terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Missão EPOXI ao cometa Hartley 2

A NASA aprovou a missão EPOXI*, que é uma missão estendida da sonda Deep Impact que tem a finalidade de observar planetas extra-solares e sobrevoar o cometa Hartley 2 no dia 04 de novembro de 2010. A princípio o objetivo seria o cometa Boethin, mas por apresentar-se muito débil foi difícil calcular sua órbita. O cometa Hartley 2 possui o mesmo interesse científico que o cometa Boethin, porque ambos são relativamente pequenos. O cometa Hartley 2, oficialmente designado 103P/Hartley é um cometa periódico com um período orbital de 6,39 anos. Foi descoberto por Malcolm Hartley em 1986 na Austrália. Seu diâmetro estimado é de 1,6 Km. A imagem a seguir mostra o cometa Hartley 2.



© 1997 Herman Mikuz

Nesta missão dupla a Deep Impact irá estudar as propriedades físicas de planetas gigantescos e procurará anéis, luas e planetas com massa da ordem de três vezes a da Terra. Atualmente, mais de 200 planetas extra-solares foram descobertos. A aproximação mais íntima da missão será ao cometa Hartley 2, onde a sonda atingirá cerca de mil quilômetros do cometa.
A Deep Impact utilizará o mesmo aparato utilizado na missão principal ao cometa Tempel 1, guiando uma sonda menor que se chocou sobre este cometa em 4 de julho de 2005, conforme visto na imagem a seguir.


© 2005 NASA

O espectrômetro infravermelho da sonda analisará a composição do cometa Hartley 2, enquanto o telescópio observa características de sua superfície.
Os controladores da missão no Laboratório de Jato Propulsão (JPL) da NASA redirecionaram a Deep Impact em 1 de novembro de 2007 e após passar próxima da Terra em 31 de dezembro de 2007 a sonda obteve aceleração gravitacional e a janela ideal para viajar até o cometa Hartley 2.


*EPOXI é uma combinação de Extrasolar Planet Observation and Characterization (EPOCh) e Deep Impact Extended Investigation (DIXI).


Fonte: NASA Goddard Space Flight Center.

domingo, 6 de janeiro de 2008

O cometa Holmes já é maior que o Sol

O cometa 17P/Holmes é um cometa periódico, cujo período é de 6,8 anos. Ele apresentava magnitude 17 e o seu brilho era, até 23 de outubro de 2007, 35 vezes mais fraco que o planeta-anão Plutão. O cometa estava localizado na constelação de Perseu quando, em 24 de outubro de 2007, repentinamente ocorreu uma explosão de brilho (outburst).

© 2007 Michael Jäger

A taxa de expansão é da ordem de 0,5 Km/s. O motivo do outburst provavelmente foi ocasionado por uma rachadura no núcleo, que permitiu que uma quantidade maior de seu material gelado escapasse do seu interior para o espaço e entrasse em processo de sublimação na presença dos raios solares. Foi devido ao fenômeno do outburst que em 1892 o astrônomo inglês Edwin Holmes descobriu o cometa 17P/Holmes. Veja a foto a seguir:

© 1892 Edward Barnard

Na fotografia vista abaibo, a imagem da esquerda feita por um astrônomo amador em 1 de novembro de 2007 mostra o cometa Holmes apresentando uma coma com aparência de conchas concêntricas e uma cauda débil; e, a imagem da direita feita pelo telescópio Hubble em 4 de novembro de 2007 revela uma maior concentração de poeira ao longo da direção horizontal.

© 2007 NASA/ESA

Na noite de 21 de novembro de 2007, a coma do cometa Holmes tinha uma dimensão projetada de 0,6° de largura, um pouco maior que a Lua, como mostrado na imagem montada a seguir.

© 2007 Gary Seronik

No entanto, é sempre importante lembrar que a afirmação não se refere propriamente ao corpo do cometa, que segundo as últimas estimativas, é de 3.7 quilômetros, e sim ao invólucro que envolve o núcleo. Em 9 de novembro de 2007, os astrônomos do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (Rachel Stevenson, Jan Kleyna, Pedro Lacerda e David Jewitt) calcularam que o diâmetro da coma do cometa Holmes estava medindo aproximadamente 1.4 milhões de quilômetros de diâmetro, contra 1.39 milhões de quilômetros do Sol. Sem dúvida a coma de Holmes é gigante, mas não maior que a do cometa Hale-Bopp, que em 1997 se apresentou com uma cabeleira estimada entre 2 e 3 milhões de quilômetros. A comparação de tamanho entre o cometa Holmes e o Sol pode ser vista na imagem abaixo.

© 2007 NASA/ESA e Universidade do Havaí


sábado, 29 de dezembro de 2007

Cometa Colide Com Furacão Solar

É a primeira vez que tal evento cósmico foi observado. O satélite STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) da NASA capturou, em 20 de abril de 2007, as primeiras imagens de uma colisão entre um cometa (2P/Encke) e erupções de massa coronal, que são gigantescas nuvens de gás magnetizadas que o Sol emana para o espaço com velocidade de 1% da velocidade da luz (300.000 km/s). As ejeções de matéria coronal podem provocar tempestades geomagnéticas que podem afetar satélites e telecomunicações.
A sonda STEREO conseguiu observar o acontecimento com a sua câmara HI (Heliospheric Imager), que possui a capacidade de obter várias imagens com bastante rapidez.

© 2007 NASA

A colisão resultou na separação completa da cauda de protoplasma do cometa Encke, que estava próximo da órbita de Mercúrio. Havia suspeita que as ejeções de massa coronal possam ocasionar a desagregação da cauda de certos cometas, mas nunca se tinha observado diretamente tal fato. Veja o video a seguir:


© 2007 NASA

O fenômeno da reconexão magnética que provoca o realinhamento das linhas dos campos magnéticos da cauda do cometa e da massa coronal ejetada gerou uma enorme quantidade de energia, propiciou a disjunção da cauda do cometa. O processo é semelhante ao que acontece na magnetosfera terrestre durante as tempestades geomagnéticas e que produz principalmente a aurora polar.

© 2005 USAF (Joshua Strang)

Adaptado de material realizada pela NASA, Goddard Space Flight Center (2007, October 1). Comet Collides With Solar Hurricane.