sábado, 30 de novembro de 2013

Os restos mortais do cometa ISON

O cometa C/2012 S1 ISON não apresenta sinais de atividade e devido a fragmentação tornou-se uma nuvem de debris (estilhaços).

cometa ISON

© SOHO (cometa ISON)

A imagem acima obtida pela câmara LASCO C3 da sonda SOHO indica uma acentuada queda de brilho após a passagem periélica, atualmente na 5ª magnitude. Nesta imagem o cometa ISON está trestes a sair do campo de visão da câmara.

A grande perda de material, pode ser observada através da animação abaixo, que descreve a trajetória do cometa, antes e depois da maior aproximação da coroa solar, obtida pela câmara COR2-A da sonda STEREO da NASA.

trajetória do cometa ISON no periélio

© STEREO/COR2-A (trajetória do cometa ISON no periélio)

Mas, ainda há dúvida se restou um pedaço do núcleo e se ele está ativo, ou seja, produzindo algum gás. O diâmetro do núcleo do cometa ISON era de cerca de 1,4 km, porém, agora é muito menor. Brevemente, saberemos a respeito quando o telescópio espacial Hubble captar uma imagem mais nítida nos últimos dias do ano.

O desvanecimento de brilho e o afastamento do cometa em relação ao Sol desfavorece completamente a visão a olho nu do astro na próxima semana, preferencialmente no hemisfério norte.

A passagem rasante do cometa ISON fragilizou sua estrutura, e seu renascimento temporário pode ter sido seu último suspiro!

Fonte: NASA e Cometas Blog

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cometa ISON ressurge das cinzas

O cometa C/2012 S1 ISON não resistiu ao periélio e foi quase totalmente consumido pelo calor do Sol.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (fragmento do cometa ISON)

Depois que todo mundo viu o cometa reduzir paulatinamente de brilho e sumir por trás do Sol, parecia que o destino estava selado. Redução rápida de magnitude significava fragmentação, e um cometa aos pedaços não resistiria aos 2.700 ºC durante a passagem a 1,2 milhão de km de uma estrela. A essa temperatura, aos pedaços, todo o gelo sofre sublimação. No auge da aproximação, o cometa se deslocava a mais de 350 km/s pela atmosfera solar.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C2 (fragmento do cometa ISON)

Existe indícios de que possivelmente o cometa ISON se desintegrou parcialmente às 17:40 (UTC) em 28 de novembro de 2013. Porém, um rastro de fragmentos foi observado logo após o periélio, através de imagens obtidas pelas câmeras C2 e C3 da sonda SOHO, indicando que uma pequena parte do núcleo do ISON sobreviveu ao periélio.

Embora o cometa ISON tenha sofrido ruptura, oferece uma oportunidade muito rara, já que possibilita observar como um dos objetos mais antigos do Sistema Solar interage com o campo magnético do Sol.

Que outras surpresas o cometa ISON nos reserva, além de uma ressurreição?

Fonte: NASA

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sondas captam aproximação do cometa ISON

No início desta quarta-feira o cometa C/2012 S1 ISON penetrou no campo de visão do coronógrafo LASCO C3 da sonda SOHO (Solar and Heliospheric Observatory).

cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (cometa ISON)

As primeiras imagens do coronógrafo LASCO C3 mostravam o cometa ISON aparentemente íntegro quando estava a apenas 22 milhões de quilômetros da superfície do Sol. O cometa ISON surgiu lentamente pelo canto inferior direito da imagem, com velocidade estimada em 830 mil km/h. À medida que se aproxima do Sol essa velocidade vai aumentar ainda mais até atingir o periélio na quinta-feira, às 18h38 BRT, quando o cometa ISON chegará a apenas 1,1 milhão de quilômetros da superfície, cuja velocidade neste momento será de 1,36 milhão km/h. Esta velocidade será suficiente para fazê-lo contornar o Sol, desde que suporte o calor intenso de 2 milhões de graus na região plasmática da coroa solar e também a influência das forças de maré durante a máxima atração gravitacional.

Alguns dias antes a sonda STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) através das cãmeras SECCHI (Sun Earth Connection Coronal and Heliospheric Investigation) acompanhou o cometa ISON aproximando do Sol, visto na filme a seguir.

© STEREO/SECCHI (cometa ISON)

Este filme mostra o cometa ISON, o planeta Mercúrio, o cometa Encke e a Terra ao longo de um período de cinco dias (a partir de 20 novembro até 25 novembro de 2013). O Sol está à direita do campo de visão da câmera.

