sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Aumento da atividade de cometa

O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko está mostrando um gradativo, mas claro aumento na sua atividade, como pode ser visto nas últimas imagens fornecidas pela equipe do instrumento OSIRIS.

superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko

© ESA/Rosetta (superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko)

A imagem acima do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi obtida em 10 de setembro de 2014, mostra jatos sendo emitidos ao longo de quase todo o corpo do cometa.

Enquanto as imagens obtidas a poucos meses atrás mostravam jatos distintos de poeira deixando o cometa, esses estavam limitados para a região do pescoço do cometa. As imagens mais recentes obtidas pelo sistema de imageamento científico da sonda Rosetta, OSIRIS, mostra que a poeira está sendo emitida ao longo de quase todo o corpo do cometa. Jatos também têm sido detectados no lobo menor do cometa.

“Nesse ponto, nós acreditamos que uma grande fração da superfície iluminada do cometa está mostrando algum nível de atividade”, disse o cientista Jean-Baptiste Vincent do OSIRIS e do Max Planck Insitute for Solar System Research (MPS) na Alemanha.

A partir dessas imagens, a equipe quer derivar um melhor entendimento da evolução da atividade cometária e do processo físico que a guia.

“Com a capacidade de monitorar essas emissões pela primeira vez poderemos ter muito mais ideias detalhadas”, disse o principal pesquisador do OSIRIS Holger Sierks. “Mas uma imagem sozinha não pode nos contar a história completa, a partir de uma imagem nós não podemos discernir exatamente de onde na superfície um jato surge”.

superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko

© ESA/Rosetta (superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko)

Esta imagem, obtida em 20 de outubro de 2014, traz detalhes dos jatos decorrentes de uma distância de 7,2 quilômetros da superfície do cometa.

Ao invés disso, os pesquisadores comparam imagens de uma mesma região feita de ângulos diferentes, com o objetivo de reconstruir uma estrutura tridimensional dos jatos. E, desde que sob condições normais o núcleo do cometa se sobrepõe aos jatos, as imagens precisam ser drasticamente expostas para revelar os detalhes dos jatos.

Enquanto que a atividade geral do 67P/Churyumov-Gerasimenko está aumentando claramente, o local de pouso designado da missão no lobo menor ainda permanece relativamente tranquilo. Contudo, existem indicativos que novas áreas ativas estão surgindo a cerca de um quilômetro do local do pouso do módulo Philae. Isso permitirá que os instrumentos do Philae estudem a atividade do cometa de muito mais próximo e com muito mais detalhe.

O 67P/Churyumov-Gerasimenko está a cerca de 470 milhões de quilômetros do Sol. Com base na rica história de observações com telescópios na Terra, os cientistas esperam um aumento significativo na atividade do cometa quando ele atingir uma distância de cerca de 300 milhões de quilômetros do Sol, esse momento deve ocorrer no final do mês de Março de 2015.

Fonte: ESA

domingo, 19 de outubro de 2014

Messier 6 e o Cometa Siding Spring

Na imagem abaixo, parece que o cometa errou por pouco o aglomerado estelar, mas a coma esverdeada e acuada do cometa Siding Spring (C/2013 A1) estão na realidade a cerca de 2.000 anos-luz de distância das estrelas do aglomerado estelar aberto Messier 6 (M6).

M6 e cometa Siding Spring

© Rolando Ligustri (M6 e cometa Siding Spring)

Os dois objetos parecem próximos por estarem na mesma linha de visão quando foram fotografados no dia 9 de Outubro de 2014, quando eles se encontravam na constelação de Scorpius. Hoje, o cometa estará realmente próximo do planeta Marte, passando a cerca de 139.500 quilômetros de distância da superfície do Planeta Vermelho. Essa distância é cerca de 10 vezes mais próxima do que qualquer outro objeto que já passou perto da Terra, e cerca de um terço da distância entre a Terra e a Lua.

Tal espectáculo nunca foi visto na história registada do planeta Terra. A passagem mais próxima e confirmada de um grande cometa pelo nosso planeta foi a do Cometa D/1770 L1 Lexell, que passou a mais de 15 vezes a distância entre o Siding Spring e Marte, a 2,2 milhões de quilômetros da Terra no dia 1 de Julho de 1770. Há que realçar que uma passagem cometária ainda mais próxima em 1491 permanece não confirmada.

Em tempos mais recentes, o Cometa Hyakutake passou a 15,8 milhões de quilômetros da Terra no dia 25 de Março de 1996, com uma cauda que abrangia metade do céu a partir de um local escuro, e os observadores cometários de longa data podem estar recordados da passagem do Cometa IRAS-Araki-Alcock em 1983, que passou a apenas 4,7 milhões de quilômetros da Terra.

O impacto entre o cometa e o planeta é algo que não vai acontecer, mas a poeira do cometa se movendo a uma velocidade de 56 km/s com relação a Marte, além de partes de sua coma gasosa, irão interagir com a fina atmosfera marciana. Obviamente o encontro imediato entre o cometa e planeta será seguido de perto pelas sondas na órbita de Marte e pelos rovers na sua superfície.

