sábado, 15 de novembro de 2014

O módulo Philae inicia hibernação

O módulo Philae completou sua missão principal antes da hibernação.

vista panorâmica da superfície do cometa

© Philae (vista panorâmica da superfície do cometa)

O módulo Philae foi levantado em torno de 4 cm e rotacionado em cerca de 35°, numa tentativa para receber mais energia solar, e aumentar sua autonomia para efetuar suas tarefas previstas.

O módulo Philae realmente parece estar bem fixado ao chão e cercado por rochas. As equipes do centro de operações espaciais da ESA e da agência aeroespacial alemã DLR conseguiram ativar o instrumento de perfuração SD2 do módulo Philae. A sonda completou as medições previstas para o bloco final de experiências sobre a superfície, coletando dados científicos a partir dos instrumentos, incluindo Rolis, Ptolomeu, SD2, COSAC (Cometary Sampling and Composition Experiment) e CONSERT (Comet Nucleus Sounding Experiment by Radiowave Transmission). O instrumento COSAC é um dos experimentos que dependiam da perfuratriz SD2 atingir o solo do cometa e trazer amostras de volta para o interior do Philae.

O COSAC vai buscar a presença de compostos orgânicos e identificar qual forma quiral possuem os aminoácidos contidos no cometa.

Essa última sessão provavelmente deve encerrar atualmente as operações do Philae, quando entrará em suspensão, até próximo do periélio do cometa que será no dia 13 de Agosto de 2015. Talvez, quando o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko se aproximar mais do Sol, as baterias sejam recarregadas e ele volte da hibernação para retornar mais informações.

Os dados coletados pela sonda permitirá aos cientistas observar mudanças que ocorrem no cometa, ajudando a responder a algumas das maiores e mais importantes questões sobre a história do nosso Sistema Solar.

Como funcionam os cometas? Como é que se formam e evoluem? Que papel desempenham os cometas na evolução dos planetas?

"Os dados coletados pelo Philae e Rosetta tornará essa missão um divisor de águas na ciência de cometas", diz Matt Taylor, cientista do projeto Rosetta da ESA.

Fonte: ESA

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O pouso no cometa do módulo Philae

O módulo Philae pousou ao lado da parede de um penhasco.

local de pouso no cometa

© Philae (local de pouso no cometa)

Há indicativos de que ele não está paralelo com o chão e uma das pernas do trem de pouso está suspensa no vácuo. Ele está estável, mas numa posição delicada, que deve inspirar cuidados.

O módulo quicou duas vezes na superfície do cometa antes de se estabilizar no solo, após a terceira descida. Segundo dados do instrumento ROMAP, que avalia o campo magnético, o primeiro toque no solo ocorreu às 13:34 hs, a uma velocidade de 1 m/s.

aproximação da superfície do cometa

© Philae (aproximação da superfície do cometa)

A imagem acima mostra a superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, obtida pela câmara ROLIS do Philae, a 40 metros de altitude, em Agilkia.

A seguir, o módulo Philae quicou de volta para cima a 38 cm/s e flutuou por cerca de 1 km, até voltar a tocar o chão às 15:25 hs. Sofreu novo rebote, desta vez a meros 3 cm/s, e voltou a pousar às 15:32 hs, desta vez para ficar. A débil gravidade do astro propiciou saltos suaves, sem causar danos ao veículo. O cometa tem uma gravidade de aproximadamente 1/10.000 da da Terra, e a sua velocidade de escape é cerca de 0,5 m/s. O Philae aterrissou com o dobro desta velocidade, pois os ressaltos eram uma preocupação.

Novas estimativas com base na telemetria dão conta de que o Philae está recebendo só 1h30 de exposição solar por rotação, o que é muito pouco se comparado à expectativa original, que em torno de 6 a 7 hs. Os engenheiros tentarão fazer pequenos movimentos que realinhem melhor o módulo, de forma a melhorar esse desempenho. Mas a situação não parece favorável para observações de longo prazo. Entretanto, oito dos dez instrumentos do Philae estão operando. Os outros dois, o APXS (Alpha Proton X-ray Spectrometer) e o sistema de perfuração, foram temporariamente desligados porque ambos envolvem contato com a superfície e os engenheiros estão preocupados em desestabilizar a orientação aparentemente precária do módulo.

Fonte: ESA

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Módulo Philae pousa na superfície de cometa

O módulo Philae pousou hoje na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko!

Agilkia, local de pouso do módulo Philae

© Rosetta (Agilkia, local de pouso do módulo Philae)

A imagem acima é um mosaico de quatro fotos individuais captadas, em 6 de novembro, pela NavCam instalada na sonda Rosetta, a partir de uma distância de 30,5 km do centro do cometa.

A sonda Rosetta da ESA (Agência Espacial Europeia) chegou ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko no dia 6 de Agosto de 2014, após uma viagem de uma década. O que encontrou foi chocante. O núcleo do cometa tem uma forma estranha, parecendo um pato de borracha, dominada por um par de lóbulos unidos por um "pescoço" repleto de pedregulhos. A escolha de um local de pouso não seria fácil. A Rosetta passou mais de um mês coletando dados do cometa para cientistas tomarem a sua decisão.

"Nenhum dos locais candidatos preenchia os critérios operacionais a 100%," afirma Stephan Ulamec, gerente do projeto Philae no DLR (Centro Aeroespacial Alemão). O local escolhido, denominado Agilkia, é claramente a melhor solução. Agilkia é um local relativamente plano, sem pedregulhos, no lóbulo mais pequeno do cometa. Recebe muita luz solar para os painéis do Philae e tem uma boa linha de visão para comunicações com a Rosetta que orbita acima.

O módulo Philae deixou a sonda Rosetta a partir de uma altura de 22,5 km à medida que o cometa girava livremente abaixo. Sem navegação ativa durante a lenta descida, que consumiu cerca de 7 horas.

módulo a 3km de Agilkia

© Philae (módulo a 3km de Agilkia)

A imagem mostra o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, adquirida pelo instrumento Rolis no módulo Philae durante a descida em 12 de novembro de 2014 14:38:41 UT a uma distância de cerca de 3 km da partir da superfície. O local de pouso foi fotografada com uma resolução de cerca de 3m por pixel.

O módulo Philae pousou com sucesso na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko às 13:35 hs do dia 12 de novembro de 2014, tornando-se o primeiro artefato humano a realizar um pouso suave num astro desse tipo. O pouso foi confirmado às 14:03 hs, 28 minutos após, sendo o tempo que leva para que os sinais de rádio da sonda atravessem os 511 milhões de quilômetros que a separam da Terra. A ESA, através de dados da telemetria, informou que o pouso do módulo Philae foi muito suave e momentaneamente está estável, mas os arpões não dispararam, assim como o sistema de descida ativa, que já parecia estar defeituoso na checagem antes do pouso. As operações em solo continuam, e os engenheiros estudam a possibilidade de tentar redisparar os arpões, para garantir que o módulo permaneça fixado à superfície.

Ao longo dos próximos dias, o veículo estudará de perto o cometa, em busca de informações sobre a formação dos planetas do Sistema Solar e possivelmente sobre a origem da vida na Terra.

Um conjunto de 10 sensores no módulo, incluindo uma broca para obtenção de amostras e um instrumento acústico para analisar a estrutura sub-superficial do cometa serão utilizados num estudo sem precedentes de um cometa à "queima-roupa".

A aterrissagem bem-sucedida do Philae foi um feito incrível para a humanidade!

Fonte: ESA