 2010 o SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) descobriu que 25 cometas mergulharam no Sol. A imagem abaixo mostra o momento exato da colisão de um cometa com o Sol no dia 20 de dezembro de 2010.
cometa sendo capturado pelo Sol
© SOHO (cometa sendo capturado pelo Sol)
O SOHO constantemente observa cometas se desintegrando na superfície solar, mas vários cometas num curto período de tempo é um fato sem precedentes.
O coronógrafo da sonda produz um eclipse artificial possibilitando identificar este cometas considerados pequenos da classe de 10 m.
Será que algum cometa maior está por vir?
cometa Ikeya Seki
© Roger Lynds (cometa Ikeya-Seki)
Por exemplo, em 1965 o cometa Ikeya-Seki, descoberto por dois astrônomos amadores japoneses que lhe deram o nome: Kaoru Ikeya e Tsutomu Seki, cujo núcleo era de 5 Km de diâmetro. O cometa aproximou-se do Sol em 21 de outubro de 1965, quando penetrou na incandescente coroa solar, passando somente a 465.000 km da superfície deste astro.
Naquela ocasião, o núcleo cometário já apresentava uma esplendida coma e uma espetacular cauda, nas quais a análise espectroscópica tinha determinado os componentes voláteis típicos dos cometas, atingindo as temperaturas de fusão dos metais; a análise também revelou as bandas do ferro e do níquel.
Segundo o saudoso astrônomo americano Brian G. Marsden, que reconstruiu a passagem do Ikeya-Seki, mencionou que este cometa veio de um longínquo ascendente que em 1106 se aproximou tanto do Sol que teve seu núcleo partido em dois. Um destes dois fragmentos teria dado vida ao Grande Cometa de setembro de 1882; também este passou muito perto do Sol e posteriormente se dividiu em duas partes. O segundo fragmento teria originado precisamente o Ikeya-Seki, dividindo-se em duas partes. Destas, uma deverá voltar, segundo seus cálculos, após uma longa viagem ao redor do Sol, no ano de 2.843; sendo que a outra parte retornará em 3020.
Os cometas que, como o Ikeya-Seki, passam tão próximo do Sol e se dividem em duas ou mais partes, formam uma família que, em homenagem ao astrônomo Heinrich Kreutz que os classificou, recebem o nome de grupo de Kreutz. Do mesmo modo tomam parte deste grupo os cometas que passam tão perto do Sol que são completamente destruídos ou que caem para dentro dele. O primeiro acontecimento deste tipo foi observado e documentado pela primmeira vez em 30 de agosto de 1979 por um satélite militar americano, o P 78-1, que graças a um coronógrafo que levava a bordo, registrou um cometa que caiu no Sol.
Os pesquisadores Zdenek Sekanina e Paul Chodas do JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA modelaram a fragmentação do progenitor de Kreutz, e em 2007 num artigo do Astrophysical  Journal foi sugerido que pedaços maiores estavam a caminho.
Fique de olho no SOHO!
Fonte:  NASA e ESA