quinta-feira, 15 de março de 2012

O último suspiro do cometa Swan

Quando a mancha solar 1429 produzia uma nova emissão de partículas, detectores a bordo do satélite de observação SOHO da NASA registravam um novo cometa prestes a ser dizimado pelo Sol.
© NASA/SOHO (cometa Swan em direção ao Sol)
A imagem foi captada pelo coronógrafo Lasco C2, a bordo do telescópio espacial SOHO.
O cometa Swan não resistiu à passagem periélica. O cometa foi aniquilado pelo calor da estrela, lançando ao espaço milhares de toneladas de material cometário varrido pelo vento solar.
Às 22h00 GMT do dia 14 de março, o cometa Swan penetra no disco solar, e o Sol transformou o cometa numa nuvem de poeira cósmica, quando o cometa se aproximou a cerca de 120 mil km da superfície solar.
Duarante a aproximação do cometa observa-se a ocorrência de sublimação do material cometário na alta atmosfera solar, quando seu núcleo se rompe e passa instantaneamente do estado sólido para o estado gasoso. O material constituinte, predominantemente hidrogênio e oxigênio, é soprado pela ação do vento solar, que aniquilou o cometa.
Fonte: NASA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As duas caudas opostas do cometa Garradd

O cometa Garradd recentemente apresenta duas caudas opostas.

Cometa Garradd_Robert Polzl

© Robert Pölzl (cometa Garradd)

Visível à esquerda está a cauda de poeira do cometa Garradd que é composta de gelo e poeira que segue o cometa em sua órbita ao redor do Sol. Visível à direita, está a cauda de íon do cometa Garradd que é composta de gás ionizado e é soprada diretamente contra o Sol pelo vento solar. A maioria dos cometas mostram duas caudas, embora não seja comum que elas apareçam em direções opostas. O cometa Garradd atualmente mostra caudas opostas devido a uma visão angular intermediária oportuna da Terra. Tonalidades sutis mostradas na imagem acima, registrada na última semana, mostra a cauda de poeira com um brilho levemente amarelo já que seus grandes grãos refletem a luz do Sol de forma acromática, enquanto que a cauda de íon brilha com uma tonalidade levemente azul já que os íons de monóxido de carbono refletem a luz do Sol de forma mais eficiente. No centro, ao redor do núcleo do cometa, está a coma levemente colorida de verde, que mostra essa coloração graças a uma mistura de poeira e gases que inclui cianogênio que emite a luz verde. Embora, agora esteja se afastando do Sol, o cometa Garradd fará sua maior aproximação da Terra na próxima semana.

Fonte: NASA

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É possível existir água no cometa La Sagra

É possível haver água igual à existente na Terra no cometa P/2010 R2, também conhecido como La Sagra, que foi descoberto em setembro de 2010 pelo Observatório Astronômico de Mallorca (OAM), na Espanha.

cometa P 2010 R2

© Bernhard Haeusler (cometa P/2010 R2)

A conclusão foi anunciada por 39 cientistas de 18 centros de investigação e universidades de vários países que têm participado de um intenso programa de rastreamento do cometa.
O cometa La Sagra pertence a uma rara categoria de cometas, os MBC (Main Belt Comets), que contêm materiais da formação do Sistema Solar e dos quais só se conhecem outros cinco cometas.
Além da evidência sobre a potencial existência de água, o estudo mostra a estabilidade da atividade do cometa, que tem mais de 100 milhões de anos.
Segundo o observatório, a importância do cometa P/2010 R2 está na composição química e isotópica de seu gelo aprisionado e gases nobres para ser comparados com a água do mar terrestre.
A informação obtida poderia revelar a origem da vida na Terra, razão pela qual os raros cometas MBC são objeto de uma intensa corrente de pesquisa que pode implicar alguma missão espacial para estudar localmente estes tipos de corpos celestes.

cometa La Sagra

©  Pan-STARRS (cometa La Sagra)

No trabalho de investigação internacional sobre o cometa La Sagra, participam os grandes telescópios Pan-STARRS e Faulkes North de Haleakala, Gemini e Keck em Mauna Kea (Havaí), o telescópio dinamarquês de La Silla (Chile) e o telescópio Isaac Newton em La Palma (Ilhas Canárias).

