domingo, 27 de julho de 2014

Uma imagem incrível do cometa Jacques

Uma foto incrível do cometa Jacques!

cometa Jacques e nebulosa IC 405

© Rolando Ligustri (cometa Jacques e nebulosa IC 405)

O astrônomo amador italiano Rolando Ligustri obteve esta imagem no dia 26 de Julho usando um telescópio remoto no Novo México e de campo amplo de 4 polegadas (106 mm) refrator.

Atualmente, o cometa C/2014 E2 Jacques é o mais brilhante no céu com magnitude 6,5, ele foi lentamente saindo do crepúsculo matutino em um céu mais escuro ao longo das últimas duas semanas. Na manhã de ontem, ela passou a nebulosa da Estrela Flamejante, na constelação de Auriga. Juntos, a nebulosa e visitante conspiraram para efetuar uma rara demonstração de pontuação celeste. A IC 405 é uma combinação nebulosa de emissão e reflexão. A sua luminosidade provém da luz das estrelas refletindo grãos de poeira cósmica, mas os resultados vermelhos profundos de hidrogênio excitado pela fluorescência por luz ultravioleta poderosa dessas mesmas estrelas. A profundidade de campo dentro da imagem é enorme: a nebulosa encontra-se 1.500 anos-luz de distância, o cometa a uns meros 180 milhões de quilômetros ou 75 milhões de vezes mais perto. Coincidentemente, o cometa também brilha de maneira similar. A curta cauda de poeira à esquerda da coma é a luz solar refletindo os grãos minúsculos de poeira aquecidos do núcleo. A cauda iônica longa e reta é composta principalmente de monóxido de carbono no gás fluorescente sob influência da luz ultravioleta orinda do Sol.

Como o cometa Jacques caminha em direção a sua maior aproximação à Terra no final de Agosto, está gradualmente ganhando velocidade a partir de nossa perspectiva e subindo mais alto no céu da manhã. Uma semana atrás, o crepúsculo tinha 10º. Agora, o cometa está a cerca de 20º de altura acima do horizonte nordeste em torno das 04:00 hs. O cometa pode ser visto sem nenhuma dificuldade como uma pequena “estrela difusa” com binóculos de 10x50. Com telescópios maiores é possível notar nuances interessantes do cometa.

cometa Jacques

© Michael Jaeger (cometa Jacques)

Uma perspectiva diferente do cometa Jacques obtida nesta imagem negativa acima enfatiza detalhes da cauda do cometa, foi realizada no dia 26 de Julho desta semana com um telescópio de 8 polegadas (20 cm).

Fonte: Universe Today

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Um cometa com núcleo duplo?

Parece que o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko tem um núcleo duplo.

cometa Churyumov-Gerasimenko

© ESA/Rosetta (cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko)

As imagens obtidas Rosettaem 14 de julho pela câmara OSIRIS a partir da sonda Rosetta mostram claramente que o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko parece ter duas partes que se tocam, o que poderia alterar os planos do pouso do módulo Philae na superfície do cometa, prevista para 11 de Novembro deste ano, pois poderia ser mais difícil devido esta forma restringir zonas de pouso em potencial.

O núcleo do cometa é claramente um binário de contato com dois constituintes menores, e de tamanhos diferentes. O núcleo tem um período de rotação de cerca de 12,4 horas, e uma dimensão de 4 km por 3,5 km. Os dois componentes teriam entrado em contato a uma velocidade relativa de cerca de 3 metros por segundo.

Formas irregulares e alongados não são incomuns para pequenos corpos como asteroides e cometas. Dos cinco núcleos de cometas que foram visitados por espaçonaves em voos rasantes até agora, todos estão longe de serem esféricos. 
A sonda Rosetta até seu encontro em 6 de Agosto, mostrará mais detalhes do cometa. Nos próximos meses, os cientistas esperam determinar mais informações sobre as propriedades físicas e mineralógicas do cometa, propiciando concluir se o corpo do cometa era realmente constituído por duas partes individuais.