Fonte: NASA

sábado, 23 de novembro de 2013

O cometa ISON perde fragmentos individuais

Um ou mais fragmentos poderão ter-se separado do núcleo do cometa ISON nos últimos dias.

imagem da estrutura alada do cometa ISON

© O. Wendelstein (imagem da estrutura alada do cometa ISON)

Duas estruturas tipo-asa no ambiente gasoso em redor do cometa, fotografadas por uma equipe de cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar e do Observatório Wendelstein da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, parecem indicar isso; as estruturas aparecem em imagens obtidas no final da semana passada. Este distanciamento de pedaços individuais de detritos pode possivelmente explicar o recente aumento de brilho do cometa.

O cometa ISON tem decepcionado muitos astrônomos amadores ao longo da sua viagem até ao Sol. O brilho do cometa, que passará no dia 28 pela superfície do Sol a uma relativamente pequena distância de pouco mais de um milhão de quilômetros, não aumentou tanto quanto inicialmente se esperava. No final da semana passada, a luminosidade do ISON subiu dramaticamente com vários observadores a relatando um considerável aumento de brilho.

Uma possível indicação para a causa do surto é fornecida por imagens do cometa obtidas e avaliadas recentemente por cientistas do Observatório Wendelstein e do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

As análises mostram duas estruturas visíveis na atmosfera do cometa que se estendem a partir do núcleo como asas. Estas "asas" eram ainda bastante fracas no dia 14 de novembro, mas dominavam claramente as imagens obtidas dois dias depois. "Tais estruturas ocorrem tipicamente após a separação de fragmentos individuais a partir do núcleo cometário," realça Hermann Böhnhardt do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

Tal como o núcleo do cometa, os seus fragmentos também libertam gás e poeira para o espaço. Se as emissões do cometa e dos fragmentos menores se encontram, é gerada uma espécie de camada separadora e por vezes tem um carácter tipo-asa. Se o aumento de brilho visto nos últimos dias foi também provocado pela divisão dos fragmentos, "isso não pode ser afirmado com certeza," acrescenta Böhnhardt. No entanto, esta relação foi comprovada noutros cometas.

As estruturas tipo-asa nas imagens não podem ser avistadas a olho nu, são necessários métodos numéricos para aparecerem em imagens processadas. Para este fim, deve ser analisado o ambiente gasoso do cometa no computador em busca de mudanças de brilho. O uniforme pano de fundo da atmosfera do cometa é subtraído e deixa assim de eclipsar as frágeis estruturas. "As nossas simulações indicam que ou apenas se dividiu uma única parcela, ou apenas poucos pedaços menores," afirma Böhnhardt.

Ainda não se sabe como o cometa irá comportar-se nas próximas semanas, quando der a volta ao Sol. "No entanto, a experiência passada mostra que os cometas que perdem fragmentos têm tendência para fazê-lo novamente," conclui Böhnhardt.

No dia 19 de novembro o cometa ISON apresentou uma desconexão, observada na imagem a seguir obtida por Joseph Brimacombe.

desconexão no cometa ISON

© Joseph Brimacombe (desconexão no cometa ISON)

Fonte: Instituto Max Planck

domingo, 17 de novembro de 2013

Aumento repentino de brilho do cometa ISON

O cometa C/2012 S1 ISON já está visível a olho nu em locais de baixa luminosidade, devido a um incremento substancial em seu brilho.

cometa ISON

© Adam Block (cometa ISON)

Este aumento súbito de brilho (outburst) de um cometa pode ocorrer devido à perda abrupta de massa em um intervalo de tempo muito curto. A sublimação de material ejeta ao espaço muita água e poeira aumentando o tamanho da coma, o que faz o cometa brilhar ainda mais próximo do Sol.
A ejeção de jatos de gás em todas as direções provoca a rotação do cometa expondo novas camadas de rocha à radiação solar. Estes fatores poderão induzir a uma ruptura do cometa na passagem periélica, que ocrrerá no dia 28 de novembro deste ano, quando o cometa passará pela superfície borbulhante do Sol a uma distância de cerca de um milhão de quilômetros. O núcleo de gelo e rochado cometa, cujo diâmetro é estimado entre dois e cinco quilômetros, será submetido a forças de maré gigantescas e a um calor brutal.
A seguir uma é vista uma animação da órbita do cometa ISON efetuada no software Solar System Scope.
 