Fonte: La Sagra Sky Survey

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy sobrevive!

Não era esperado que o cometa C/2011 W3 (Lovejoy) sobrevivesse ao seu encontro com o Sol, como ocorre com a maioria dos cometas rasantes solar (Sungrazing).

animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica

© SOHO (animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica)

Mas ele sobreviveu. A animação acima mostra a passagem do cometa pelo Sol, desde a sua aproximação até o reaparecimento de seu núcleo do outro lado do Sol. A sequência de imagens foram obtidas através do coronógrafo a bordo da sonda SOHO e pode-se identificar a parte remanescente da cauda do cometa, com a brilhante cabeça do mesmo emergindo do outro lado do Sol no dia 16 de Dezembro de 2011. A posição do Sol, atrás do disco que está ocultando o cometa, é indicada pelo círculo branco. Separada da cauda, a coma do cometa Lovejoy é tão brilhante que satura os pixels da câmera, criando assim as estrias horizontais. Com base em suas órbitas, acredita-se que os cometas rasantes ao Sol pertençam à família de cometas Kreutz, ou seja, são cometas criados a partir de sucessivas rupturas ocorridas com um único grande cometa que passou bem perto do Sol no século XII. Estima-se que o cometa esteja a uma distância de 120.000 quilômetros da superfície do Sol e provavelmente tenha um núcleo cometário enorme para ter sobrevivido a esse encontro  durante o seu periélio.

Fonte: NASA e ESA

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy corre risco de vida

Em 27 de novembro de 2011, o cometa C/2011-W3 (Lovejoy) do grupo Kreutz foi descoberto.

cometa Lovejoy no campo de visão do SOHO LASCO C3

© SOHO (cometa Lovejoy no campo de visão da LASCO C3)

O satélite SOHO descobre esses objetos em média a cada três dias, mas este foi descoberto a partir de um telescópio terrestre. O cometa C/2011 W3 está sendo captado pelas sondas SOHO e STEREO.
É uma conquista significativa para o astrônomo australiano Terry Lovejoy, que além de ser um dos pioneiros da descoberta de cometas SOHO através da internet, agora pode reivindicar ser a primeira pessoa a descobrir um cometa rasante ao Sol tanto em solo como através de telescópios espaciais!
Tradicionalmente, e com raras excessões, descobertas em solo de cometas do grupo Kreutz têm proporcionado cometas brilhantes. Muito brilhante!

cometa Ikeya-Seki

© Roger Lynds (cometa Ikeya-Seki)

Em 1965, o cometa Ikeya-Seki foi tão brilhante, que poderia ser visto a olho nu antes da passagem periélica, bloqueando o Sol com a mão. Em 1970 o cometa C/1970 K1 White-Ortiz-Bolleli tinha sido o último a ser observado em solo do grupo Kreutz, porém após a passagem perélica.

cometa White-Ortiz-Bolelli

© ESO (C/1970 K1 White-Ortiz-Bolelli)

Segundo informou Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval e detentor do excelente site Sungrazing Comets, o cometa mantem-se íntegro e com brilho o tempo todo. Atualmente com cerca de magnitude 1, o cometa Lovejoy agora está muito perto do Sol para ser visto da Terra. Os cometas rasantes ao Sol tipicamente brilham dramaticamente durante as várias horas antes do periélio. Previsões variam, mas é seguro dizer que provavelmente irá brilhar quase tão brilhante quanto ao planeta Vênus (magnitude -4).

O cometa Lovejoy realmente adquire velocidade de um milhão de quilômetros por hora na quinta-feira quando realiza uma trajetória rasante em torno do Sol.

Ninguém tem certeza se o cometa vai sobreviver ao seu encontro muito próximo com o Sol. As possibilidades incluem um início de ruptura devido ao calor solar ou até mesmo uma passagem brilhante em torno do Sol. O cometa passará a cerca de 140 mil quilômetros da superfície do Sol cuja temperatura é da ordem de 11.000ºC. Há possibilidade do cometa Lovejoy se evaporar, deixando apenas a cauda de poeira brilhante em seu caminho.
Apenas um cometa muito grande poderia sobreviver a este encontro infernal!