Fonte: Max Planck Institute for Solar System Research

sábado, 7 de junho de 2014

O cometa PanSTARRS e a galáxia NGC 3319

Varrendo vagarosamente pelos céus do norte, o cometa PanSTARRS C/2012 K1, posa para esse retrato telescópico feito no dia 2 de Junho de 2014 na constelação de Ursa Maior.

o cometa PanSTARRS e a galáxia NGC 3319

© Alessandro Falesiedi (o cometa PanSTARRS e a galáxia NGC 3319)

Agora, dentro do Sistema Solar interno, o corpo congelado da Nuvem de Oort, apresenta duas caudas, uma cauda mais brilhante e vasta de poeira e uma cauda iônica que se estende abaixo e a direita. A coma esverdeada condensada do cometa faz um belo contraste  com o fundo estelar amarelado acima. A galáxia espiral NGC 3319 aparece na parte superior esquerda da imagem que se espalha por quase duas vezes o diâmetro aparente da Lua Cheia. A galáxia está a cerca de 47 milhões de anos-luz de distância, muito além das estrelas da Via Láctea. Em comparação, o cometa está a meros 14 minutos-luz do nosso planeta. Esse cometa PanSTARRS lentamente ganhará brilho com o passar dos meses, se tornando um belo alvo para os observadores de cometas, e atingirá o periélio, ou seja, o ponto da sua órbita mais próximo do Sol, enquanto estará um pouco além da órbita da Terra no final do mês de Agosto de 2014.

Fonte: NASA

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Rosetta vê sinais de atividade em cometa

O cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, o destino da missão Rosetta, começou a revelar a sua verdadeira personalidade nas últimas semanas.

sequência de imagens do cometa Churyumov–Gerasimenko

© ESA (sequência de imagens do cometa Churyumov–Gerasimenko)

Uma sequência de imagens vistas acima foram obtidas pela sonda Rosetta entre 27 de março e 4 de maio, mostrando o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko movendo-se contra um fundo de estrelas na constelação do Ofiúco. Durante esse período, a Rosetta reduziu a distância que a separa do cometa de 5 para 2 milhões de quilômetros.

Imagens recentemente obtidas pela sonda europeia mostram claramente o desenvolvimento de uma coma com aproximadamente 1.300 quilômetros de diâmetro. Para comparação, o núcleo tem cerca 4 quilômetros de diâmetro.

“Está começando a parecer-se com um verdadeiro cometa”, afirmou Holger Sierks, pesquisador principal do OSIRIS, o sistema de imagem da Rosetta. “Custa a acreditar que dentro de alguns meses a Rosetta estará no interior desta nuvem de poeira, a caminho da origem da atividade do cometa.”

A formação da coma é uma consequência da progressiva aproximação do cometa ao periélio da sua órbita. Apesar de se encontrar a mais de 600 milhões de quilômetros de distância do Sol (aproximadamente quatro vezes a distância que separa o Sol do nosso planeta), o núcleo de 67P/Churyumov–Gerasimenko começou já a aquecer o suficiente para que os gelos aprisionados na sua superfície comecem a sublimar. À medida que o gás escapa para o espaço, arrasta consigo uma nuvem de pequenas partículas de poeira, que se expande para criar a coma.

Estas imagens tem sido usadas pela equipe da missão para determinar a trajetória exata da Rosetta na sua viagem em direção ao seu destino. As observações têm permitido ainda rastrear variações periódicas no brilho do cometa. Os dados até agora reunidos revelaram que o núcleo tem um período de rotação de 12,4 horas, aproximadamente 20 minutos mais curto que o assumido anteriormente.

“Estas primeiras observações estão auxiliando no desenvolvimento de modelos do cometa que irão ser essenciais para nos ajudar a navegar ao seu redor”, explica Sylvain Lodiot, gerente operacional da missão Rosetta. A sonda europeia iniciou já a série de manobras que irão alinhar a sua trajetória com a do cometa. O encontro definitivo ocorrerá na primeira semana de Agosto, quando a Rosetta alcançará a altitude mínima de 183 quilômetros.

