domingo, 26 de agosto de 2018

Cometa, Coração e Alma

A coma esverdeada do cometa 21P/Giacobini-Zinner se destaca à esquerda desta imgem que abrange mais de 10 graus em direção às constelações Cassiopeia e Perseus.

cometa Giacobini-Zinner próximo de nebulosas

© J. C. Casado (cometa Giacobini-Zinner próximo de nebulosas)

Esta imagem foi captada em 17 de agosto passado.

O radiante da próxima chuva de meteoros Draconídeos é devido ao cometa 21P/Giacobini-Zinner. Previsto para ser o mais brilhante no mês de outubro, o cometa está realmente no primeiro plano do rico campo estelar, a apenas cerca de 4 minutos-luz do nosso planeta. O 21/Giacobini-Zinner deve permanecer muito fraco para ser visto a olho nú, como as coloridas nebulosas Coração e Alma perto do centro do campo de visão da câmera digital sensível.

Mas o par de aglomerados estelares abertos à direita, h e Chi Persei, podem ser vistos apenas a olho nu em locais escuros. As nebulosas Coração e Alma, com seus próprios aglomerados de estrelas jovens de um milhão de anos, cada um com mais de 200 anos-luz de diâmetro e 7 mil anos-luz de distância da Terra. Eles fazem parte de um grande complexo de formação de estrelas que se estende ao longo do braço espiral de Perseus da nossa Via Láctea. Também conhecido como Double Cluster, h e Chi Persei estão localizados na mesma distância.

O cometa 21P/Giacobini-Zinner foi descoberto pelo astrônomo Michael Giacobini em dezembro de 1900 no observatório de Nice (França), e redescoberto por Ernst Zinner, quando observava estrelas variáveis próximo de Beta Scuti. O cometa possui um período de 6,54 anos e passará a 0,39 UA da Terra. A máxima aproximação do Sol (periélio) será no dia 10 de Setembro de 2018, onde estima-se que o cometa alcançará a 6ª magnitude.

O cometa periódico Giacobini-Zinner foi visito por uma sonda International Cometary Explorer quando passou por sua cauda em setembro de 1985.

Fonte: NASA

sábado, 11 de agosto de 2018

O cometa Swift-Tuttle e as Perseidas

O cometa Swift-Tuttle, formalmente conhecido como 109P/Swift-tuttle, é um enorme cometa congelado que tem uma órbita de 133 anos ao redor do Sol, e é o causador da espetacular chuva de meteoros das Perseidas.

© Meteor Shower (chuva de meteoros das Perseidas)

Uma vez por ano, a Terra passa através de uma seção da cauda do cometa Swift-Tuttle, onde uma nuvem de partículas é ejetada do cometa, sendo que a maior parte tem estado nesta formação por milhares de anos. À medida que estas partículas entram na atmosfera da Terra, a uma velocidade extremamente alta, elas queimam, resultando no belo espetáculo da chuva de meteoros.

Anualmente, em meados de Julho até o final de Agosto, podem ser registrados belos detritos cósmicos. Neste ano o pico da chuva de meteoros das Perseidas acontece na madrugada de 12 para 13 de Agosto de 2018. A Lua estará na sua fase crescente bem fina, irá se pôr no começo da noite e deixará o céu inteiramente escuro na madrugada para se observar a chuva de meteoros.

O cometa Swift-Tuttle foi descoberto independentemente por Lewis Swift em 16 de julho de 1862, em Marathon, Nova York, e por Horace Parnell Tuttle, da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, em 19 de julho de 1862. Ele possui um núcleo de 26 km de diâmetro, o que é duas vezes e meia o tamanho do asteroide que se chocou com a Terra e dizimou os dinossauros, viajando 4 vezes mais rápido.

É o maior objeto do Sistema Solar (além da Lua), a passar repetidamente perto da Terra. No seu periélio (o ponto na órbita mais perto do Sol) mais recente, aconteceu em 1992 e o próximo acontecerá em 12 de Julho de 2126.

