Os cientistas da missão Rosetta descobriram uma formação geológica incomum na região de Aker no lóbulo maior do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
© ESA/Rosetta (as três rochas na região Aker)
“Nós já tínhamos notado essa formação em imagens anteriores, contudo, numa primeira olhada, os pedaços de rochas não pareciam ser muito diferentes dos outros que nós observamos”, disse o Dr. Sebastien Besse da ESA, que primeiro notou os três pedaços de rochas incomuns na superfície do cometa.
Dos três pedaços de rochas, o maior deles tem um diâmetro de cerca de 30 metros. Em imagens do módulo orbital Rosetta, ele se destaca tendo somente uma pequena área de contato com a superfície. Ele também parece estar pendurado no anel de uma pequena depressão.
Formações geológicas similares são também encontradas na Terra. Rochas as vezes tocam o terreno somente por uma ponta, ou um pedaço bem pequeno de sua superfície, e as vezes parece que elas podem se inclinar e cair com qualquer tipo de movimento.
Alguns desses pedaços de rochas podem balançar para frente e para trás e são então referidos como “pedras que balançam”. Muitos desses pedaços de rochas são chamados de erráticos pois viajam do seu local atual dentro de geleiras. Em outros casos, o vento e a água erode o material mais suave no embasamento local, deixando para trás somente o material mais resistente.
“Como essa rocha que aparenta estar balançando no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko se formou ainda não é algo claro”, disse o Dr. Holger Sierks do Max Planck Institute for Solar System Research, na Alemanha.
“Uma possibilidade é que processos de transportes relacionados com a atividade do cometa tenham um papel importante, fazendo com que os pedaços de rochas se movam do seu local original e alcancem um novo local”.
© ESA/Rosetta (posição das três rochas)
Pedaços de rochas dispersos são vistos em muitos locais na superfície do cometa, algumas vezes em regiões relativamente mais suaves. Um dos maiores já observados, Quéops, mede cerca de 45 metros em tamanho e localiza-se no meio da parte suave da região de Imhotep, no lóbulo maior do cometa. Em outras regiões, é mais comum observar pilhas de rochas compostas de centenas de pedaços de rochas.
“Interpretar as imagens da superfície do cometa é algo delicado. Dependendo do ângulo de visão, da iluminação e da resolução espacial, impressões muito diferentes e até mesmo erradas são criadas”, disse o Dr. Sierks.
Imagens futuras dessas formações deverão ajudar a fornecer mais detalhes sobre a sua verdadeira natureza e talvez até a sua origem.
Fonte: ESA