sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Deep Impact capta imagem do cometa ISON

O cometa ISON foi descoberto pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok em 21 de setembro de 2012. O nome dado foi o da instituição na qual os dois trabalham, a International Scientific Optical Network.

cometa ISON

© Deep Impact (cometa ISON)

A sonda Deep Impact da NASA capturou imagens do cometa C/2012 S1(ISON), que deve iluminar o céu da Terra até 2014 e poderá ser, devido as previsões do seu brilho, o "cometa do século"!

A sonda Deep Impact foi lançada em 2005 e já conseguiu um feito no estudo de cometas: em sua primeira missão, disparou um projétil que atingiu o cometa Tempel 1 para estudar os destroços liberados com o impacto. A Deep Impact observou também o cometa Hartley 2 em 2010 e o cometa C/2009 P1 (Garradd) em 2012.

A Deep Impact recentemente fez as imagens ao se concentrar no cometa em um período de 36 horas nos dias 17 e 18 de janeiro deste ano, quando o cometa ainda estava a cerca de 763 milhões de quilômetros do Sol. Em fevereiro, o cometa ISON cruzou a órbita de Júpiter.

O cometa ISON já tem uma cauda de 64 mil quilômetros de extensão, formada por poeira e gases. O corpo celeste deve passar muito perto do Sol em novembro e, acredita-se, poderá ser visto a olho nu com um brilho intenso na Terra, quem sabe até mesmo durante o dia.

"Esta parece ser a primeira viagem deste cometa para dentro do Sistema Solar, e ele deve passar muito mais perto do Sol do que a maioria dos cometas", afirmou o cientista Tony Farnham, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

As estimativas atuais dizem que o núcleo do ISON tem entre 1 e 10 km de diâmetro com muito gelo contendo compostos voláteis como amônia, monóxido de carbono, dióxido de carbono e metano congelados.

Por isso, este cometa irá fornecer uma nova oportunidade de ver como a poeira e o gás congelados desde o início de nosso Sistema Solar vão mudar e evoluir quando for muito aquecido durante sua primeira passagem perto do Sol.

No dia 28 de novembro, ocorrerá o periélio quando o cometa passará apenas a 0,0125 UA (Unidades Astrônomicas) do Sol, aproximadamente 1,875 milhões de quilômetros. Nesta data, devido às previsões, o cometa atingirá a magnitude –13, porém somente com 0,5 grau de elongação, consequentemente no pôr do Sol será possível ver a cauda do cometa. A máxima aproximação da Terra deve ocorrer no dia 26 de dezembro, quando estará a 60 milhões de km de distância.

Se o cometa sobreviver a esta passagem, deve se afastar do Sol ainda mais brilhante do que antes, mas as condições favoráveis dependerá da localização do observador.

No entanto, cometas são imprevisíveis, e o ISON poderá se desintegrar durante a passagem nas proximidades do Sol.

Vamos torcer para que desta vez surja no céu um cometa espetacular!

Fonte: NASA

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cometa Lemmon muito mais brilhante

Este ano de 2013, pode ser chamado de o ano dos cometas.

cometa Lemmon

© Rolf Wahl Olsen (cometa Lemmon)

O C/2011 L4 PANSTARRS e o C/2012 S1 ISON estão sendo anunciados como os dois cometas com possibilidades de serem vistos a olho nu. Nos últimos meses, um terceiro cometa, o cometa C/2012 F6 Lemmon, está mais brilhante do que o esperado, e agora está com magnitude entre 6,2 e 6,5; que é abaixo do limite para a visibilidade a olho nu.

Ele foi descoberto por Alex Gibbs do Mount Lemmon Survey no Arizona em 23 de março de 2012. Naquela época, o cometa estava demasiado fraco com magnitude 21, e localizado cerca de 5 UA (Unidade Astronômica), ou seja, cinco vezes a distância da Terra ao Sol.

No dia 5 de fevereiro de 2013 o cometa atingiu sua máxima aproximação da Terra, com cerca de 1 UA, sendo melhor observado ao anoitecer no hemisfério sul através de binóculos.

O cometa Lemmon ostenta uma impressionante coma verde limão e uma cauda fraca dividida. A tonalidade esverdeada gerada na coma vem do gás cianogênio (CN) e carbono diatômico (C2) fluorescentes na luz solar.

