sábado, 11 de agosto de 2018

O cometa Swift-Tuttle e as Perseidas

O cometa Swift-Tuttle, formalmente conhecido como 109P/Swift-tuttle, é um enorme cometa congelado que tem uma órbita de 133 anos ao redor do Sol, e é o causador da espetacular chuva de meteoros das Perseidas.

© Meteor Shower (chuva de meteoros das Perseidas)

Uma vez por ano, a Terra passa através de uma seção da cauda do cometa Swift-Tuttle, onde uma nuvem de partículas é ejetada do cometa, sendo que a maior parte tem estado nesta formação por milhares de anos. À medida que estas partículas entram na atmosfera da Terra, a uma velocidade extremamente alta, elas queimam, resultando no belo espetáculo da chuva de meteoros.

Anualmente, em meados de Julho até o final de Agosto, podem ser registrados belos detritos cósmicos. Neste ano o pico da chuva de meteoros das Perseidas acontece na madrugada de 12 para 13 de Agosto de 2018. A Lua estará na sua fase crescente bem fina, irá se pôr no começo da noite e deixará o céu inteiramente escuro na madrugada para se observar a chuva de meteoros.

O cometa Swift-Tuttle foi descoberto independentemente por Lewis Swift em 16 de julho de 1862, em Marathon, Nova York, e por Horace Parnell Tuttle, da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, em 19 de julho de 1862. Ele possui um núcleo de 26 km de diâmetro, o que é duas vezes e meia o tamanho do asteroide que se chocou com a Terra e dizimou os dinossauros, viajando 4 vezes mais rápido.

É o maior objeto do Sistema Solar (além da Lua), a passar repetidamente perto da Terra. No seu periélio (o ponto na órbita mais perto do Sol) mais recente, aconteceu em 1992 e o próximo acontecerá em 12 de Julho de 2126.

As órbitas do Swift-Tuttle para os próximos 2000 anos, já foram calculadas de forma precisa, e a Terra está totalmente segura. Ele passará da Terra a 22,9 milhões de km em 2126 e a 22 milhões de km em 2261.

No dia 15 de Setembro de 4479, o cometa Swift-Tuttle passará a cerca de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, isso é mais de 90 vezes mais próximo da Terra do que o Sol está, mas é apenas 4 vezes mais distante que a Lua, mas mesmo assim é uma distância segura para o nosso planeta.

Assim, no futuro previsível, continuaremos a desfrutar do belo espetáculo realizado todos os anos pelos vestígios das jornadas históricas deste astro para o centro do nosso Sistema Solar. Estes eventos impressionantes também servem como um lembrete de que nosso planeta já foi visitado por enormes rochas cósmicas.

Fonte: ESA

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O outburst do cometa PanSTARRS

Um cometa que poderá se tornar visível a olho nu em agosto deste ano acaba de brilhar de forma inesperada!

cometa C/2017 S3 PanSTARRS

© Michael Jäger (cometa C/2017 S3 PanSTARRS)

A image acima mostra o cometa C/2017 S3 PanSTARRS registrado em Weißenkirchen, na Austria, em 2 de julho de 2018 por Michael Jäger.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS aumentou seu brilho (outburst) em 16 vezes em apenas algumas horas no dia 30 de junho, elevando sua magnitude de +12 para +9, neste mês ocorreram dois outburts. Esta última explosão, ocorrida em 14 de julho, deu vida suficiente ao cometa para vê-lo em um par de binóculos (10 × 50s). Nada extravagante, apenas uma pequena bolha, mas com magnitude de aproximadamente 8,2 no dia 16 de julho. O astrofotógrafo austríaco Michael Jäger pode ter sido o primeiro a registrar a nova explosão. Sua foto, tirada em 15 julho, mostra uma coma verde de 4’ de diâmetro, seguido por uma cauda iônica estreita de 25’ de comprimento a noroeste.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS já está surpreendendo, e durante o periélio (máxima aproximação com o Sol), previsto para 15 de agosto de 2018, apenas a 0,2 UA (Unidade Astronômica) do Sol, podendo alcançar a 4ª magnitude. O perigeu (passagem mais próxima da Terra) acontece uma semana antes, em 7 de agosto, a 0,76 UA.

Este cometa foi descoberto em 23 de setembro de 2017 pelo telescópio Pan-STARRS 1, localizado no topo do monte Haleakala, no Havaí. A principal missão do telescópio PanSTARRS é detectar asteroides próximos da Terra que poderiam ser uma ameaça para o nosso planeta. No entanto, ele também observa estrelas variáveis, supernovas e cometas.

A coma do cometa C/2017 S3 PanSTARRS se expandiu de 2,5′ a 5′ de tamanho aparente, aproximadamente de 150.000 a 300.000 Km de diâmetro real. Isso significa que a atmosfera do cometa tem um diâmetro, quase o dobro do diâmetro do planeta Júpiter. Estas dimensões fazem dele um alvo relativamente fácil para telescópios caseiros.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS surgiu de uma região fria e longínqua repleta de cometas, a Nuvem de Oort, e agora está se aproximando rapidamente do Sol, numa trajetória estreita e altamente alongada. Este cometa não é periódico, ou seja, ele provavelmente nunca visitou o Sistema Solar interno. Por ter uma grande quantidade de gelo em sua composição, sua exposição aos raios solares poderá surpreender, criando aumentos de brilho inesperados.

A intensa tonalidade verde da coma sugere que a maior parte do material emitido trata-se do gás C2 (carbono diatômico).

A órbita deste cometa favorece a observação no hemisfério norte. Nas regiões norte e nordeste do Brasil, o cometa começa a ser visível na constelação de Auriga antes de o Sol nascer. No início de agosto ele ingressa na constelação de Gêmeos e seu brilho deve atingir a 7ª magnitude.

