sábado, 13 de maio de 2017

O cometa Johnson se aproxima

Com uma magnitude de +8,5, o cometa Johnson (C/2015 V2) já é suficientemente brilhante para juntar-se às fileiras dos cometas binoculares deste ano: NEOWISE (C/2016 U1), 45P/Honda-Mrkos-Pajdusakova, 2P/Encke, 41P/Tuttle-Giacobini-Kresak, Lovejoy (C/2017 E4) e PanSTARRS (C/2015 ER61).

cometa Johnson

© Rolando Ligustri/iTelescope (cometa Johnson)

À medida que a Lua se aproxima do leste e desvanece, os céus escuros voltam apartir de 12 de maio. O momento não poderia ser melhor, com o cometa Johnson possui uma órbita hiperbólica e está fazendo um mergulho íngreme através da constelação de Boötes (Boieiro), estando no alto do céu do sudeste ao anoitecer enquanto também está atingindo seu pico de brilho.

O cometa Johnson atualmente exibe os dois tipos clássicos de caudas: uma cauda de poeira larga e brilhante, e quase em ângulo reto para ela, uma cauda iônica estreita. A cauda de poeira, embora bastante difusa, é mais fácil de ser vista. O núcleo do cometa Johnson contém carbono diatômico (C2), uma substância que brilha com uma tonalidade verde quando exposta ao vento solar.

O cometa Johnson (C/2015 V2) foi descoberto por J. A. Johnson em 3 de novembro de 2015, em imagens CCD tiradas com o telescópio Schmidt de 0,68 m da Catalina Sky Survey. Ele passa mais perto da Terra em 5 de junho, a uma distância de cerca de 120 milhões de quilômetros e chega ao periélio uma semana depois, no dia 12 de junho.

De momento, os observadores do hemisfério norte têm a melhor visão, mas no início de junho, todos receberão um pedaço da cena. O cometa mergulha para o sul ao longo do início do inverno, atravessando Virgem em meados de junho e Centaurus até o final de julho.

No momento, este cometa não é visível a olho nu, mas conforme ele se aproxima da Terra para um encontro no início de junho, ele chegará na 6ª magnitude, o que o tornará um alvo fácil para telescópios pequenos e até mesmo binóculos.

A menos que um cometa novo e brilhante seja descoberto, o cometa Johnson será nosso último cometa brilhante binocular do ano.

Fonte: Sky & Telescope

segunda-feira, 1 de maio de 2017

A divisão da cauda iônica do cometa Lovejoy

O que aconteceu com o cometa Lovejoy?

cometa Lovejoy

© Fritz Helmut Hemmerich (cometa Lovejoy)

Na imagem composta acima, o cometa foi captado no início deste mês, após o brilho inesperado e ostentando uma longa e intrincada cauda de íons. Notavelmente, o efeito tipicamente complexo do vento e do campo magnético do Sol aqui causou que o meio da cauda de íons do cometa Lovejoy se assemelhasse à cabeça de uma agulha. O cometa C/2017 E4 (Lovejoy) foi descoberto apenas no mês passado pelo notável descobridor de cometas, Terry Lovejoy.

O cometa atingiu magnitude visual 7 no início deste mês, tornando-se um bom alvo para binóculos e câmeras de exposição de longa duração. O que aconteceu com o cometa C/2017 E4 (Lovejoy), uma vez que esta imagem foi tomada pode ser considerado ainda mais notável, o núcleo do cometa parecia estar se desintegrando e desaparecendo durante o periélio, sua maior aproximação do Sol ocorrida no último dia 23 de abril.

Fonte: NASA

quinta-feira, 2 de março de 2017

Novo cometa descoberto por brasileiros

O novo astro foi descoberto pela equipe do Observatório SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research).

ilustração de um cometa

© Solarseven/Shutterstock (ilustração de um cometa)

O novo cometa, denominado C/2017 D2 (Barros), foi pela primeira vez observado em 23 de fevereiro de 2017 pelo astrônomo João Ribeiro Barros e oficialmente confirmado pelo Minor Planet Center (MCP), em 1 de março de 2017.