Se esta tendência de aumento de brilho continuar, o cometa poderá se tornar visível a olho nu ainda este mês, mas provavelmente não tão brilhante como as previsões para os cometas PANSTARRS e ISON.

O periélio (a máxima aproximação do Sol) do cometa Lemmon acontecerá em 24 de março de 2013, com uma distância de 0,73 UA, que é um pouco menor do que o da órbita da Terra em torno do Sol. Nesta ocasião o cometa deve atingir seu máximo brilho, com previsão de magnitude 4. Até maio de 2013, os observadores com telescópios em ambos os hemisférios podem ser capazes de vislumbrar sua aparição. Em junho de 2013, o cometa estará com magnitude 10 na constelação de Andrômeda,  seguindo sua jornada.

Fonte: EarthSky

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Descoberta aumenta número de exocometas

A descoberta de um novo grupo de cometas que orbitam estrelas distantes, anunciada na reunião semestral da Sociedade Astronômica Americana, quase triplica o número desses corpos celestes conhecidos.

ilustração de cometas fora do Sistema Solar

© BBC Brasil (ilustração de cometas fora do Sistema Solar)

O primeiro chamado "exocometa" foi descoberto em 1987, mas desde então apenas mais três haviam sido encontrados.

Mas no encontro realizado nesta semana na Califórnia, o astrônomo americano Barry Welsh deu detalhes sobre mais sete desses cometas. A possibilidade de provar que os cometas são comuns no Universo tem implicações sobre seu possível papel de levar água ou até mesmo partículas que podem gerar vida aos planetas.

Corpos celestes como o Cometa Halley, que faz um caminho longo e elíptico, passando perto do Sol a cada 75 anos, são conhecidos pelas longas caudas de gás e detritos que aparecem quando eles se aproximam de suas estrelas hospedeiras. Foram essas caudas que Welsh e sua colaboradora Sharon Montgomery mediram, usando imagens do observatório McDonald, no Texas.

As caudas dos exocometas absorvem uma pequena fração da luz de suas estrelas hospedeiras, e a absorção muda com o tempo, conforme os cometas aceleram ou desaceleram. Com uma observação paciente, a dupla verificou a existência de sete novos cometas de fora do Sistema Solar.

No nosso Sistema Solar, muitos cometas vêm do cinturão de Kuiper, um disco de detritos localizado além da órbita de Netuno, e da nuvem de Oort, um disco de detritos ainda maior e mais distante. Welsh explicou que esses discos são "sobras" características da formação de planetas.

Mas algo precisa perturbar a órbita dos cometas para colocá-los na direção de sua estrela hospedeira. Apesar de colisões entre cometas serem capazes disso, acredita-se que a gravidade dos planetas próximos fazem esse trabalho. De fato, em 1987, quando o primeiro exocometa foi observado em torno da estrela Beta Pictoris, surgiu a hipótese de que um planeta podia ser responsável por sua órbita, e em 2009 um planeta gigante foi encontrado por lá.

Nos últimos anos tem havido um foco maior sobre os exoplanetas, com o anúncio de 461 novos candidatos a serem reconhecidos como planetas, e a possibilidade da existência de bilhões desses planetas com tamanho semelhante à Terra.

O novo estudo ajuda a esclarecer a relação entre esses planetas e os discos de detritos de seus locais de origem. Isso pode ajudar também a compreensão da formação do nosso próprio Sistema Solar.

"Parece que o processo de construção de planetas é muito semelhante em muitos casos, e para provar isso você precisa olhar não somente o produto final, mas também as coisas das quais eles são feitos", observa Welsh. A descoberta de mais cometas também aumenta a possibilidade de que eles tenham um papel importante no transporte de materiais.

"Há duas teorias: uma é de que os cometas antigos no nosso Sistema Solar levaram gelo aos planetas e que esse gelo derreteu e formou os oceanos", relata Welsh. "A outra, talvez um pouco mais rebuscada, é que as moléculas orgânicas nos cometas eram as sementes da vida nos planetas. E se os cometas são tão comuns em todos os sistemas planetários, então talvez a vida também seja", diz.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 27 de outubro de 2012

A ruptura do cometa 168P/Hergenrother

O cometa 168P/Hergenrother, ao longo das últimas semanas,tem estado sob escrutínio intenso devido ao seu comportamento estranho,  ou seja, um aumento de magnitude 6 em seu brilho em questão de poucas noites.

cometa Hergenrother e seu fragmento

© Observatório Remanzacco (cometa Hergenrother e seu fragmento)

Simultaneamente, a condensação do centro tornou-se efetivamente mais brilhante e nítida, enquanto a coma aumentou seu tamanho.