Fonte: ESA

sexta-feira, 28 de março de 2014

Cometa C/2013 A1 emite dois jatos de poeira

A NASA divulgou uma imagem do cometa C/2013 A1, que em 19 de Outubro de 2014, passará a 135 mil quilômetros de Marte, menos do que a metade da distância entre a Terra e a Lua.

cometa Siding Spring

© Hubble (cometa Siding Spring)

A imagem da esquerda, capturada em 11 de Março de 2014 pelo telescópio espacial Hubble da NASA, mostra o cometa C/2013 A1, também chamado de Siding Spring, a uma distância de 568 milhões de quilômetros da Terra. O Hubble não pode ver o núcleo congelado do cometa, devido ao seu pequeno tamanho. O núcleo é envolto por uma nuvem de poeira brilhante, a coma, que mede cerca de 19,3 mil quilômetros de diâmetro.

A imagem da direita mostra o cometa depois da imagem ter sido processada. Técnicas de processamento foram aplicadas para remover o brilho da coma, revelando o que parece ser dois jatos de poeira vindos de um local no núcleo e sendo emitidos em direções opostas. Essa observação deve permitir que os astrônomos possam medir a direção do polo do núcleo, e o seu eixo de rotação.

O Hubble também observou o Siding Spring no dia 21 de Janeiro de 2014, enquanto a Terra cruzava seu plano orbital, que é a trajetória do cometa enquanto ele orbita o Sol. Essa posição relativa entre os dois corpos permitiu que os astrônomos pudessem determinar a velocidade da poeira que está sendo expelida do núcleo do cometa.

“Essa é uma informação crítica que nós precisamos saber para determinar, se, e qual o grau, os grãos de poeira na coma do cometa impactarão Marte e as sondas que estão na sua vizinhança”, disse Jian-Yang Li do Planetary Science Institute em Tucson, no Arizona.

Descoberto em Janeiro de 2013 por Robert H. MacNaught, no Observatório de Siding Spring, o cometa está indo em direção ao Sol ao longo de sua órbita de aproximadamente 1 milhão de anos e está agora dentro do raio da órbita de Júpiter. O cometa fará sua maior aproximação do Sol, em 25 de Outubro de 2014, passando a uma distância de 209 milhões de quilômetros, bem fora da órbita da Terra. Não se espera que o cometa torne-se brilhante o suficiente para ser visível a olho nu.

Fonte: NASA

Registro do cometa Churyumov-Gerasimenko

A sonda Rosetta registrou a primeira imagem de seu cometa de destino desde que acordou de seu sono cósmico.

cometa Churyumov-Gerasimenko

© ESA (cometa Churyumov-Gerasimenko)

O cometa é o pequeno círculo ao lado do aglomerado globular M107. As primeiras imagens do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foram feitas nos dias 20 e 21 de Março de 2014 com a câmera de grande angular e pela câmera de ângulo estreito do instrumento da sonda chamado Optical, Spectroscopic and Infrared Remote Imaging System (OSIRIS). A Rosetta, é uma missão internacional liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA) com suporte e instrumentos fornecidos pela NASA.

As duas imagens foram feitas a uma distância de cerca de cinco milhões de quilômetros e necessitou uma série de exposições de 60 a 300 segundos, feitas com as câmeras de ângulo estreito e de grande angular. O imageamento do 67P/Churyumov-Gerasimenko é parte de seis semanas de atividades dedicadas para preparar os instrumentos científicos da sonda para o estudo mais detalhado do cometa que está por vir. A sonda Rosetta está viajando pelo Sistema Solar por 10 anos, e alcançará o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em Agosto desse ano.

A sonda Rosetta foi reativada em 20 de Janeiro de 2014 depois de 957 dias de hibernação. Os três instrumentos norte-americanos a bordo da Rosetta, são o Microwave Instrument for the Rosetta Orbiter, Alice (um espectrógrafo de imageamento ultravioleta) e o Ion and Electron Sensor.

Fonte: NASA

sexta-feira, 14 de março de 2014

Grupo brasileiro descobre mais um cometa

A União Astronômica Internacional (IAU) acaba de confirmar a descoberta do cometa C/2014 E2 Jacques.

cometa Jacques

© Remanzacco Observatory (cometa Jacques)

A imagem acima foi obtida remotamente pelo iTelescope, em Siding Spring, em 13 de março de 2014, mostrando que o objeto é um cometa, apresentando uma coma brilhante com diâmetro de cerca de 2 arcmin. O objeto foi designado provisoriamente como S002692, sendo identificado em imagens obtidas na noite de 12 de março de 2014, com 15ª magnitude.

