terça-feira, 27 de setembro de 2011

O cometa Elenin não foi captado pelo SOHO

O coronógrafo do telescópio espacial Soho captou imagens que não revelaram qualquer fragmento remanescente do cometa C/2010 X1 Elenin.
imagem do coronógrafo LASCO 3 do SOHO
© NASA/ESA (imagem do coronógrafo LASCO 3 do SOHO)
A previsão era que não resistiria à passagem periélica, que ocorreu no dia 10 de setembro. Em outra ocasião alertei sobre a possibilidade de ruptura e desintegração do cometa Elenin. Apesar de não ser observado pelo coronógrafo, as imagens captadas não podem ser consideradas como prova definitiva para considerar o cometa desintegrado. O motivo é que o limite de brilho para ser detectado pelo coronógrafo Lasco C3 é de 7.0. Assim, se os fragmentos remanescentes forem muito pequenos certamente não poderão ser observados.
A imagem acima foi feita pelo instrumento Lasco C3 às 07h06 UT de 27 de setembro de 2011. Na cena é possível observar diversas estrelas usadas como referência na busca pelo cometa. O pequeno ponto próximo da região provável da localização do cometa é a estrela 13 Vir, de magnitude visual 6, já praticamente obscurecida na imagem do coronógrafo. A área delimitada mostra a posição em que o cometa C/2010 X1 Elenin deveria ser observado no instante da foto.
No momento, as observações visuais de Elenin permanecem bastante prejudicadas devido à proximidade com o Sol. Somente a partir de 8 de outubro ao amanhecer no quadrante leste, os possíveis fragmentos do cometa poderão ser vistos através de telescópios óticos. Será que ele sobreviveu?
Fonte: NASA e Cometas Blog

sábado, 10 de setembro de 2011

Radiotelescópio analisa o cometa Elenin

O astrônomo Amy Lovel utilizando o radiotelescópio Green Bank no dia 7 de setembro não detectou qualquer água proveniente do material remanescente do cometa Elenin.
Green Bank Telescope
© NRAO (Green Bank Telescope)
Os dados coletados mostraram que não foram detectadas linhas espectrais acima do ruído de fundo de 2,4 mJy (milijansky = W/m².Hz) na frequência do hidrogênio (H) em 1.420 mHz ou do radical hidroxila (OH) em 1.720 Mhz, que em condições adequadas, possibilita a formação da água (H2O) através da união com átomos de hidrogênio.
Isso coloca um limite de 107 moléculas/segundo sobre a taxa de produção de gás, que é cerca de 100 vezes menor do que as previsões anteriores, justificando a diminuição do brilho e posibilitando confirmar o processo de rompimento do núcleo do cometa.
O cometa Elenin ou seus fragmentos atingiu o periélio (menor aproximação do Sol) neste sábado (10/09), às 13h15 (horário de Brasília), quando o cometa chegou a 70 milhões de km de distância da estrela.
Atualmente, devido à proximidade visual com o Sol as observações estão bastante desfavorecidas para que possam comprovar visualmente a desintegração.
O cometa Elenin entrará no no campo visual do coronógrafo do telescópio solar Soho no próximo dia 23 de setembro.
Em outubro estão programadas sessões de observação através do radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, se restar alguma coisa do cometa.
Fonte: SpaceObs

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O cometa Garradd e o asterimo do Cabide

Vagando pelo céu noturno da Terra, no último final de semana o cometa Garradd, ou C/2009 P1, visitou esse interessante campo de estrelas ao longo da Via Láctea na constelação de Vulpecula.
cometa Garradd e o asterismo do Cabide
© Rogelio Bernal Andreo (cometa Garradd e o asterismo do Cabide)
Orientado de maneira sugestiva, a paisagem estelar colorida apresenta as estrelas do asterismo conhecido como Cabide, com a cauda do cometa apontando na direção sudeste. Também conhecido como aglomerado de Al Sufi, o Cabide propriamente dito é só um alinhamento curioso de estrelas e não um aglomerado de estrelas relacionadas. Porém, na mesma imagem, um pouco a direita do Cabide e perto da borda da foto, está o aglomerado aberto de estrelas NGC 6802. Abaixo ainda da visibilidade a olho nu, mas se aproximando da magnitude 7, em brilho, o cometa Garradd é um excelente alvo para binóculos e telescópios de pequeno porte. Durante essa semana com o céu noturno iluminado pela Lua, a sua identificação fica ainda mais complicada de ser realizada.
Fonte: NASA

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cometa Elenin: a perspectiva final

Como havia dito no final do mês passado, o cometa C/2010 X1 (Elenin) apresentava a possibilidade de se desintegrar. De acordo com seu descobridor, o russo Leonid Elenin, o cometa já iniciou o processo irreversível de ruptura.
gráfico da distância periélica x magnitude absoluta
© L. Elenin (gráfico da distância periélica x magnitude absoluta)
O gráfico acima mostra uma seleção de dez cometas que se aproximaram do Sol a menos de 0,5 UA (75 milhões de quilômetros do Sol).
Os cometas vistos no gráfico, baseado na magnitude e distância, que estão à esquerda da linha vermelha se romperam antes de alcançar o periélio enquanto que aqueles à direita estão numa área considerada segura.
O gráfico foi obtido através do modelo criado pelo astrônomo J. Bortle que tem precisão para estimar a possibilidade de rompimento destes cometas. O cometa Elenin plotado em amarelo no gráfico indica quando sua magnitude é estimada através de observações visuais e em azul quando se usa a magnitude informada pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da NASA.
Agora é absolutamente claro que a queda de brilho do cometa, observado pela primeira vez por Michael Mattiazzo em 20 de agosto, não foi mera coincidência. Seu pseudo-núcleo tornou-se difuso e estendido, e depois desapareceu completamente. Em imagens a partir de 1 de setembro na coma do cometa não havia vestígios de condensação, e isso significava que o cometa já tinha quebrado em pedaços bem pequenos, com um tamanho máximo de não mais de uma centena de metros.
Tal rompimento de um pequeno cometa passando perto do Sol não é raro. Mesmo se partindo, os inúmeros fragmentos deverão prosseguir na órbita anteriormente calculada, ao mesmo tempo que os pedaços maiores continuarão a se quebrar. A ruptura de um cometa de longo período razoavelmente perto da Terra (em uma escala do Sistema Solar) é um evento bastante raro. Durante esse rompimento podemos ver o interior do cometa para compreender melhor sua estrutura e composição.
O seu periélio será no dia 10 de setembro, e em 23 de setembro, quando o cometa apareçer no campo de visão do coronógrafo do SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) será possível verificar o seu estado. Qualquer resultado vai nos dizer o que podemos esperar no no perigeu que será no dia 16 de outubro.
O final desta história está perto ...
Fonte: SpaceObs