quarta-feira, 27 de abril de 2011

Rota de um cometa

Aficcionados que costumam tirar fotos do céu, e observar fenômenos astronômicos interessantes, podem se tornar importantes colaboradores da ciência na era da Internet.

rota do cometa Holmes

© Dustin Lang e David Hogg (rota do cometa Holmes)

Dois astrônomos profissionais conseguiram traçar a órbita ainda desconhecida de um cometa, no último mês, graças a uma série de fotos amadoras disponíveis na web às quais eles tiveram acesso.

Um dos astrônomos é da Universidade de Princeton (EUA) e o outro do Instituto Max-Palnck de Astronomia em Heidelberg, na Alemanha. Em outubro de 2007, o cometa 17P/Holmes foi considerado pela Astronomia o corpo celeste mais brilhante do Sistema Solar, o que levou uma legião de curiosos a tentar fotografá-lo.

Usando um simples mecanismo de busca na Internet, eles encontraram 2.476 fotos do cometa Holmes. A partir de um site especializado em Astronomia, 1.299 delas foram consideradas fotos noturnas legítimas, nas quais se podia estudar. Calculando onde cada foto situou o cometa no tempo e no espaço, foi possível identificar a rota completa por onde passou o Holmes, e a Astronomia agora já conhece sua órbita.

A dupla de astrônomos parece animada com os resultados obtidos. Eles já planejam o próximo trabalho baseado exclusivamente em fotos amadoras da rede mundial. Será para definir o itinerário de outro cometa, o Hayakatuke, que aparece em 3.500 fotos diferentes apenas no site Flickr.

Fonte: Popular Science

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Existência de água líquida em cometas

Foram encontrados indícios de água líquida no passado dos cometas, desbancando a ideia de que eles nunca experimentaram calor suficiente para derreter o gelo que forma a maior parte de sua massa.
cometa Holmes
© Vicent Peris (cometa Holmes)
Os pesquisadores, liderados por Eva Berger, da Universidade do Arizona, fizeram a descoberta analisando grãos de poeira do cometa Wild-2, trazidos de volta à Terra pela sonda Stardust.
Lançada em 1999, a sonda Stardust capturou minúsculas partículas lançadas da superfície do cometa em 2004, usando um material super leve, chamado aerogel, e as trouxe de volta à Terra em uma cápsula que aterrissou no estado de Utah, nos Estados Unidos, dois anos depois.
Na nossa amostra, foram encontrados minerais que se formam na presença de água líquida,  indicando que em algum ponto da sua história, o cometa conteve 'reservatórios' de água.
Os cometas são frequentemente chamados de "bolas de neve sujas" porque são formados principalmente de água congelada, e de fragmentos de rochas e gases congelados.
"Quando o gelo derreteu no Wild-2, a água quente resultante dissolveu minerais que estavam presentes naquele momento, precipitando os minerais na forma de sulfetos de ferro e cobre que observamos em nosso estudo", diz Dante Lauretta, coautor do estudo. "Os sulfetos se formaram entre 50 e 200 graus Celsius, muito mais quente do que as temperaturas abaixo de zero previstas para o interior de um cometa."
Ao contrário dos asteroides, pedaços extraterrestres formados por rochas e minerais, os cometas apresentam uma cauda formada por jatos de gás e vapor que o fluxo de partículas de alta energia vindas do Sol arranca de seus corpos congelados.
Mas os resultados da sonda Stardust também já haviam mostrado que há similaridades entre asteroides e cometas.
A descoberta dos sulfetos minerais de baixa temperatura é importante para a compreensão de como cometas se formaram, consequentemente fornece informações sobre a origem do Sistema Solar.
Além da evidência de água líquida, os ingredientes descobertos colocam um limite superior para as temperaturas que Wild-2 encontrou desde sua origem e ao longo de sua história.
O mineral que foi encontrado, a cubanita, é muito raro em amostras vindas do espaço. A cubanita é um sulfeto de ferro e cobre também é encontrado na Terra, em depósitos de minério expostos às águas subterrâneas aquecidas, e em um determinado tipo de meteorito.
Este mineral existe em duas formas, e a que encontramos só existe abaixo de 210 graus Celsius, significando que esses grãos não foram submetidos a temperaturas mais elevadas do que isso.
Fonte: Geochimica e Cosmochimica Acta