© Solar System Scope (órbita do cometa ISON)

Em 27 de dezembro o cometa atinge o seu ponto de maior aproximação com a Terra, passando a uma distância de 64 milhões de quilômetros.
Para o astrônomo Emmanual Jehin, da Universidade de Liège, na Bélgica, utilizando o telescópio robótico TRAPPIST (TRAnsiting Planets and PlanetesImals Small Telescope), em La Silla, Chile, verificou que esse incremento de intensidade nas últimas noites, resultou no dobro da produção do material que vinha sendo ejetado pelo cometa, numa taxa de 2x1028 moléculas/segundo. Agora, podemos observar emissão de jatos na banda de OH (hidroxila), no mesmo local das de CN (cianogênio) e de C2 (carbono diatômico).
A imagem abaixo mostra a localização do cometa ISON, as 5:30 hs(horário de verão). Ele estará numa linha imaginária entre o planeta Marte e a estrela Spica, com baixa elongação e próximo do horizonte.

localização do cometa ISON
© Cartes du Ciel (localização do cometa ISON)

Nesta manhã de domingo (17/11), o cometa ISON estará na 5ª magnitude. Na região sudeste do Brasil estará visível apartir das 4:30 hs, e poderá ser visto até as 6:30 hs quando o Sol surgirá. Estas aparições no alvorecer deverão ser mais expressivas até o periélio, atingindo a magnitude –6.
 
Fonte: Cometas Blog

domingo, 3 de novembro de 2013

Um trio atual de cometas brilhantes

Uma excursão sob o céu permitirá observar um trio de cometas neste final de ano. Os cometas em questão são: 2P/Encke, C/2012 S1 (ISON) e C/2013 R1 (Lovejoy).

trio de cometas

© Cartes du Ciel (trio de cometas)

Uma vez que é raro ter três cometas relativamente brilhantes no mesmo pedaço de céu, ao mesmo tempo, você não vai querer perder esta oportunidade, agora que a Lua está na fase Nova, para observar estes astros.

O cometa Lovejoy foi descoberto em 7 de setembro de 2013 por Terry Lovejoy (Austrália). Na ocasião o objeto estava com magnitude 14. Atualmente com magnitude 8, poderá ser visto através de binóculos de 50 mm. Usando os mapas celestes, procure uma mancha difusa com um centro brilhante não muito longe da estrela brilhanteProcyon na constelação de Cão Menor. Nos próximos dias, Lovejoy vai iluminar com um adicional de 2 a 3 magnitudes, em direção à constelação de Câncer. Lovejoy provavelmente poderá ser visto a olho nu, em meados de novembro. Usuários com pequeno telescópio pode ver o cometa com facilidade, mas o desenvolvimento de sua cauda de gás ainda é fraco para detectar visualmente. Na segunda quinzena de novembro o cometa se encontrará na constelação de Leão Menor e possivelmente atingirá a magnitude 5.

cometa Lovejoy

© Gerald Rhemann (cometa Lovejoy)

Enquanto isso, o cometa Encke que translada ao redor do Sol a cada 3,3 anos. O cometa foi descoberto em 17 de janeiro de 1786 por Pierre Méchain. As estimativas atuais apontam uma magnitude 7, também poderá ser visto através de binóculos de 50 mm. Na manhã de 1º de novembro ele estará na constelação da Virgem, visível antes do Sol nascer. O brilho total deverá atingir a magnitude 7, porém sua altura será de apenas 10 graus acima do horizonte. No periélio, em 21 de novembro, o cometa Encke deverá atingir a magnitude 5.

cometa Encke

© Damian Peach (cometa Encke)

O outro astro que compõe o trio, é o cometa ISON. Ele foi descoberto pela equipe do Observatório ISON (International Scientific Optical Network), localizado em Kislovodsk, na Rússia, através dos observadores V. Nevski e A. Novichonok, no dia 21 de setembro de 2012 quando o objeto estava com magnitude 18. Agora está com magnitude 9. Observadores com binóculos na faixa de 70-100 mm vai vê-lo sob um céu escuro, mas no início de novembro será necessário um alcance de pelo menos 6 polegadas.

cometa ISON

© Michael Jäger (cometa ISON)

Especula-se, através de análise fotométrica,  que o cometa ISON sofrerá uma desintegração durante sua trajetória de aproximação do Sol. O pesquisador  Zdenek Sekanina publicou um artigo em outubro, analisando dois cometas oriundos da Nuvem de Oort, com propriedades semelhantes ao cometa C/2012 S1. O cometa C/1962 C1 Seki-Lines que passou a 0,0314 UA do Sol e o cometa C/2002 O4 Hönig, que passou a 0,776 UA. Apesar de estar mais próximo do Sol naquele momento, somente o cometa Seki-Lines sobreviveu à passagem periélica.