Fonte: NASA e ESA

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nuvem de fragmentos do cometa Elenin

Depois de muitas tentativas para encontrar qualquer vestígio do cometa Elenin, eles foram localizados.

os restos do cometa Elenin

© Ronaldo Ligustri (os restos do cometa Elenin)

Esta nuvem é facilmente vista na imagem obtida no dia 21 de outubro no Novo México pelo astrônomo italiano Ronaldo Ligustri.

Os astrônomos Ernesto Guido, Giovanni Sostero, e Nick Howes foram os primeiros que observaram em suas imagens, uma pequena nuvem estendida visível com brilho superficial baixo.

nuvem de fragmentos do cometa Elenin

© Guido, Sostero e Howes (nuvem de fragmentos do cometa Elenin)

Durante a noite de 21-22 outubro no observatório ISON-NM o astrônomo russo Leonid Elenin, descobridor do cometa, também fez observações acompanhando os restos do cometa 2010 X1 (Elenin), e o movimento da nuvem foi confirmada. A Lua saindo e o remanescente do cometa subindo mais alto no céu propiciará num futuro próximo novas imagens deste objeto.

Fonte: SpaceObs e Cometas Blog

sábado, 8 de outubro de 2011

Cometa Elenin se desintegrou?

Com base em primeiras imagens do cometa Elenin após sua saída da conjunção com o Sol, provavelmente o cometa se desintegrou na sua maioria. Talvez ainda podemos observar enxame de detritos do cometa.

posição do cometa Elenin

© Leonid Elenin (posição do cometa Elenin)

Esta imagem foi obtida no dia 6 de outubro, pelo próprio descobridor do cometa, Leonid Elenin, que usou o mesmo telescópio robótico que descobriu o cometa em 2010. Leonid fez uma única exposição de 30 segundos no quadrante de onde o objeto deveria ser encontrado.

Devido às condições desfavoráveis para o sensoriamento, a imagem não pode ser considerada como prova de que o cometa realmente se desintegrou completamente, mas com certeza ocorreu uma ruptura parcial. O objeto está muito próximo ao horizonte e a imagem já revela os primeiros sinais da interferência do Sol, impedindo uma observação mais sensível.

Atualmente, a luminosidade deste objeto não ultrapassa da magnitude 18.

Nos próximos dias o cometa estará nascendo mais cedo no quadrante leste sofrendo menos inflência da alvorada, porém a presença da Lua Cheia deverá novamente interferir nas observações óticas.

Espera-se que no futuro próximo os restos do cometa sejam observados em um telescópio de grande porte.

Fonte: SpaceObs

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A água da Terra pode ter vindo do espaço

Uma boa proporção de água dos oceanos pode ter se originado dos cometas e asteroides, mais do que era estimado até agora, talvez até toda a água, segundo um grupo de cientistas que estudou um desses corpos celestes.

cometa Hartley 2

© NASA (cometa Hartley 2)

Essa conclusão foi alcançada por uma equipe internacional de especialistas coordenado por Paul Hartogh, do Instituto Max-Planck para Estudos do Sistema Solar, da Alemanha, após detectar pela primeira vez em um cometa água com uma composição similar à dos oceanos terrestres.

Sua pesquisa pôde ser realizada graças aos instrumentos do Observatório Espacial Herschel da ESA (agência espacial europeia). Os cientistas descobriram que a água dos oceanos terrestres tem a mesma composição que o gelo encontrado em um cometa identificado como 103P/Hartley 2, da família de Júpiter (corpos que orbitam o planeta gigante), cuja origem estaria na nuvem de Oort - fora do Sistema Solar. Para chegar a esta conclusão, Hartogh e seus companheiros determinaram a proporção de deutério (hidrogênio pesado) e hidrogênio comum (D/H) na água do 103P/Hartley 2.

cometa Hartley 2 visto pelo Herschel

© ESA (cometa Hartley 2 visto pelo Herschel)

Esta ilustração mostra a órbita do cometa Hartley 2 em relação aos dos cinco planetas mais interiores do Sistema Solar. O cometa fez sua última passagem perto da Terra em 20 de outubro, chegando a 19,45 milhões de quilômetros. Nesta ocasião, Herschel observou o cometa. A inserção do lado direito mostra a imagem obtida com o instrumento Herschel PACS. As duas linhas são os dados de água do instrumento HIFI (Instrumento Heterodino para Infravermelho Distante de Herschel).

