Um cometa foi há cerca de 60 anos e durante 12 anos uma lua temporária de Júpiter, anunciaram os astrônomos reunidos no Congresso Europeu de Ciência Planetária em Potsdam na Alemanha.
O cometa 147P/Kushida-Muramatsu se manteve em órbita de Júpiter de 1949 a 1961, segundo uma equipe internacional dirigida por Katsuhito Ohtsuka, do Tokyo Meteor Network, que criou um modelo das trajetórias de 18 cometas suscetíveis de se encontrar temporariamente atuando como satélites do maior planeta do Sistema Solar.
© ESO (Júpiter)
Os cometas, pequenos corpos celestes compostos essencialmente de água congelada e rochas, se deslocam em órbitas muito elípticas e a maior parte do tempo a grandes distâncias do Sol.
Os cometas presos temporariamente por Júpiter são abandonados sem nem mesmo conseguir completar uma órbita em torno do planeta, porém há possibilidade de algum cometa capturado realizar esta façanha.
Este cometa conseguiu completar duas revoluções em torno de Júpiter, está entre os cinco que conseguiram realizar ao menos uma órbita e é um dos três que passaram mais tempo em torno do planeta gigante.
"Os resultados de nosso estudo sugerem que os impactos sobre Júpiter e a captura de satélites temporários podem acontecer mais assiduamente do que se pensava até agora", assinalou David Asher, do Armagh Observatory (Reino Unido), que apresentou os dados em Potsdam.
Os asteroides ou cometas podem ser vítimas dos efeitos de maré gerados pela forte gravidade de Júpiter, como ocorreu com o cometa Shoemaker-Levy 9, que se partiu em 21 pedaços sobre a superfície de Júpiter em 1994.
Os rastros de um novo impacto sobre Júpiter, descobertos em julho passado por um astrônomo amador e confirmados pela Nasa (agência espacial norte-americana), podem corresponder a um objeto da mesma categoria deste cometa. O planeta Júpiter funciona como um escudo protetor da Terra.
© NASA (Júpiter)