sábado, 8 de outubro de 2011

Cometa Elenin se desintegrou?

Com base em primeiras imagens do cometa Elenin após sua saída da conjunção com o Sol, provavelmente o cometa se desintegrou na sua maioria. Talvez ainda podemos observar enxame de detritos do cometa.

posição do cometa Elenin

© Leonid Elenin (posição do cometa Elenin)

Esta imagem foi obtida no dia 6 de outubro, pelo próprio descobridor do cometa, Leonid Elenin, que usou o mesmo telescópio robótico que descobriu o cometa em 2010. Leonid fez uma única exposição de 30 segundos no quadrante de onde o objeto deveria ser encontrado.

Devido às condições desfavoráveis para o sensoriamento, a imagem não pode ser considerada como prova de que o cometa realmente se desintegrou completamente, mas com certeza ocorreu uma ruptura parcial. O objeto está muito próximo ao horizonte e a imagem já revela os primeiros sinais da interferência do Sol, impedindo uma observação mais sensível.

Atualmente, a luminosidade deste objeto não ultrapassa da magnitude 18.

Nos próximos dias o cometa estará nascendo mais cedo no quadrante leste sofrendo menos inflência da alvorada, porém a presença da Lua Cheia deverá novamente interferir nas observações óticas.

Espera-se que no futuro próximo os restos do cometa sejam observados em um telescópio de grande porte.

Fonte: SpaceObs

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A água da Terra pode ter vindo do espaço

Uma boa proporção de água dos oceanos pode ter se originado dos cometas e asteroides, mais do que era estimado até agora, talvez até toda a água, segundo um grupo de cientistas que estudou um desses corpos celestes.

cometa Hartley 2

© NASA (cometa Hartley 2)

Essa conclusão foi alcançada por uma equipe internacional de especialistas coordenado por Paul Hartogh, do Instituto Max-Planck para Estudos do Sistema Solar, da Alemanha, após detectar pela primeira vez em um cometa água com uma composição similar à dos oceanos terrestres.

Sua pesquisa pôde ser realizada graças aos instrumentos do Observatório Espacial Herschel da ESA (agência espacial europeia). Os cientistas descobriram que a água dos oceanos terrestres tem a mesma composição que o gelo encontrado em um cometa identificado como 103P/Hartley 2, da família de Júpiter (corpos que orbitam o planeta gigante), cuja origem estaria na nuvem de Oort - fora do Sistema Solar. Para chegar a esta conclusão, Hartogh e seus companheiros determinaram a proporção de deutério (hidrogênio pesado) e hidrogênio comum (D/H) na água do 103P/Hartley 2.

cometa Hartley 2 visto pelo Herschel

© ESA (cometa Hartley 2 visto pelo Herschel)

Esta ilustração mostra a órbita do cometa Hartley 2 em relação aos dos cinco planetas mais interiores do Sistema Solar. O cometa fez sua última passagem perto da Terra em 20 de outubro, chegando a 19,45 milhões de quilômetros. Nesta ocasião, Herschel observou o cometa. A inserção do lado direito mostra a imagem obtida com o instrumento Herschel PACS. As duas linhas são os dados de água do instrumento HIFI (Instrumento Heterodino para Infravermelho Distante de Herschel).

Outros seis cometas, analisados nos últimos anos com o mesmo HIFI, deram valores muito diferentes do D/H existente em nossos oceanos, mas não diminui o entusiasmo dos cientistas, já que na época da formação do Sistema Solar os cometas do tipo de Hartley 2 seriam bem mais comuns.

As análises sobre a origem dos oceanos foram motivo de debate já que várias pesquisas apontavam que procedeu principalmente do impacto dos asteroides com a Terra. Hartogh explica que, no seu período de formação, a Terra era muito seca e por isso a água existente nesse momento evaporou no espaço.

Segundo os cientistas, a água deve ter surgido 8 milhões de anos depois da formação do planeta, por isso a possível origem da água foram os cometas e os asteroides. É possível estabelecer de onde procedeu a água analisando a composição isotópica, especialmente a proporção de deutério (D/H).

Fonte: Nature