No dia 1 de Outubro de 2012 o cometa efetuou sua maior aproximação do Sol (1,4 UA). Alguns observadores especularam que o calor gerado pelo Sol tinha feito com que o frágil cometa se quebrasse. No dia 26 de Outubro de 2012, um grupo de astrônomos descobriram uma evidência que pode ser usada para suportar tal ideia. Usando remotamente o telescópio Faulkes North no observatório Heleakala, no Havaí, Ernesto Guido e sua equipe detectaram a fragmentação do cometa Hergenrother.

As imagens feitas no dia 26 de Outubro de 2012 revelam a presença de um núcleo secundário, ou um fragmento, a aproximadamente dois arcos de segundo distante da principal condensação do cometa. Isso é provavelmente um pedaço rochoso de gelo que está emergindo da nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo principal. Os cometas são objetos frágeis, assim não é nenhuma surpresa que o cometa está sofrendo uma ruptura.

Fonte: Observatório Remanzacco

sábado, 6 de outubro de 2012

Fase brilhante do cometa 168P/Hergenrother

De acordo com relatórios emitidos por um número de observadores de vários fóruns de astronomia, o cometa 168P/Hergenrother está atualmente experimentando uma fase brilhante: ao longo de várias noites, aumentou em brilho por diversos valores, atingindo uma magnitude visual total de aproximadamente 8.

cometa 168P/Hergenrother

© Observatório Remanzacco (cometa 168P/Hergenrother)

A equipe de astrônomos do Observatório Remanzacco realizaram algumas observações remotamente do cometa, entre 26 de setembro e 3 de outubro de 2012, através do Telescópio Faulkes do Sul, no Siding Spring.
Inspecionando as nossas imagens obtidas em 26 de setembro, o cometa mostra uma condensação central, medindo cerca de 3". O estado da coma total foi atribuído a um diâmetro de cerca de 1,7'. Em 3 de outubro, a condensação central cresceu a 8" e o diâmetro total foi de quase coma 3'. É interessante notar como, além do crescimento do tamanho da condensação central, também a sua aparência mudou, aparecendo bastante acentuada em 26 de setembro, e um pouco tênue em 3 de outubro.
Subtraindo as duas imagens de 26 de setembro de 3 de Outubro, a evolução da condensação central tornou-se evidente. Até certo ponto, a diferença pode ser devida a uma ligeira mudança nos ângulos de perspectiva (por exemplo, o seu ângulo de fase passados ​​10-13 graus), no entanto considera-se que uma parte do que se vê no painel, é uma verdadeira evolução da condensação central devido a sua fase ativa.

diferença entre as imagens

© Observatório Remanzacco (diferença entre as imagens)

Os dados fotométricos suporta a evolução observada: nossos dados Afrho em 26 de setembro mostra um pico de cerca de 670 +/- 100 cm de 2,230 km do centro da imagem, enquanto em 03 de outubro medimos uma afrho de 1210 +/- 150 cm pico com um raio de cerca de 3.000 km do centro da imagem. Isto parece indicar um aumento de duas vezes da atividade Afrho dentro da condensação central, numa questão de uma semana, bem como a recessão aparente do pico de atividade a partir da condensação central.

A expressão Afρ (Afrho), foi uma quantidade introduzida por Michael A'Hearn em 1984 (AJ 89, 579, 1984) com o objetivo de comparar as medições relativas à poeira sob diferentes condições de observação, de tempo e de instrumentos.
Além de outros parâmetros envolvidos no cálculo, o termo Afρ significa: o albedo "A" (a refletividade dos grãos), o fator de enchimento "f" e "ρ" (a letra grega "rho"), que é o raio da coma (geralmente em km) sob investigação.

evolução do parâmetro Afrho

© Observatório Remanzacco (evolução do parâmetro Afrho)

A mudança no perfil fotométrico da coma também é óbvia, a partir da comparação entre os dois painéis, com o gráfico de 3 de outubro significativamente mais largo e menos inclinada, comparada com o de 23 de Setembro.
Os dados científicos confirmam que atualmente o cometa 168P/Hergenrother está vivo e bastante ativo.

Fonte: Observatório Remanzacco

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O futuro brilhante do cometa ISON?

