segunda-feira, 4 de maio de 2020

A cauda iônica do cometa SWAN

 O recém-descoberto Comet SWAN já desenvolveu uma cauda impressionante.



© Gerald Rhemann (cometa SWAN)

O cometa veio do Sistema Solar externo e acabou de passar dentro da órbita da Terra. Designado oficialmente como C/2020 F8 (SWAN), este iceberg interplanetário ultrapassará a distância mais próxima da Terra (perigeu) em 13 de maio e a mais próxima do Sol (periélio) em 27 de maio.

O cometa foi notado pela primeira vez no final de março por um entusiasta da astronomia, olhando imagens pela sonda SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) da ESA e da NASA em órbita solar, e recebeu o nome da câmera Solar Wind Anisotropies (SWAN) da sonda. 

A imagem em destaque, tirada do céu escuro da Namíbia pelo astrofotógrafo Gerald Rhemann em meados de abril, captou a coma verde brilhante do cometa SWAN e uma cauda iônica inesperadamente longa, detalhada e azul. 

Embora o brilho dos cometas seja notoriamente difícil de prever, alguns modelos fazem com que o cometa SWAN se torne brilhante o suficiente que está sendo visto a olho nu neste início do mês de Maio com a 5ª magnitude. Como o cometa está se aproximando do Sol, o seu brilho aumentará e a sua magnitude diminuirá, porém ficará cada vez mais próximo do horizonte dificultando sua visualização.

Fonte: NASA

A fragmentação do cometa ATLAS

 O telescópio espacial Hubble forneceu a visão mais nítida até ao momento do colapso do cometa C/2019 Y4 (ATLAS).



© Hubble (cometa ATLAS) 

O telescópio determinou aproximadamente 30 fragmentos do frágil cometa no dia 20 de abril e 25 pedaços no dia 23 de abril.

O cometa foi descoberto pela primeira vez em dezembro de 2019 pelo sistema robótico de levantamento ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) no Havaí, EUA. Aumentou rapidamente de brilho até meados de março, e alguns astrônomos previram inicialmente que talvez ficasse visível a olho nu em maio para se tornar um dos cometas mais espetaculares vistos nas últimas duas décadas. No entanto, o cometa começou abruptamente a ficar mais fraco, levando a especulação que o núcleo de gelo podia estar se fragmentando, ou até se desintegrando. A fragmentação do ATLAS foi confirmada pelo astrônomo amador José de Queiroz, que fotografou cerca de três fragmentos do cometa no dia 11 de abril.

As novas observações da fragmentação do cometa, pelo telescópio espacial Hubble, obtidas nos dias 20 e 23 de abril, revelam que os pedaços estão todos envoltos numa cauda de poeira cometária, varrida pela luz do Sol. Estas imagens fornecem mais evidências de que a fragmentação dos cometas é provavelmente comum e pode até ser o mecanismo dominante pelo qual os núcleos sólidos e gelados dos cometas morrem.

Considerando que a fragmentação cometária ocorre de forma rápida e imprevisível, as observações fiáveis são raras. Portanto, os astrônomos permanecem bastante incertos sobre a causa da fragmentação. Uma sugestão é que o núcleo original se quebre em pedaços por causa da ação dos jatos que expelem gelos através da sublimação. Dado que este fluxo provavelmente não está disperso uniformemente pelo cometa, agudiza a fragmentação.

As imagens nítidas do Hubble podem fornecer novas pistas sobre a separação. O telescópio distinguiu pedaços distintos tão pequenos quanto uma casa. Antes da fragmentação, todo o núcleo não podia ter mais do que o comprimento de dois campos de futebol.

O cometa ATLAS, em desintegração, está atualmente localizado dentro da órbita de Marte, a uma distância de mais ou menos 145 milhões de quilômetros da Terra quando as últimas observações do Hubble foram feitas. O cometa fará a sua maior aproximação à Terra no dia 23 de maio a uma distância de aproximadamente 115 milhões de quilômetros e, oito dias depois, passará pelo Sol a 37 milhões de quilômetros de distância.

Fonte: Space Telescope Science Institute