terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É possível existir água no cometa La Sagra

É possível haver água igual à existente na Terra no cometa P/2010 R2, também conhecido como La Sagra, que foi descoberto em setembro de 2010 pelo Observatório Astronômico de Mallorca (OAM), na Espanha.

cometa P 2010 R2

© Bernhard Haeusler (cometa P/2010 R2)

A conclusão foi anunciada por 39 cientistas de 18 centros de investigação e universidades de vários países que têm participado de um intenso programa de rastreamento do cometa.
O cometa La Sagra pertence a uma rara categoria de cometas, os MBC (Main Belt Comets), que contêm materiais da formação do Sistema Solar e dos quais só se conhecem outros cinco cometas.
Além da evidência sobre a potencial existência de água, o estudo mostra a estabilidade da atividade do cometa, que tem mais de 100 milhões de anos.
Segundo o observatório, a importância do cometa P/2010 R2 está na composição química e isotópica de seu gelo aprisionado e gases nobres para ser comparados com a água do mar terrestre.
A informação obtida poderia revelar a origem da vida na Terra, razão pela qual os raros cometas MBC são objeto de uma intensa corrente de pesquisa que pode implicar alguma missão espacial para estudar localmente estes tipos de corpos celestes.

cometa La Sagra

©  Pan-STARRS (cometa La Sagra)

No trabalho de investigação internacional sobre o cometa La Sagra, participam os grandes telescópios Pan-STARRS e Faulkes North de Haleakala, Gemini e Keck em Mauna Kea (Havaí), o telescópio dinamarquês de La Silla (Chile) e o telescópio Isaac Newton em La Palma (Ilhas Canárias).

Fonte: La Sagra Sky Survey

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy sobrevive!

Não era esperado que o cometa C/2011 W3 (Lovejoy) sobrevivesse ao seu encontro com o Sol, como ocorre com a maioria dos cometas rasantes solar (Sungrazing).

animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica

© SOHO (animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica)

Mas ele sobreviveu. A animação acima mostra a passagem do cometa pelo Sol, desde a sua aproximação até o reaparecimento de seu núcleo do outro lado do Sol. A sequência de imagens foram obtidas através do coronógrafo a bordo da sonda SOHO e pode-se identificar a parte remanescente da cauda do cometa, com a brilhante cabeça do mesmo emergindo do outro lado do Sol no dia 16 de Dezembro de 2011. A posição do Sol, atrás do disco que está ocultando o cometa, é indicada pelo círculo branco. Separada da cauda, a coma do cometa Lovejoy é tão brilhante que satura os pixels da câmera, criando assim as estrias horizontais. Com base em suas órbitas, acredita-se que os cometas rasantes ao Sol pertençam à família de cometas Kreutz, ou seja, são cometas criados a partir de sucessivas rupturas ocorridas com um único grande cometa que passou bem perto do Sol no século XII. Estima-se que o cometa esteja a uma distância de 120.000 quilômetros da superfície do Sol e provavelmente tenha um núcleo cometário enorme para ter sobrevivido a esse encontro  durante o seu periélio.

Fonte: NASA e ESA

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy corre risco de vida

Em 27 de novembro de 2011, o cometa C/2011-W3 (Lovejoy) do grupo Kreutz foi descoberto.

cometa Lovejoy no campo de visão do SOHO LASCO C3

© SOHO (cometa Lovejoy no campo de visão da LASCO C3)

O satélite SOHO descobre esses objetos em média a cada três dias, mas este foi descoberto a partir de um telescópio terrestre. O cometa C/2011 W3 está sendo captado pelas sondas SOHO e STEREO.
É uma conquista significativa para o astrônomo australiano Terry Lovejoy, que além de ser um dos pioneiros da descoberta de cometas SOHO através da internet, agora pode reivindicar ser a primeira pessoa a descobrir um cometa rasante ao Sol tanto em solo como através de telescópios espaciais!
Tradicionalmente, e com raras excessões, descobertas em solo de cometas do grupo Kreutz têm proporcionado cometas brilhantes. Muito brilhante!

cometa Ikeya-Seki

© Roger Lynds (cometa Ikeya-Seki)

Em 1965, o cometa Ikeya-Seki foi tão brilhante, que poderia ser visto a olho nu antes da passagem periélica, bloqueando o Sol com a mão. Em 1970 o cometa C/1970 K1 White-Ortiz-Bolleli tinha sido o último a ser observado em solo do grupo Kreutz, porém após a passagem perélica.

cometa White-Ortiz-Bolelli

© ESO (C/1970 K1 White-Ortiz-Bolelli)

Segundo informou Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval e detentor do excelente site Sungrazing Comets, o cometa mantem-se íntegro e com brilho o tempo todo. Atualmente com cerca de magnitude 1, o cometa Lovejoy agora está muito perto do Sol para ser visto da Terra. Os cometas rasantes ao Sol tipicamente brilham dramaticamente durante as várias horas antes do periélio. Previsões variam, mas é seguro dizer que provavelmente irá brilhar quase tão brilhante quanto ao planeta Vênus (magnitude -4).

O cometa Lovejoy realmente adquire velocidade de um milhão de quilômetros por hora na quinta-feira quando realiza uma trajetória rasante em torno do Sol.

Ninguém tem certeza se o cometa vai sobreviver ao seu encontro muito próximo com o Sol. As possibilidades incluem um início de ruptura devido ao calor solar ou até mesmo uma passagem brilhante em torno do Sol. O cometa passará a cerca de 140 mil quilômetros da superfície do Sol cuja temperatura é da ordem de 11.000ºC. Há possibilidade do cometa Lovejoy se evaporar, deixando apenas a cauda de poeira brilhante em seu caminho.
Apenas um cometa muito grande poderia sobreviver a este encontro infernal!

Fonte: NASA e ESA