Este é o quinto cometa descoberto pela equipe do SONEAR, observatório privado situado na cidade de Oliveira, MG, e mantido com recursos próprios pelos astrônomos Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro Barros, autor da descoberta recente.

O cometa C/2017 D2 (Barros) é um objeto de orbita parabólica, de período muito longo, com inclinação da orbita de 31,2 graus e que deve se aproximar ao máximo do Sol em 12 de julho de 2017, quando chegará a 2,5 UA (Unidades Astronômicas) da estrela, equivalente a cerca de 375 milhões de km.

órbita do cometa C2017 D2 (Barros)

© Orbit Viewer (órbita do cometa Barros)

Atualmente, o cometa Barros está entre as orbitas de Marte e Júpiter, a 482 milhões de km da Terra, na 18ª magnitude. Por ter uma órbita extremamente grande, após passar pelo Sol seguirá para o exterior do Sistema Solar.

Fonte: SONEAR

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Cometa pode estar perto da desintegração

O fim pode estar perto de um cometa que tem quebrado em pedaços por mais de 20 anos.

cometa 73P Schwassmann-Wachmann

© Observatório Slooh (cometa 73P/Schwassmann-Wachmann)

Em 12 de fevereiro, os astrônomos que usavam o telescópio do observatório on-line Slooh no Chile foram os primeiros a ver o núcleo do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann se dividir em duas partes. A imagem acima mostra este novo fragmento (rotulado "BT"), que é obviamente mais brilhante (em outburst) do que o corpo principal.

Isso levanta dúvidas sobre se o cometa pode sobreviver a outra viagem ao redor do Sol. O cometa efetuará o periélio, aproximação máxima do Sol em 16 março deste ano.

"Isso coloca o núcleo do cometa sob tremendo estresse das forças gravitacionais do Sol, e parece que isso pode ter sido responsável por dividir o núcleo em dois," disse Paul Cox, astrônomo do observatório Slooh.

O cometa foi descoberto pela primeira vez em 1930, e os observadores do céu viram sinais de que o cometa se separou no final de 1995, quebrando em três pedaços. Em seguida, outro grande evento ocorreu em 2006, quando o cometa fragmentou em mais de 30 pedaços à medida que se aproximava do Sol.

Os cometas são compostos de rocha, gelo e poeira que provavelmente se originam do Cinturão de Kuiper ou da Nuvem de Oort muito mais distante, que são zonas de objetos gelados na extremidade do Sistema Solar. O cometa 73P/Schwassmann-Wachmann pertence à classe de objetos jupiterianos, que têm um período orbital relativamente curto, em torno de 5,36 anos, e vêm do Cinturão de Kuiper.

O cometa enfrenta duas grandes ameaças à sua sobrevivência nos próximos anos. Se sobreviver a esta última viagem ao redor do Sol, ele voará a 50 milhões de quilômetros de Júpiter em 2025. Júpiter é conhecido em efetuar rupturas em cometas, sendo o mais famoso o cometa Shoemaker-Levy 9 que fragmentou em várias partes em 1992 e colidiu com o planeta em 1994.

Outra ameaça em curso para o cometa 73P/Schwassmann-Wachmann é o vento solar, que é o fluxo constante de partículas que emanam do Sol. A influência do Sol no cometa perturba as camadas superficiais deste corpo pequeno, criando a coma (atmosfera cometária) e a cauda que são comuns nos cometas.

"Parece que é apenas uma questão de tempo até que o cometa 73P/Schwassmann-Wachmann seja destruído, se desintegrando em detritos de poeira cósmica," acrescentou Cox.

Se o fim estiver próximo deste pedaço de rocha espacial primordial, tal fato será registrado, pois os membros do observatório Slooh e outros astrônomos ao redor do mundo estarão observando o cometa nas próximas semanas nos dois observatórios controlados remotamente pela organização no Chile e nas Ilhas Canárias.

Fonte: Tenagra Observatories