O cometa Jacques é o segundo descoberto pelos astrônomos brasileiros Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros por intermédio do Observatório SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research), localizado em Oliveira (Minas Gerais).

O primeiro cometa, o C/2014 A4 SONEAR, foi descoberto pelo grupo no dia 12 de janeiro de 2014. Naquela ocasião, os astrônomos amadores liderados por Cristóvão Jacques haviam identificado o objeto, mas não tinham certeza de sua natureza cometária. Quando isso acontece, as regras de nomenclatura sugerem que o cometa leve o nome do observatório que primeiro reportou sua existência. Por isso, ele se tornou o cometa SONEAR. Nesta segunda descoberta, prontamente foi possível identificar uma coma, ou seja, uma atmosfera tênue em volta do objeto, devido à evaporação de material volátil. Consequentemente, após outros astrônomos espalhados pelo mundo confirmarem a descoberta, o cometa foi batizado oficialmente de C/2014 E2 Jacques, constando o nome de seu descobridor.

O sistema de buscas implementado pelo SONEAR é eficiente, e devido a  pouca concorrência de observatórios buscadores destes astros no hemisfério Sul, o grupo com certeza fará novas descobertas.

Fonte: SONEAR e Remanzacco Observatory

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Descoberto cometa genuinamente brasileiro

Utilizando um telescópio instalado no interior de Minas Gerais, um grupo de brasileiros conseguiu detectar e confirmar a descoberta do primeiro cometa brasileiro em território nacional.

cometa SONEAR

© Remanzacco Observatory (C/2014 A4 SONEAR)

Lembrando que, no dia 26 de fevereiro de 1860, o cometa Olinda foi descoberto pelo astrônomo francês Emmanuel Liais, que estava a serviço do Observatório Imperial de Paris. A descoberta foi feita no observatório do Alto da Sé, situado em Olinda, Pernambuco, Brasil. Foi o primeiro cometa descoberto na América do Sul e era o único cometa descoberto em território brasileiro. Em 1882 foi descoberto também em território nacional o cometa C/1882 R1 Cruls pelo belga, naturalizado brasileiro, Louis Ferdinand Cruls do Observatório Imperial do Rio de Janeiro. Apesar de existirem alguns registros anteriores ao de Cruls, o Observatório Imperial foi o primeiro a medir a posição e divulgar à comunidade científica por meio de mensagem telegráfica enviada aos editores da revista L'Astronomie. O brasileiro Paulo Holvorcem descobriu vários objetos, sendo dois cometas de maneira solidária, porém as descobertas ocorreram fora do Brasil.

Agora, um cometa genuinamente brasileiro, denominado de C/2014 A4 SONEAR, o objeto foi descoberto pelos astrônomos brasileiros Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros a partir de imagens feitas no dia 12 de janeiro de 2014, como um objeto de magnitude 18 localizado na constelação da Pomba (Columba). Os registros foram obtidos através de um telescópio de 457 mm (18"), com câmera CCD acoplada, instalado no observatório SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Asteroid Research), localizado na cidade mineira de Oliveira.

A detecção do objeto, que inicialmente tinha um aspecto asteroidal, foi primeiramente submetida à União Astronômica Internacional (IAU), e diversos astrônomos passaram a executar as medições (astrometria) do novo objeto antes que a descoberta fosse confirmada.

Em 13 de janeiro, um dia após a detecção inicial, os astrônomos Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini, ligados ao Observatório Remanzacco, na Itália, coletaram 19 imagens a partir de um telescópio robótico instalado em Siding Spring, na Austrália, confirmando a existência de uma pequena coma ligeiramente elongada no sentido norte-este, que pode ser vista na imagem acima.

Outra série de 25 exposições feitas no dia 14 de janeiro também confirmou que o objeto descoberto era de fato um cometa, com uma difusa coma de 8 arcosegundos de diâmetro.

Finalmente, após 3 dias de observações, em 16 de janeiro de 2014 a IAU confirmou a descoberta dos astrônomos brasileiros, batizando oficialmente de C/214 A4 SONEAR o primeiro astro desse tipo descoberto no Brasil por brasileiros.