Fonte: NASA e Universe Today

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Pedaço de rocha na superfície de cometa

O sistema de imageamento científico OSIRIS a bordo da sonda Rosetta da ESA registrou uma imagem espetacular de um dos muitos pedaços de rochas que cobrem a superfície do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

localização do pedregulho Quéops

© ESA (localização do pedregulho Quéops)

Com uma dimensão máxima de aproximadamente 45 metros, ele é um dos maiores pedaços de rochas vistos no cometa. Ele se destaca entre um grupo de pedaços de rochas localizados numa região suave do lado inferior do lobo maior do cometa.

Esse aglomerado de rochas lembrou os cientistas as famosas pirâmides em Giza, perto de Cairo no Egito, e esse pedaço de rocha específico foi chamado de Quéops por ser o maior pedaço de rocha, assim como Quéops é a maior pirâmide, conhecida como a Grande Pirâmide e que foi construída para ser a tumba do faraó Quéops em 2.550 aC.

Essa escolha também introduz um esquema de nomes egípcios gerais concordados pelos cientistas da Rosetta que serão usados para nomear as muitas características do cometa, isso mantém o espírito geral da missão e do nome da sonda.

Quéops foi visto pela primeira vez em imagens obtidas no início do mês de Agosto de 2014 quando a sonda chegou ao cometa. Na semana passada, enquanto a Rosetta navegava cada vez mais próxima do cometa, o instrumento OSIRIS imageou essa única estrutura novamente, mas dessa vez com uma resolução muito maior de cerca de 50 centímetros por pixel.

pedregulho Quéops

© ESA (pedregulho Quéops)

A imagem acima foi feita pela câmera de ângulo estreito OSIRIS da Rosetta em 19 de setembro de 2014, a uma distância de 28,5 km. As estruturas rochosas que a sonda Rosetta tem revelado em muitos lugares na superfície do Churyumov-Gerasimenko são uma das feições mais misteriosas e espetaculares já vistas.

Como muitos outros pedaços de rochas vistos tanto pelo OSIRIS como pela câmera NAVCAM da Rosetta, o Quéops se destaca não apenas fisicamente, mas também por ser uma feição levemente mais brilhante se comparado com a superfície escura ao redor.

O principal pesquisador do OSIRIS, Holger Sierks, do Max Planck Institute for Solar System Research (MPS) na Alemanha, descreveu a superfície do Quéops como “muito irregular”.

Entre as regiões mais brilhantes da superfície do pedaço rochoso estão intrigantes regiões menores de material mais escuro, similar em brilho e textura com o solo onde o pedaço de rocha se localiza.

“É quase como se olhássemos uma poeira solta que cobre a superfície do cometa impregnada nas fraturas desse pedaço de rocha. Mas, é claro, é muito cedo para tirarmos muitas conclusões”, disse Sierks.

Apesar do tamanho do cometa estar sendo medido de forma cuidadosa pela sonda Rosetta, através da análise meticulosa das imagens obtidas, quase todas as outras propriedades dos pedaços rochosos são ainda um mistério para os pesquisadores. Do que eles são feitos? Quais são suas propriedades físicas incluindo sua densidade e estabilidade? Como eles foram criados? À medida que a sonda Rosetta continua sua pesquisa e seu monitoramento da superfície do cometa nos próximos meses, os cientistas provavelmente terão muitas dessas respostas.

Por exemplo, se os pedaços rochosos são expostos pela atividade cometária ou são deslocados pelo campo de gravidade do cometa, nós devemos ser capazes de rastreá-los nas nossas imagens”, adicionou Sierks.

No dia 10 de Otubro de 2014, a sonda Rosetta começou a sua chamada Close Observation Phase do cometa chegando a uma distância de 10 km de seu alvo, e fazendo com que suas câmeras possam registrar detalhes cada vez menores e mais misteriosos do 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Enquanto isso, a ESA confirmou ontem o local principal de pouso, conhecido como local J, do módulo Philae no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 12 de novembro, na primeira vez que ocorre um pouso suave em um cometa.

Fonte: ESA

sábado, 4 de outubro de 2014

Fragmentação do cometa C/2011 J2 (LINEAR)

Foi detectada uma fragmentação do cometa C/2011 J2 (LINEAR).

cometa C2011 J2

© telescópio Liverpool (cometa C/2011 J2)

Os astrônomos F. Manzini, V. Oldani, A. Dan e R. Behrend, no final de agosto, observaram um segundo componente de condensação nuclear. O componente B é mais tênue que o componente A, o componente principal e mais brilhante.

Apesar de trabalhar em um estudo de longo prazo sobre a morfologia do cometa C/2012 K1 com N. Samarasinha e B. Mueller usando o telescópio Liverpool de 2 metros, a equipe do Observatório Remanzacco, composta por Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini, recebeu um alerta do evento de fragmentação do cometa C/2011 J2, e assim o telescópio foi  desviado para este cometa durante alguns dias. Na ocasião a componente B apresentava uma magnitude 19,5.

Fonte: Observatório Remanzacco