As órbitas do Swift-Tuttle para os próximos 2000 anos, já foram calculadas de forma precisa, e a Terra está totalmente segura. Ele passará da Terra a 22,9 milhões de km em 2126 e a 22 milhões de km em 2261.

No dia 15 de Setembro de 4479, o cometa Swift-Tuttle passará a cerca de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, isso é mais de 90 vezes mais próximo da Terra do que o Sol está, mas é apenas 4 vezes mais distante que a Lua, mas mesmo assim é uma distância segura para o nosso planeta.

Assim, no futuro previsível, continuaremos a desfrutar do belo espetáculo realizado todos os anos pelos vestígios das jornadas históricas deste astro para o centro do nosso Sistema Solar. Estes eventos impressionantes também servem como um lembrete de que nosso planeta já foi visitado por enormes rochas cósmicas.

Fonte: ESA

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O outburst do cometa PanSTARRS

Um cometa que poderá se tornar visível a olho nu em agosto deste ano acaba de brilhar de forma inesperada!

cometa C/2017 S3 PanSTARRS

© Michael Jäger (cometa C/2017 S3 PanSTARRS)

A image acima mostra o cometa C/2017 S3 PanSTARRS registrado em Weißenkirchen, na Austria, em 2 de julho de 2018 por Michael Jäger.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS aumentou seu brilho (outburst) em 16 vezes em apenas algumas horas no dia 30 de junho, elevando sua magnitude de +12 para +9, neste mês ocorreram dois outburts. Esta última explosão, ocorrida em 14 de julho, deu vida suficiente ao cometa para vê-lo em um par de binóculos (10 × 50s). Nada extravagante, apenas uma pequena bolha, mas com magnitude de aproximadamente 8,2 no dia 16 de julho. O astrofotógrafo austríaco Michael Jäger pode ter sido o primeiro a registrar a nova explosão. Sua foto, tirada em 15 julho, mostra uma coma verde de 4’ de diâmetro, seguido por uma cauda iônica estreita de 25’ de comprimento a noroeste.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS já está surpreendendo, e durante o periélio (máxima aproximação com o Sol), previsto para 15 de agosto de 2018, apenas a 0,2 UA (Unidade Astronômica) do Sol, podendo alcançar a 4ª magnitude. O perigeu (passagem mais próxima da Terra) acontece uma semana antes, em 7 de agosto, a 0,76 UA.

Este cometa foi descoberto em 23 de setembro de 2017 pelo telescópio Pan-STARRS 1, localizado no topo do monte Haleakala, no Havaí. A principal missão do telescópio PanSTARRS é detectar asteroides próximos da Terra que poderiam ser uma ameaça para o nosso planeta. No entanto, ele também observa estrelas variáveis, supernovas e cometas.

A coma do cometa C/2017 S3 PanSTARRS se expandiu de 2,5′ a 5′ de tamanho aparente, aproximadamente de 150.000 a 300.000 Km de diâmetro real. Isso significa que a atmosfera do cometa tem um diâmetro, quase o dobro do diâmetro do planeta Júpiter. Estas dimensões fazem dele um alvo relativamente fácil para telescópios caseiros.

O cometa C/2017 S3 PanSTARRS surgiu de uma região fria e longínqua repleta de cometas, a Nuvem de Oort, e agora está se aproximando rapidamente do Sol, numa trajetória estreita e altamente alongada. Este cometa não é periódico, ou seja, ele provavelmente nunca visitou o Sistema Solar interno. Por ter uma grande quantidade de gelo em sua composição, sua exposição aos raios solares poderá surpreender, criando aumentos de brilho inesperados.

A intensa tonalidade verde da coma sugere que a maior parte do material emitido trata-se do gás C2 (carbono diatômico).

A órbita deste cometa favorece a observação no hemisfério norte. Nas regiões norte e nordeste do Brasil, o cometa começa a ser visível na constelação de Auriga antes de o Sol nascer. No início de agosto ele ingressa na constelação de Gêmeos e seu brilho deve atingir a 7ª magnitude.

Fonte: Sky & Telescope