Poderá o ponto apagado da imagem se tornar um dos cometas mais brilhantes da história? É possível. Por outro lado, o cometa poderá se quebrar quando chegar perto do Sol, ou brilhar modestamente.

posição do cometa ISON

© Rolando Ligustri (posição do cometa ISON)

Contudo, as especulações mais otimistas dizem que o recém-descoberto cometa, denominado C/2012 S1 (ISON) poderá desenvolver uma cauda espetacular ou ter seu brilho aproximadamente igual ao da Lua Cheia no final de 2013.

O cometa ISON atualmente está muito apagado sendo visível com uma magnitude de 18, como mostrado na imagem acima. O cometa, descoberto a pouco mais de uma semana atrás na Rússia, por Vitali Nevski (Bielorusia) e Artyom Novichonok (Rússia), está atualmente se aproximando em direção ao Sol e atualmente está entre as órbitas de Júpiter e Saturno. No começo de Outubro de 2013, ele passará perto de Marte e possivelmente será visível pelos rovers e pelas sondas que lá estão. O cometa ISON aparentemente está em curso rasante em torno do Sol, chamdo de cometa sungrazer, ele passará no final de Novembro de 2013 a cerca de 1,1 milhão de km da superfície visível do Sol, o que pode significar o fim para o cometa. Se por acaso ele sobreviver a sua passagem pelo Sol ele irá passar perto da Terra no final de Dezembro de 2013, e poderá ser um dos mais brilhantes já observados, possivelmente mil vezes mais brilhante que Vênus e quase tanto quando a Lua Cheia. Os astrônomos em todo o mundo irão rastrear essa grande e suja bola de gelo com mais atenção para melhor entender sua natureza e prever como ela pode se desenvolver nos próximos 15 meses.

O gráfico apresentado abaixo foi gerado com o software Orbitas e mostra a magnitude prevista para o cometa (em vermelho) versus sua elongação.

gráfico da magnitude x elongação do cometa ISON

© Orbitas (gráfico da magnitude x elongação do cometa ISON)

O cometa ISON será facilmente visto durante meses no hemisfério norte, enquanto se aproxima da nossa estrela. Na parte debaixo do Equador, a visão fica mais complicada, somente parte da cauda poderá ser vista em algumas regiões.

Se sobreviver à passagem pelo Sol, o objeto deve chegar a 60 milhões de km da Terra em 26 de dezembro de 2013. Acredita-se que ele se originou na Nuvem de Oort e que existe uma pequena possibilidade de ele já ter passado por aqui antes. Um grande cometa em 1680 foi observado com uma órbita muito similar a este.

Ainda não é possível saber como vai ser o cometa. Esperamos que seja deslumbrante!

Fonte: NASA

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Novo cometa com aparência asteroidal

A União Astronômica Internacional (IAU) confirmou a presença de um cometa próximo da Terra. A descoberta foi feita pelo Observatório Astronômico de Maiorca (OAM), na Espanha, que foi denominado como P/2012 NJ (La Sagra).

órbita do cometa recentemente descoberto

© OAM (órbita do cometa recentemente descoberto)

O trigéssimo primeiro cometa descoberto no ano foi visto no dia 16 de julho de 2012 através de um telescópio robótico de vigilância espacial deste centro.

Inicialmente, a IAU classificou o objeto como 'asteróide próximo da Terra' (NEO – Near Earth Object), mas dois dias mais tarde, astrônomos do Instituto de Investigação Planetária do Centro Aeroespacial alemão (DLR - Deutschen Zentrums für Luft- und Raumfahrt), fizeram observações de alta resolução e perceberam que se tratava de um cometa quando detectaram uma cauda incipiente de escassos quilômetros.

A descoberta foi reclassificada como Near Earth Comet (NEC). Este cometa tem um núcleo de aproximadamente 10 quilômetros e as primeiras medições apontam para uma velocidade de rotação de 13 horas e um período orbital em torno do Sol de 22,3 anos.

O cometa foi detectado a 45 milhões de quilômetros da Terra com 14,3 de magnitude, com um brilho considerável e que facilitará o seu seguimento astrométrico e espectrográfico durante os próximos meses.

Esse estudo permitirá conhecer melhor a evolução dos cometas ativos, que têm grande quantidade de elementos voláteis, produzindo grandes caudas, e dos cometas já extintos, que depois de passarem muitas vezes perto do Sol vão perdendo gelo e gás, ficando com uma aparência asteroidal, como é o caso deste.