Fonte: Sky & Telescope

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Supresas na composição química de cometa

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida (USF), em Tampa, na Flórida, indica que o cometa C/2016 R2 (Pan-STARRS) é um cometa que possui abundância de monóxido de carbono e falta de cianeto de hidrogênio.

cometa C2016 R2

© Chris Schur (cometa C/2016 R2)

Descoberto em 7 de Setembro de 2016, o C/2016 R2 (Pan-STARRS) é um cometa da Nuvem de Oort que orbita o Sol a uma distância de 740 UA, e leva aproximadamente 20 mil anos para dar uma volta ao redor do Sol na sua órbita altamente excêntrica. O cometa é conhecido por ter uma coma com coloração azul profunda e uma complexa cauda de íon.

A Nuvem de Oort é uma reserva de núcleos cometários que datam do início do Sistema Solar. Estudar cometas como o C/2016 R2 (Pan-STARRS) poderia fornecer pistas importantes sobre a origem e a formação dos planetas e outros objetos do Sistema Solar.

O C/2016 R2 (Pan-STARRS) foi recentemente observado por Kacper Wierzchos e Maria Womack da USF. A partir das observações conduzidas em Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, os astrônomos empregaram o Submillimeter Telescope de 10 metros no Radiobservatório do Arizona. A campanha observacional foi focada na pesquisa do cometa focalizou nas emissões de monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio.

As frequências das emissões de CO ocorreram em 250,53799 GHz e de HCN em 265,88643 GHz no cometa C/2016 R2 durante Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018 quando as distâncias heliocêntricas e geocêntricas eram de respectivamente 2,9 UA e 2,1 UA.

Como resultado das observações, os pesquisadores detectaram emissões neutras de monóxido de carbono neste cometa pela primeira vez. Eles descobriram que a taxa de produção de CO é muito alta se comparada com outros cometas. O C/2016 R2 é descrito por Wiezchos e Womack como um cometa rico em CO onde a emissão de monóxido de carbono é assumida como o a principal causadora da atividade do cometa.

Contudo, os pesquisadores descobriram que a taxa de produção de cianeto de hidrogênio é muito baixa, cerca de 100 vezes menor do que aquela observada no C/1995 O1 Hale-Bopp, na mesma distância. Os pesquisadores notaram que a razão da taxa de produção de CO/HCN acima de 5.000 indica uma composição química incomum do C/2016 R2 que é difícil de entender em termos de composições típicas dos cometas.

Para entender melhor as peculiaridades do C/2016 R2, os astrônomos mediram a taxa de produção de nitrogênio molecular, N2. Eles descobriram que este cometa também é rico em N2, e não mostra uma depleção de N2 típica vista em outros cometas.

A composição da coma do C/2016 R2 é claramente bem diferente de outros cometas observados, tanto na alta abundância de N2, e na significante diminuição de outras moléculas normalmente abundantes como o HCN.

Fonte: The Astronomical Jorunal

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O cometa azul e as Híades

As estrelas do aglomerado das Híades se espalham neste mosaico que se expande por mais de 5 graus no céu na direção da constelação de Touro.

cometa C2016 R2 PanSTARRS e Híades

© Rogelio Bernal Andreo (cometa C/2016 R2 PanSTARRS e Híades)

Atualmente cruzando o Sistema Solar, o cometa C/2016 R2 PanSTARRS com tonalidade azulada é visto através de uma imagem efetuada em 12 de Janeiro de 2018.

Na imagem pode-se destacar ainda o fato da ponta do V das Híades estar na parte central superior da imagem, e a brilhante Aldebaran, a estrela alfa da constelação do Touro, pode ser vista no canto inferior direito da imagem com sua intensa coloração laranja, embora no céu ela apareça com esta tonalidade, Aldebaran é uma estrela classificada como uma gigante vermelha fria.

Enquanto que as estrelas das Híades estão localizadas a aproximadamente 151 anos-luz de distância da Terra, a estrela Aldebaran está a 65 anos-luz de distância do nosso planeta, e portanto é bem separada do aglomerado, embora aparentemente pareça fazer parte dele.

No dia 12 de Janeiro de 2018, o C/2016 R2 estava a mais de 17 minutos-luz de distância da Terra, e aproximadamente 24 minutos-luz de distância do Sol. Sua cauda azulada se deve principalmente ao gás CO+ fluorescente na presença da luz solar; já a coma do cometa, aparece com uma tonalidade levemente esverdeada, devido à emissão de carbono diatômico.

Fonte: NASA

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O cometa azul PanSTARRS

O cometa C/2016 R2 PanSTARRS foi descoberto com o telescópio PanSTARRS em 7 de setembro de 2016.

cometa PanSTARRS

© Damian Peach/Jose J. Chambo (cometa PanSTARRS)

O cometa PanSTARRS está atualmente a cerca de 24 minutos-luz (3 UA) do Sol, varrendo os céus do planeta Terra na Constelação Taurus. Um visitante oriundo da Nuvem de Oort localizada além do Sistema Solar, a sua linda e áspera cauda de íons tem uma tonalidade notável de azul. Ainda relativamente longe do Sol, a cauda iônica já bem desenvolvida é muito impressionante. A emissão de átomos de monóxido de carbono ionizado (CO+) invulgarmente abundante que fluorescem no aumento da luz solar é em grande parte responsável pela tonalidade azulada. Esta imagem em cores do cometa é uma combinação de dados obtidos de dois telescópios diferentes durante a noite de 7 de janeiro. O cometa PanSTARRS está localizado no ápice do aglomerado de estrelas Hyades em forma de V em Taurus, e a estrela brilhante Gamma Tauri é responsável pelo brilho no canto inferior esquerdo da imagem.

Fonte: NASA