sábado, 22 de novembro de 2025

Três fragmentos no cometa C/2025 K1 (ATLAS)

O cometa C/2025 K1 (ATLAS) partiu em três pedaços.

© Gianluca Masi (cometa C/2025 K1 ATLAS)

Três fragmentos no cometa C/2025 K1 (ATLAS) são vistos nestas imagens captadas nos dias 12 e 13 de novembro, obtidas pelo astrônomo italiano Gianluca Masi, onde mostram a rápida evolução dos fragmentos.

Em vez da aparência arredondada típica, a coma do cometa exibe uma forma em V que é óbvia mesmo em aumentos mais baixos em telescópios amadores. A região nuclear do cometa é um ambiente muito dinâmico neste momento, pois cada pedaço flutua em brilho, densidade e posição de noite após noite.

Não o confunda com o cometa interestelar 3I/ATLAS, ou C/2025 N1 (ATLAS). O cometa C/2025 K1 (ATLAS) foi descoberto em maio deste ano. Originado na relativa solidão da Nuvem de Oort, e está agora lutando por sua sobrevivência no Sistema Solar interno.

Pelo menos três fragmentos se separaram do cometa, todos visíveis atualmente em telescópios de 8 polegadas e maiores. Se ele continuará ou se desintegrará totalmente é incerto, mas os observadores podem usar essa oportunidade única para assistir ao desenrolar do processo.

Os cometas são feitos de gelo e poeira. Eles geralmente são pequenos, com cerca de alguns quilômetros de largura. Aquecidos pelos raios do Sol e estressados por sua gravidade avassaladora, podem desenvolver rachaduras e fissuras. Fluxos de poeira e gás provenientes do gelo durante a sublimação, produzem jatos que faz com que o cometa oscile ou gire rápido o suficiente para quebrar. 

Não se esperava que o cometa C/2025 K1 (ATLAS) sobrevivesse à passagem próxima do periélio de 49 milhões de quilômetros em 8 de outubro. Para referência, isso é cerca de 9 milhões de quilômetros mais perto do que a distância média de Mercúrio do Sol. 

Enquanto o cometa no início parecia estar coeso, agora é óbvio que houve danos colaterais. Se continuar a se dissipar, em breve poderemos ter outra "maravilha sem cabeça", um cometa condenado que perde seu núcleo através da desintegração e se torna todo caudal. Isso aconteceu mais recentemente com o cometa C/2024 G3 (ATLAS).

No dia 10 de novembro foi informado pelo The Astronomer's Telegram que o cometa C/2025 K1 (ATLAS) havia passado por duas explosões brilhantes entre 31 de outubro e 4 de novembro. Alguns dias depois, as imagens do telescópio espacial Hubble revelaram os fragmentos brilhantes dentro da coma, remanescentes de uma ruptura provavelmente devido aos surtos de brilho. Nesta ocasião, fotos feitas por vários astrônomos amadores revelaram que o pseudo-núcleo do cometa agora parecia dividido.

O cometa C/2025 K1 (ATLAS) é atualmente um objeto de magnitude 10 com uma cauda de poeira longa e bem formada com cerca de 20′ de comprimento inclinada a noroeste. Por volta de 20 de novembro, o cometa torna-se circumpolar para latitudes médias e, portanto, visível a noite toda. O cometa C/2025 K1 (ATLAS) passará no apogeu, ou seja, mais próximo da Terra, em 24 de novembro a 60 milhões de quilômetros.

Fonte: Sky & Telescope