No período de 13 a 22 de dezembro de 2010 o SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) descobriu que 25 cometas mergulharam no Sol. A imagem abaixo mostra o momento exato da colisão de um cometa com o Sol no dia 20 de dezembro de 2010.
© SOHO (cometa sendo capturado pelo Sol)
O SOHO constantemente observa cometas se desintegrando na superfície solar, mas vários cometas num curto período de tempo é um fato sem precedentes.
O coronógrafo da sonda produz um eclipse artificial possibilitando identificar este cometas considerados pequenos da classe de 10 m.
Será que algum cometa maior está por vir?
© Roger Lynds (cometa Ikeya-Seki)
Por exemplo, em 1965 o cometa Ikeya-Seki, descoberto por dois astrônomos amadores japoneses que lhe deram o nome: Kaoru Ikeya e Tsutomu Seki, cujo núcleo era de 5 Km de diâmetro. O cometa aproximou-se do Sol em 21 de outubro de 1965, quando penetrou na incandescente coroa solar, passando somente a 465.000 km da superfície deste astro.
Naquela ocasião, o núcleo cometário já apresentava uma esplendida coma e uma espetacular cauda, nas quais a análise espectroscópica tinha determinado os componentes voláteis típicos dos cometas, atingindo as temperaturas de fusão dos metais; a análise também revelou as bandas do ferro e do níquel.
Segundo o saudoso astrônomo americano Brian G. Marsden, que reconstruiu a passagem do Ikeya-Seki, mencionou que este cometa veio de um longínquo ascendente que em 1106 se aproximou tanto do Sol que teve seu núcleo partido em dois. Um destes dois fragmentos teria dado vida ao Grande Cometa de setembro de 1882; também este passou muito perto do Sol e posteriormente se dividiu em duas partes. O segundo fragmento teria originado precisamente o Ikeya-Seki, dividindo-se em duas partes. Destas, uma deverá voltar, segundo seus cálculos, após uma longa viagem ao redor do Sol, no ano de 2.843; sendo que a outra parte retornará em 3020.
Os cometas que, como o Ikeya-Seki, passam tão próximo do Sol e se dividem em duas ou mais partes, formam uma família que, em homenagem ao astrônomo Heinrich Kreutz que os classificou, recebem o nome de grupo de Kreutz. Do mesmo modo tomam parte deste grupo os cometas que passam tão perto do Sol que são completamente destruídos ou que caem para dentro dele. O primeiro acontecimento deste tipo foi observado e documentado pela primmeira vez em 30 de agosto de 1979 por um satélite militar americano, o P 78-1, que graças a um coronógrafo que levava a bordo, registrou um cometa que caiu no Sol.
Os pesquisadores Zdenek Sekanina e Paul Chodas do JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA modelaram a fragmentação do progenitor de Kreutz, e em 2007 num artigo do Astrophysical Journal foi sugerido que pedaços maiores estavam a caminho.
Fique de olho no SOHO!
Fonte: NASA e ESA
Fonte: NASA e ESA