O P/2012 NJ é o sexto cometa descoberto pelo Observatório Astronômico de Maiorca, que também já fez outros achados consideráveis: mais de seis mil asteróides, estrelas variáveis, estrelas novas na galáxia de Andrômeda e até 16 supernovas extragalácticas.

Fonte: OAM

quinta-feira, 15 de março de 2012

O último suspiro do cometa Swan

Quando a mancha solar 1429 produzia uma nova emissão de partículas, detectores a bordo do satélite de observação SOHO da NASA registravam um novo cometa prestes a ser dizimado pelo Sol.
© NASA/SOHO (cometa Swan em direção ao Sol)
A imagem foi captada pelo coronógrafo Lasco C2, a bordo do telescópio espacial SOHO.
O cometa Swan não resistiu à passagem periélica. O cometa foi aniquilado pelo calor da estrela, lançando ao espaço milhares de toneladas de material cometário varrido pelo vento solar.
Às 22h00 GMT do dia 14 de março, o cometa Swan penetra no disco solar, e o Sol transformou o cometa numa nuvem de poeira cósmica, quando o cometa se aproximou a cerca de 120 mil km da superfície solar.
Duarante a aproximação do cometa observa-se a ocorrência de sublimação do material cometário na alta atmosfera solar, quando seu núcleo se rompe e passa instantaneamente do estado sólido para o estado gasoso. O material constituinte, predominantemente hidrogênio e oxigênio, é soprado pela ação do vento solar, que aniquilou o cometa.
Fonte: NASA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As duas caudas opostas do cometa Garradd

O cometa Garradd recentemente apresenta duas caudas opostas.

Cometa Garradd_Robert Polzl

© Robert Pölzl (cometa Garradd)

Visível à esquerda está a cauda de poeira do cometa Garradd que é composta de gelo e poeira que segue o cometa em sua órbita ao redor do Sol. Visível à direita, está a cauda de íon do cometa Garradd que é composta de gás ionizado e é soprada diretamente contra o Sol pelo vento solar. A maioria dos cometas mostram duas caudas, embora não seja comum que elas apareçam em direções opostas. O cometa Garradd atualmente mostra caudas opostas devido a uma visão angular intermediária oportuna da Terra. Tonalidades sutis mostradas na imagem acima, registrada na última semana, mostra a cauda de poeira com um brilho levemente amarelo já que seus grandes grãos refletem a luz do Sol de forma acromática, enquanto que a cauda de íon brilha com uma tonalidade levemente azul já que os íons de monóxido de carbono refletem a luz do Sol de forma mais eficiente. No centro, ao redor do núcleo do cometa, está a coma levemente colorida de verde, que mostra essa coloração graças a uma mistura de poeira e gases que inclui cianogênio que emite a luz verde. Embora, agora esteja se afastando do Sol, o cometa Garradd fará sua maior aproximação da Terra na próxima semana.

Fonte: NASA

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É possível existir água no cometa La Sagra

É possível haver água igual à existente na Terra no cometa P/2010 R2, também conhecido como La Sagra, que foi descoberto em setembro de 2010 pelo Observatório Astronômico de Mallorca (OAM), na Espanha.

cometa P 2010 R2

© Bernhard Haeusler (cometa P/2010 R2)

A conclusão foi anunciada por 39 cientistas de 18 centros de investigação e universidades de vários países que têm participado de um intenso programa de rastreamento do cometa.
O cometa La Sagra pertence a uma rara categoria de cometas, os MBC (Main Belt Comets), que contêm materiais da formação do Sistema Solar e dos quais só se conhecem outros cinco cometas.
Além da evidência sobre a potencial existência de água, o estudo mostra a estabilidade da atividade do cometa, que tem mais de 100 milhões de anos.
Segundo o observatório, a importância do cometa P/2010 R2 está na composição química e isotópica de seu gelo aprisionado e gases nobres para ser comparados com a água do mar terrestre.
A informação obtida poderia revelar a origem da vida na Terra, razão pela qual os raros cometas MBC são objeto de uma intensa corrente de pesquisa que pode implicar alguma missão espacial para estudar localmente estes tipos de corpos celestes.

cometa La Sagra

©  Pan-STARRS (cometa La Sagra)

No trabalho de investigação internacional sobre o cometa La Sagra, participam os grandes telescópios Pan-STARRS e Faulkes North de Haleakala, Gemini e Keck em Mauna Kea (Havaí), o telescópio dinamarquês de La Silla (Chile) e o telescópio Isaac Newton em La Palma (Ilhas Canárias).

