O cometa C/1680 V1, também conhecido como o Grande Cometa de 1680, Cometa de Kirch e Cometa de Newton, foi o primeiro cometa descoberto por telescópio.
© Lieve Verschuier (Grande Cometa de 1680)
O Grande Cometa de 1680 ficou imortalizado nesta pintura, onde aparece com uma enorme cauda na época de Natal sobre os céus de Rotterdam, Holanda.
O Grande Cometa de 1680 foi descoberto por Gottfried Kirch em 14 de novembro de 1680. Foi um dos mais brilhantes cometas do século XVII, visível mesmo à luz do dia, famoso por sua longa cauda. Passando apenas a 0,42 UA da Terra em 30 de Novembro, e a 0,0062 UA (930 mil km) do Sol em 18 de Dezembro de 1680. Apesar de ter sido inegavelmente um cometa rasante solar (Sungrazing), provavelmente não era parte da família Kreutz. Após o periélio, o cometa reapareceu no crepúsculo, no horizonte oeste, a partir do dia 19 de Dezembro, com uma cauda dourada espetacular que atingiu no seu auge cerca de 70 graus de comprimento alargando-se suavemente como um leque até 3 graus de largura na extremidade. O cometa atingiu o seu pico de brilho em 29 de dezembro. Foi observado pela última vez em 19 de Março de 1681. Em Setembro de 2012 o cometa estava a cerca de 253 UA do Sol.
Enquanto o cometa Kirch foi descoberto e, posteriormente, nomeado para Gottfried Kirch, deve-se também ser dado crédito a Eusebio Kino, um padre jesuíta espanhol, que traçou o curso do cometa. Após sua partida para o México ser adiada, Kino começou suas observações do cometa em Cádiz, em 1680. Após a sua chegada na Cidade do México, participou da "Exposisión Astronomica de el cometa" (Cidade do México, 1681) em que apresentou suas descobertas. A exposição de Kino, é um dos primeiros trabalhos científicos publicados por um europeu no Novo Mundo.
Além de seu brilho, foi também o primeiro cometa a ter a sua órbita determinada, provavelmente é mais conhecido por ser utilizado por Isaac Newton para testar e verificar as leis de Kepler. Newton desenvolveu um método para o cálculo das órbitas dos cometas com base nas suas posições medidas no firmamento e exemplificou a sua utilização com a determinação da órbita para o C/1680 V1. Este método viria a ter uma importância fundamental no estudo dos cometas, tendo sido utilizado com sucesso por um outro astrônomo inglês da época, Edmond Halley, na descoberta de que alguns cometas são periódicos.
Thomas Rutherford, em 1748, supôs que este cometa já havia aparecido antes: ele teria um período de cerca de 575 anos, e suas aparições anteriores teriam sido em 44 a.C. (o cometa de César, no ano do seu assassinato), 531, observado por João Malalas, e em 1106 (o grande cometa de 1106), no reinado de Henrique I da Inglaterra. Sua próxima aparição ocorrerá no ano 2255.
Fonte: Wikipédia