Outros seis cometas, analisados nos últimos anos com o mesmo HIFI, deram valores muito diferentes do D/H existente em nossos oceanos, mas não diminui o entusiasmo dos cientistas, já que na época da formação do Sistema Solar os cometas do tipo de Hartley 2 seriam bem mais comuns.

As análises sobre a origem dos oceanos foram motivo de debate já que várias pesquisas apontavam que procedeu principalmente do impacto dos asteroides com a Terra. Hartogh explica que, no seu período de formação, a Terra era muito seca e por isso a água existente nesse momento evaporou no espaço.

Segundo os cientistas, a água deve ter surgido 8 milhões de anos depois da formação do planeta, por isso a possível origem da água foram os cometas e os asteroides. É possível estabelecer de onde procedeu a água analisando a composição isotópica, especialmente a proporção de deutério (D/H).

Fonte: Nature

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O cometa Elenin não foi captado pelo SOHO

O coronógrafo do telescópio espacial Soho captou imagens que não revelaram qualquer fragmento remanescente do cometa C/2010 X1 Elenin.
imagem do coronógrafo LASCO 3 do SOHO
© NASA/ESA (imagem do coronógrafo LASCO 3 do SOHO)
A previsão era que não resistiria à passagem periélica, que ocorreu no dia 10 de setembro. Em outra ocasião alertei sobre a possibilidade de ruptura e desintegração do cometa Elenin. Apesar de não ser observado pelo coronógrafo, as imagens captadas não podem ser consideradas como prova definitiva para considerar o cometa desintegrado. O motivo é que o limite de brilho para ser detectado pelo coronógrafo Lasco C3 é de 7.0. Assim, se os fragmentos remanescentes forem muito pequenos certamente não poderão ser observados.
A imagem acima foi feita pelo instrumento Lasco C3 às 07h06 UT de 27 de setembro de 2011. Na cena é possível observar diversas estrelas usadas como referência na busca pelo cometa. O pequeno ponto próximo da região provável da localização do cometa é a estrela 13 Vir, de magnitude visual 6, já praticamente obscurecida na imagem do coronógrafo. A área delimitada mostra a posição em que o cometa C/2010 X1 Elenin deveria ser observado no instante da foto.
No momento, as observações visuais de Elenin permanecem bastante prejudicadas devido à proximidade com o Sol. Somente a partir de 8 de outubro ao amanhecer no quadrante leste, os possíveis fragmentos do cometa poderão ser vistos através de telescópios óticos. Será que ele sobreviveu?
Fonte: NASA e Cometas Blog

sábado, 10 de setembro de 2011

Radiotelescópio analisa o cometa Elenin

O astrônomo Amy Lovel utilizando o radiotelescópio Green Bank no dia 7 de setembro não detectou qualquer água proveniente do material remanescente do cometa Elenin.
Green Bank Telescope
© NRAO (Green Bank Telescope)
Os dados coletados mostraram que não foram detectadas linhas espectrais acima do ruído de fundo de 2,4 mJy (milijansky = W/m².Hz) na frequência do hidrogênio (H) em 1.420 mHz ou do radical hidroxila (OH) em 1.720 Mhz, que em condições adequadas, possibilita a formação da água (H2O) através da união com átomos de hidrogênio.
Isso coloca um limite de 107 moléculas/segundo sobre a taxa de produção de gás, que é cerca de 100 vezes menor do que as previsões anteriores, justificando a diminuição do brilho e posibilitando confirmar o processo de rompimento do núcleo do cometa.
O cometa Elenin ou seus fragmentos atingiu o periélio (menor aproximação do Sol) neste sábado (10/09), às 13h15 (horário de Brasília), quando o cometa chegou a 70 milhões de km de distância da estrela.
Atualmente, devido à proximidade visual com o Sol as observações estão bastante desfavorecidas para que possam comprovar visualmente a desintegração.
O cometa Elenin entrará no no campo visual do coronógrafo do telescópio solar Soho no próximo dia 23 de setembro.
Em outubro estão programadas sessões de observação através do radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, se restar alguma coisa do cometa.
Fonte: SpaceObs