Pouco antes do razante solar, o ISON poderá chegar magnitude 3 em torno de 21 de novembro, normalmente uma presa fácil a olho nu, mas com baixa altitude que prejudicará a visão. Logo após, ocorrerá uma conjunção entre os cometa 2P/Encke e o C/2012 S1 ISON, que está prevista para ocorrer nos dias 24 e 25 de novembro. Se o cometa ISON pemanecer íntegro à passagem periélica em 28 de novembro, quando deve passar apenas 0,0124 UA do Sol, alcançando a magnitude –6, e com aproximadamente 0,5 grau de elongação  propiciará a visão de sua cauda se pondo no horizonte.

Fonte: REA e Universe Today

sábado, 2 de novembro de 2013

Outburst do cometa C/2012 X1 (LINEAR)

Em 21 de outubro 2013, ocorreu uma explosão de brilho (outburst) do cometa C/2012 X1 (LINEAR).

cometa C/2012 X1 (LINEAR)

© Gianluca Masi (cometa C/2012 X1 em 25/10/2013)

A magnitude do cometa era 8,5 em 20 de outubro, quando foi medida por Hidetaka Sato, com um brilho central de cerca de 10" de diâmetro. A previsão para a magnitude absoluta H10 para o cometa C/2012 X1 (LINEAR) seria em torno de 14 agora. Este cometa foi descoberto em 8 de dezembro de 2012 pela equipe do LINEAR (Lincoln Near Earth Asteroid Research), com a magnitude 19. Segundo os elementos orbitais iniciais este cometa alcançaria apenas a magnitude 11 em fevereiro de 2014.

Recentemente, o cometa C/2012 X1 (LINEAR) apresentou uma taxa de expansão de poeira semelhante à do cometa 17P/Holmes ocorrida em 2007.

cometa 17P/Holmes

© Michael Jäger (cometa 17P/Holmes em 27/11/2007)

Foi realizado um acompanhamento das medições deste objeto, no dia 21 outubro, por Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini do Observatório Remanzacco, onde calcularam a taxa de expansão de poeira do cometa C/2012 X1 (LINEAR) comparando com à do cometa 17P/Holmes.

C/2012 X1 (LINEAR)

© E. Guido, N. Howes e M. Nicolini (cometa C/2012 X1)

No momento da sessão de imagens com exposições não filtradas, obtidas remotamente a partir iTelescope Observatory, no Novo México, o cometa estava apenas a 16 graus acima do horizonte e o Sol a -11 graus. O cometa C/2012 X1 (LINEAR) apresenta uma morfologia semelhante ao outburst do cometa 17P/Holmes: o diâmetro da coma do é de cerca de 105" e a forte condensação central é de aproximadamente 15" de diâmetro, com magnitude aproximadamente 11.

filtro MCM

© E. Guido, N. Howes e M. Nicolini (filtro MCM)

A imagem acima mostra uma elaboração da imagem original com o filtro MCM (Median Coma Model). Este filtro cria um coma artificial, com base na fotometria da imagem original, e subtrair a própria imagem original, a fim de destacar as zonas internas do brilho diferente, que estão muito próximos do núcleo interior, e que seriam normalmente escondido da luz difusa do cometa. 
O diâmetro da coma aumentou de 113 para 202 arcseg (segundos de arco) em cerca de 88 horas (3,66 dias). Isto corresponde a uma velocidade radial projetada de 1,01 arcseg/hora (ou 24,3 arseg/dia) e, a uma distância de 2,95 UA, com velocidade de cerca de 0,6 km/s. Podemos comparar esta velocidade com a do 17P/Holmes durante o seu outburst de 2007, onde a taxa de expansão de poeira, também projetada no plano do céu, foi de cerca de 0,554 +/- 0,005 km/s 25 de outubro a 1 novembro, conforme artigo publicado por por Yi Lin et al. no periódico The Astronomical Journal.

curva de luz

© Seichii Yoshida (curva de luz do cometa C/2012 X1)

Atualmente, o astro não é visível na maior parte do Brasil, mas caso seu brilho continue a aumentar existe uma chance de observarmos este cometa a partir da última semana de janeiro de 2014 ao amanhecer na constelação de Ofiúco, talvez com magnitude 6, conforme previsão de Seichii Yoshida.

Fonte: Observatório Remanzacco