Fonte: La Sagra Sky Survey

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy sobrevive!

Não era esperado que o cometa C/2011 W3 (Lovejoy) sobrevivesse ao seu encontro com o Sol, como ocorre com a maioria dos cometas rasantes solar (Sungrazing).

animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica

© SOHO (animação do cometa Lovejoy durante a passagem periélica)

Mas ele sobreviveu. A animação acima mostra a passagem do cometa pelo Sol, desde a sua aproximação até o reaparecimento de seu núcleo do outro lado do Sol. A sequência de imagens foram obtidas através do coronógrafo a bordo da sonda SOHO e pode-se identificar a parte remanescente da cauda do cometa, com a brilhante cabeça do mesmo emergindo do outro lado do Sol no dia 16 de Dezembro de 2011. A posição do Sol, atrás do disco que está ocultando o cometa, é indicada pelo círculo branco. Separada da cauda, a coma do cometa Lovejoy é tão brilhante que satura os pixels da câmera, criando assim as estrias horizontais. Com base em suas órbitas, acredita-se que os cometas rasantes ao Sol pertençam à família de cometas Kreutz, ou seja, são cometas criados a partir de sucessivas rupturas ocorridas com um único grande cometa que passou bem perto do Sol no século XII. Estima-se que o cometa esteja a uma distância de 120.000 quilômetros da superfície do Sol e provavelmente tenha um núcleo cometário enorme para ter sobrevivido a esse encontro  durante o seu periélio.

Fonte: NASA e ESA

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy corre risco de vida

Em 27 de novembro de 2011, o cometa C/2011-W3 (Lovejoy) do grupo Kreutz foi descoberto.

cometa Lovejoy no campo de visão do SOHO LASCO C3

© SOHO (cometa Lovejoy no campo de visão da LASCO C3)

O satélite SOHO descobre esses objetos em média a cada três dias, mas este foi descoberto a partir de um telescópio terrestre. O cometa C/2011 W3 está sendo captado pelas sondas SOHO e STEREO.
É uma conquista significativa para o astrônomo australiano Terry Lovejoy, que além de ser um dos pioneiros da descoberta de cometas SOHO através da internet, agora pode reivindicar ser a primeira pessoa a descobrir um cometa rasante ao Sol tanto em solo como através de telescópios espaciais!
Tradicionalmente, e com raras excessões, descobertas em solo de cometas do grupo Kreutz têm proporcionado cometas brilhantes. Muito brilhante!

cometa Ikeya-Seki

© Roger Lynds (cometa Ikeya-Seki)

Em 1965, o cometa Ikeya-Seki foi tão brilhante, que poderia ser visto a olho nu antes da passagem periélica, bloqueando o Sol com a mão. Em 1970 o cometa C/1970 K1 White-Ortiz-Bolleli tinha sido o último a ser observado em solo do grupo Kreutz, porém após a passagem perélica.

cometa White-Ortiz-Bolelli

© ESO (C/1970 K1 White-Ortiz-Bolelli)

Segundo informou Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval e detentor do excelente site Sungrazing Comets, o cometa mantem-se íntegro e com brilho o tempo todo. Atualmente com cerca de magnitude 1, o cometa Lovejoy agora está muito perto do Sol para ser visto da Terra. Os cometas rasantes ao Sol tipicamente brilham dramaticamente durante as várias horas antes do periélio. Previsões variam, mas é seguro dizer que provavelmente irá brilhar quase tão brilhante quanto ao planeta Vênus (magnitude -4).

O cometa Lovejoy realmente adquire velocidade de um milhão de quilômetros por hora na quinta-feira quando realiza uma trajetória rasante em torno do Sol.

Ninguém tem certeza se o cometa vai sobreviver ao seu encontro muito próximo com o Sol. As possibilidades incluem um início de ruptura devido ao calor solar ou até mesmo uma passagem brilhante em torno do Sol. O cometa passará a cerca de 140 mil quilômetros da superfície do Sol cuja temperatura é da ordem de 11.000ºC. Há possibilidade do cometa Lovejoy se evaporar, deixando apenas a cauda de poeira brilhante em seu caminho.
Apenas um cometa muito grande poderia sobreviver a este encontro infernal!

Fonte: NASA e ESA