De acordo com os recentes elementos orbitais, C/214 A4 SONEAR é um cometa de orbita parabólica, provavelmente originado na nuvem de Oort. Quando detectado, se encontrava a cerca de 5,68 UA (Unidade Astronômica, equivalente a cerca de 149,5 milhões de km) da Terra e 6,33 UA do Sol, com órbita altamente inclinada de 121 graus. Ele atingirá o periélio em 11 de setembro de 2015, quando passará a 3,82 UA do Sol, cerca de 571 milhões de quilômetros.

Fonte: SONEAR e Remanzacco Observatory

sábado, 30 de novembro de 2013

Os restos mortais do cometa ISON

O cometa C/2012 S1 ISON não apresenta sinais de atividade e devido a fragmentação tornou-se uma nuvem de debris (estilhaços).

cometa ISON

© SOHO (cometa ISON)

A imagem acima obtida pela câmara LASCO C3 da sonda SOHO indica uma acentuada queda de brilho após a passagem periélica, atualmente na 5ª magnitude. Nesta imagem o cometa ISON está trestes a sair do campo de visão da câmara.

A grande perda de material, pode ser observada através da animação abaixo, que descreve a trajetória do cometa, antes e depois da maior aproximação da coroa solar, obtida pela câmara COR2-A da sonda STEREO da NASA.

trajetória do cometa ISON no periélio

© STEREO/COR2-A (trajetória do cometa ISON no periélio)

Mas, ainda há dúvida se restou um pedaço do núcleo e se ele está ativo, ou seja, produzindo algum gás. O diâmetro do núcleo do cometa ISON era de cerca de 1,4 km, porém, agora é muito menor. Brevemente, saberemos a respeito quando o telescópio espacial Hubble captar uma imagem mais nítida nos últimos dias do ano.

O desvanecimento de brilho e o afastamento do cometa em relação ao Sol desfavorece completamente a visão a olho nu do astro na próxima semana, preferencialmente no hemisfério norte.

A passagem rasante do cometa ISON fragilizou sua estrutura, e seu renascimento temporário pode ter sido seu último suspiro!

Fonte: NASA e Cometas Blog

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cometa ISON ressurge das cinzas

O cometa C/2012 S1 ISON não resistiu ao periélio e foi quase totalmente consumido pelo calor do Sol.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (fragmento do cometa ISON)

Depois que todo mundo viu o cometa reduzir paulatinamente de brilho e sumir por trás do Sol, parecia que o destino estava selado. Redução rápida de magnitude significava fragmentação, e um cometa aos pedaços não resistiria aos 2.700 ºC durante a passagem a 1,2 milhão de km de uma estrela. A essa temperatura, aos pedaços, todo o gelo sofre sublimação. No auge da aproximação, o cometa se deslocava a mais de 350 km/s pela atmosfera solar.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C2 (fragmento do cometa ISON)

Existe indícios de que possivelmente o cometa ISON se desintegrou parcialmente às 17:40 (UTC) em 28 de novembro de 2013. Porém, um rastro de fragmentos foi observado logo após o periélio, através de imagens obtidas pelas câmeras C2 e C3 da sonda SOHO, indicando que uma pequena parte do núcleo do ISON sobreviveu ao periélio.

Embora o cometa ISON tenha sofrido ruptura, oferece uma oportunidade muito rara, já que possibilita observar como um dos objetos mais antigos do Sistema Solar interage com o campo magnético do Sol.

Que outras surpresas o cometa ISON nos reserva, além de uma ressurreição?

Fonte: NASA

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sondas captam aproximação do cometa ISON

No início desta quarta-feira o cometa C/2012 S1 ISON penetrou no campo de visão do coronógrafo LASCO C3 da sonda SOHO (Solar and Heliospheric Observatory).

cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (cometa ISON)

As primeiras imagens do coronógrafo LASCO C3 mostravam o cometa ISON aparentemente íntegro quando estava a apenas 22 milhões de quilômetros da superfície do Sol. O cometa ISON surgiu lentamente pelo canto inferior direito da imagem, com velocidade estimada em 830 mil km/h. À medida que se aproxima do Sol essa velocidade vai aumentar ainda mais até atingir o periélio na quinta-feira, às 18h38 BRT, quando o cometa ISON chegará a apenas 1,1 milhão de quilômetros da superfície, cuja velocidade neste momento será de 1,36 milhão km/h. Esta velocidade será suficiente para fazê-lo contornar o Sol, desde que suporte o calor intenso de 2 milhões de graus na região plasmática da coroa solar e também a influência das forças de maré durante a máxima atração gravitacional.