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O cometa Garradd e o asterimo do Cabide

Vagando pelo céu noturno da Terra, no último final de semana o cometa Garradd, ou C/2009 P1, visitou esse interessante campo de estrelas ao longo da Via Láctea na constelação de Vulpecula.
cometa Garradd e o asterismo do Cabide
© Rogelio Bernal Andreo (cometa Garradd e o asterismo do Cabide)
Orientado de maneira sugestiva, a paisagem estelar colorida apresenta as estrelas do asterismo conhecido como Cabide, com a cauda do cometa apontando na direção sudeste. Também conhecido como aglomerado de Al Sufi, o Cabide propriamente dito é só um alinhamento curioso de estrelas e não um aglomerado de estrelas relacionadas. Porém, na mesma imagem, um pouco a direita do Cabide e perto da borda da foto, está o aglomerado aberto de estrelas NGC 6802. Abaixo ainda da visibilidade a olho nu, mas se aproximando da magnitude 7, em brilho, o cometa Garradd é um excelente alvo para binóculos e telescópios de pequeno porte. Durante essa semana com o céu noturno iluminado pela Lua, a sua identificação fica ainda mais complicada de ser realizada.
Fonte: NASA

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cometa Elenin: a perspectiva final

Como havia dito no final do mês passado, o cometa C/2010 X1 (Elenin) apresentava a possibilidade de se desintegrar. De acordo com seu descobridor, o russo Leonid Elenin, o cometa já iniciou o processo irreversível de ruptura.
gráfico da distância periélica x magnitude absoluta
© L. Elenin (gráfico da distância periélica x magnitude absoluta)
O gráfico acima mostra uma seleção de dez cometas que se aproximaram do Sol a menos de 0,5 UA (75 milhões de quilômetros do Sol).
Os cometas vistos no gráfico, baseado na magnitude e distância, que estão à esquerda da linha vermelha se romperam antes de alcançar o periélio enquanto que aqueles à direita estão numa área considerada segura.
O gráfico foi obtido através do modelo criado pelo astrônomo J. Bortle que tem precisão para estimar a possibilidade de rompimento destes cometas. O cometa Elenin plotado em amarelo no gráfico indica quando sua magnitude é estimada através de observações visuais e em azul quando se usa a magnitude informada pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da NASA.
Agora é absolutamente claro que a queda de brilho do cometa, observado pela primeira vez por Michael Mattiazzo em 20 de agosto, não foi mera coincidência. Seu pseudo-núcleo tornou-se difuso e estendido, e depois desapareceu completamente. Em imagens a partir de 1 de setembro na coma do cometa não havia vestígios de condensação, e isso significava que o cometa já tinha quebrado em pedaços bem pequenos, com um tamanho máximo de não mais de uma centena de metros.
Tal rompimento de um pequeno cometa passando perto do Sol não é raro. Mesmo se partindo, os inúmeros fragmentos deverão prosseguir na órbita anteriormente calculada, ao mesmo tempo que os pedaços maiores continuarão a se quebrar. A ruptura de um cometa de longo período razoavelmente perto da Terra (em uma escala do Sistema Solar) é um evento bastante raro. Durante esse rompimento podemos ver o interior do cometa para compreender melhor sua estrutura e composição.
O seu periélio será no dia 10 de setembro, e em 23 de setembro, quando o cometa apareçer no campo de visão do coronógrafo do SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) será possível verificar o seu estado. Qualquer resultado vai nos dizer o que podemos esperar no no perigeu que será no dia 16 de outubro.
O final desta história está perto ...
Fonte: SpaceObs