Um cometa que poderá se tornar visível a olho nu em agosto deste ano acaba de brilhar de forma inesperada!
© Michael Jäger (cometa C/2017 S3 PanSTARRS)
A image acima mostra o cometa C/2017 S3 PanSTARRS registrado em Weißenkirchen, na Austria, em 2 de julho de 2018 por Michael Jäger.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS aumentou seu brilho (outburst) em 16 vezes em apenas algumas horas no dia 30 de junho, elevando sua magnitude de +12 para +9, neste mês ocorreram dois outburts. Esta última explosão, ocorrida em 14 de julho, deu vida suficiente ao cometa para vê-lo em um par de binóculos (10 × 50s). Nada extravagante, apenas uma pequena bolha, mas com magnitude de aproximadamente 8,2 no dia 16 de julho. O astrofotógrafo austríaco Michael Jäger pode ter sido o primeiro a registrar a nova explosão. Sua foto, tirada em 15 julho, mostra uma coma verde de 4’ de diâmetro, seguido por uma cauda iônica estreita de 25’ de comprimento a noroeste.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS já está surpreendendo, e durante o periélio (máxima aproximação com o Sol), previsto para 15 de agosto de 2018, apenas a 0,2 UA (Unidade Astronômica) do Sol, podendo alcançar a 4ª magnitude. O perigeu (passagem mais próxima da Terra) acontece uma semana antes, em 7 de agosto, a 0,76 UA.
Este cometa foi descoberto em 23 de setembro de 2017 pelo telescópio Pan-STARRS 1, localizado no topo do monte Haleakala, no Havaí. A principal missão do telescópio PanSTARRS é detectar asteroides próximos da Terra que poderiam ser uma ameaça para o nosso planeta. No entanto, ele também observa estrelas variáveis, supernovas e cometas.
A coma do cometa C/2017 S3 PanSTARRS se expandiu de 2,5′ a 5′ de tamanho aparente, aproximadamente de 150.000 a 300.000 Km de diâmetro real. Isso significa que a atmosfera do cometa tem um diâmetro, quase o dobro do diâmetro do planeta Júpiter. Estas dimensões fazem dele um alvo relativamente fácil para telescópios caseiros.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS surgiu de uma região fria e longínqua repleta de cometas, a Nuvem de Oort, e agora está se aproximando rapidamente do Sol, numa trajetória estreita e altamente alongada. Este cometa não é periódico, ou seja, ele provavelmente nunca visitou o Sistema Solar interno. Por ter uma grande quantidade de gelo em sua composição, sua exposição aos raios solares poderá surpreender, criando aumentos de brilho inesperados.
A intensa tonalidade verde da coma sugere que a maior parte do material emitido trata-se do gás C2 (carbono diatômico).
A órbita deste cometa favorece a observação no hemisfério norte. Nas regiões norte e nordeste do Brasil, o cometa começa a ser visível na constelação de Auriga antes de o Sol nascer. No início de agosto ele ingressa na constelação de Gêmeos e seu brilho deve atingir a 7ª magnitude.
Fonte: Sky & Telescope