segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cometa Elenin: a perspectiva final

Como havia dito no final do mês passado, o cometa C/2010 X1 (Elenin) apresentava a possibilidade de se desintegrar. De acordo com seu descobridor, o russo Leonid Elenin, o cometa já iniciou o processo irreversível de ruptura.
gráfico da distância periélica x magnitude absoluta
© L. Elenin (gráfico da distância periélica x magnitude absoluta)
O gráfico acima mostra uma seleção de dez cometas que se aproximaram do Sol a menos de 0,5 UA (75 milhões de quilômetros do Sol).
Os cometas vistos no gráfico, baseado na magnitude e distância, que estão à esquerda da linha vermelha se romperam antes de alcançar o periélio enquanto que aqueles à direita estão numa área considerada segura.
O gráfico foi obtido através do modelo criado pelo astrônomo J. Bortle que tem precisão para estimar a possibilidade de rompimento destes cometas. O cometa Elenin plotado em amarelo no gráfico indica quando sua magnitude é estimada através de observações visuais e em azul quando se usa a magnitude informada pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da NASA.
Agora é absolutamente claro que a queda de brilho do cometa, observado pela primeira vez por Michael Mattiazzo em 20 de agosto, não foi mera coincidência. Seu pseudo-núcleo tornou-se difuso e estendido, e depois desapareceu completamente. Em imagens a partir de 1 de setembro na coma do cometa não havia vestígios de condensação, e isso significava que o cometa já tinha quebrado em pedaços bem pequenos, com um tamanho máximo de não mais de uma centena de metros.
Tal rompimento de um pequeno cometa passando perto do Sol não é raro. Mesmo se partindo, os inúmeros fragmentos deverão prosseguir na órbita anteriormente calculada, ao mesmo tempo que os pedaços maiores continuarão a se quebrar. A ruptura de um cometa de longo período razoavelmente perto da Terra (em uma escala do Sistema Solar) é um evento bastante raro. Durante esse rompimento podemos ver o interior do cometa para compreender melhor sua estrutura e composição.
O seu periélio será no dia 10 de setembro, e em 23 de setembro, quando o cometa apareçer no campo de visão do coronógrafo do SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) será possível verificar o seu estado. Qualquer resultado vai nos dizer o que podemos esperar no no perigeu que será no dia 16 de outubro.
O final desta história está perto ...
Fonte: SpaceObs