Alguns dias antes a sonda STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) através das cãmeras SECCHI (Sun Earth Connection Coronal and Heliospheric Investigation) acompanhou o cometa ISON aproximando do Sol, visto na filme a seguir.

© STEREO/SECCHI (cometa ISON)

Este filme mostra o cometa ISON, o planeta Mercúrio, o cometa Encke e a Terra ao longo de um período de cinco dias (a partir de 20 novembro até 25 novembro de 2013). O Sol está à direita do campo de visão da câmera.

Fonte: NASA

sábado, 23 de novembro de 2013

O cometa ISON perde fragmentos individuais

Um ou mais fragmentos poderão ter-se separado do núcleo do cometa ISON nos últimos dias.

imagem da estrutura alada do cometa ISON

© O. Wendelstein (imagem da estrutura alada do cometa ISON)

Duas estruturas tipo-asa no ambiente gasoso em redor do cometa, fotografadas por uma equipe de cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar e do Observatório Wendelstein da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, parecem indicar isso; as estruturas aparecem em imagens obtidas no final da semana passada. Este distanciamento de pedaços individuais de detritos pode possivelmente explicar o recente aumento de brilho do cometa.

O cometa ISON tem decepcionado muitos astrônomos amadores ao longo da sua viagem até ao Sol. O brilho do cometa, que passará no dia 28 pela superfície do Sol a uma relativamente pequena distância de pouco mais de um milhão de quilômetros, não aumentou tanto quanto inicialmente se esperava. No final da semana passada, a luminosidade do ISON subiu dramaticamente com vários observadores a relatando um considerável aumento de brilho.

Uma possível indicação para a causa do surto é fornecida por imagens do cometa obtidas e avaliadas recentemente por cientistas do Observatório Wendelstein e do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

As análises mostram duas estruturas visíveis na atmosfera do cometa que se estendem a partir do núcleo como asas. Estas "asas" eram ainda bastante fracas no dia 14 de novembro, mas dominavam claramente as imagens obtidas dois dias depois. "Tais estruturas ocorrem tipicamente após a separação de fragmentos individuais a partir do núcleo cometário," realça Hermann Böhnhardt do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

Tal como o núcleo do cometa, os seus fragmentos também libertam gás e poeira para o espaço. Se as emissões do cometa e dos fragmentos menores se encontram, é gerada uma espécie de camada separadora e por vezes tem um carácter tipo-asa. Se o aumento de brilho visto nos últimos dias foi também provocado pela divisão dos fragmentos, "isso não pode ser afirmado com certeza," acrescenta Böhnhardt. No entanto, esta relação foi comprovada noutros cometas.

As estruturas tipo-asa nas imagens não podem ser avistadas a olho nu, são necessários métodos numéricos para aparecerem em imagens processadas. Para este fim, deve ser analisado o ambiente gasoso do cometa no computador em busca de mudanças de brilho. O uniforme pano de fundo da atmosfera do cometa é subtraído e deixa assim de eclipsar as frágeis estruturas. "As nossas simulações indicam que ou apenas se dividiu uma única parcela, ou apenas poucos pedaços menores," afirma Böhnhardt.

Ainda não se sabe como o cometa irá comportar-se nas próximas semanas, quando der a volta ao Sol. "No entanto, a experiência passada mostra que os cometas que perdem fragmentos têm tendência para fazê-lo novamente," conclui Böhnhardt.

No dia 19 de novembro o cometa ISON apresentou uma desconexão, observada na imagem a seguir obtida por Joseph Brimacombe.

desconexão no cometa ISON

© Joseph Brimacombe (desconexão no cometa ISON)

Fonte: Instituto Max Planck