sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Descoberto cometa genuinamente brasileiro

Utilizando um telescópio instalado no interior de Minas Gerais, um grupo de brasileiros conseguiu detectar e confirmar a descoberta do primeiro cometa brasileiro em território nacional.

cometa SONEAR

© Remanzacco Observatory (C/2014 A4 SONEAR)

Lembrando que, no dia 26 de fevereiro de 1860, o cometa Olinda foi descoberto pelo astrônomo francês Emmanuel Liais, que estava a serviço do Observatório Imperial de Paris. A descoberta foi feita no observatório do Alto da Sé, situado em Olinda, Pernambuco, Brasil. Foi o primeiro cometa descoberto na América do Sul e era o único cometa descoberto em território brasileiro. Em 1882 foi descoberto também em território nacional o cometa C/1882 R1 Cruls pelo belga, naturalizado brasileiro, Louis Ferdinand Cruls do Observatório Imperial do Rio de Janeiro. Apesar de existirem alguns registros anteriores ao de Cruls, o Observatório Imperial foi o primeiro a medir a posição e divulgar à comunidade científica por meio de mensagem telegráfica enviada aos editores da revista L'Astronomie. O brasileiro Paulo Holvorcem descobriu vários objetos, sendo dois cometas de maneira solidária, porém as descobertas ocorreram fora do Brasil.

Agora, um cometa genuinamente brasileiro, denominado de C/2014 A4 SONEAR, o objeto foi descoberto pelos astrônomos brasileiros Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros a partir de imagens feitas no dia 12 de janeiro de 2014, como um objeto de magnitude 18 localizado na constelação da Pomba (Columba). Os registros foram obtidos através de um telescópio de 457 mm (18"), com câmera CCD acoplada, instalado no observatório SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Asteroid Research), localizado na cidade mineira de Oliveira.

A detecção do objeto, que inicialmente tinha um aspecto asteroidal, foi primeiramente submetida à União Astronômica Internacional (IAU), e diversos astrônomos passaram a executar as medições (astrometria) do novo objeto antes que a descoberta fosse confirmada.

Em 13 de janeiro, um dia após a detecção inicial, os astrônomos Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini, ligados ao Observatório Remanzacco, na Itália, coletaram 19 imagens a partir de um telescópio robótico instalado em Siding Spring, na Austrália, confirmando a existência de uma pequena coma ligeiramente elongada no sentido norte-este, que pode ser vista na imagem acima.

Outra série de 25 exposições feitas no dia 14 de janeiro também confirmou que o objeto descoberto era de fato um cometa, com uma difusa coma de 8 arcosegundos de diâmetro.

Finalmente, após 3 dias de observações, em 16 de janeiro de 2014 a IAU confirmou a descoberta dos astrônomos brasileiros, batizando oficialmente de C/214 A4 SONEAR o primeiro astro desse tipo descoberto no Brasil por brasileiros.

De acordo com os recentes elementos orbitais, C/214 A4 SONEAR é um cometa de orbita parabólica, provavelmente originado na nuvem de Oort. Quando detectado, se encontrava a cerca de 5,68 UA (Unidade Astronômica, equivalente a cerca de 149,5 milhões de km) da Terra e 6,33 UA do Sol, com órbita altamente inclinada de 121 graus. Ele atingirá o periélio em 11 de setembro de 2015, quando passará a 3,82 UA do Sol, cerca de 571 milhões de quilômetros.

Fonte: SONEAR e Remanzacco Observatory

sábado, 30 de novembro de 2013

Os restos mortais do cometa ISON

O cometa C/2012 S1 ISON não apresenta sinais de atividade e devido a fragmentação tornou-se uma nuvem de debris (estilhaços).

cometa ISON

© SOHO (cometa ISON)

A imagem acima obtida pela câmara LASCO C3 da sonda SOHO indica uma acentuada queda de brilho após a passagem periélica, atualmente na 5ª magnitude. Nesta imagem o cometa ISON está trestes a sair do campo de visão da câmara.

A grande perda de material, pode ser observada através da animação abaixo, que descreve a trajetória do cometa, antes e depois da maior aproximação da coroa solar, obtida pela câmara COR2-A da sonda STEREO da NASA.

trajetória do cometa ISON no periélio

© STEREO/COR2-A (trajetória do cometa ISON no periélio)

Mas, ainda há dúvida se restou um pedaço do núcleo e se ele está ativo, ou seja, produzindo algum gás. O diâmetro do núcleo do cometa ISON era de cerca de 1,4 km, porém, agora é muito menor. Brevemente, saberemos a respeito quando o telescópio espacial Hubble captar uma imagem mais nítida nos últimos dias do ano.

O desvanecimento de brilho e o afastamento do cometa em relação ao Sol desfavorece completamente a visão a olho nu do astro na próxima semana, preferencialmente no hemisfério norte.

A passagem rasante do cometa ISON fragilizou sua estrutura, e seu renascimento temporário pode ter sido seu último suspiro!

Fonte: NASA e Cometas Blog

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cometa ISON ressurge das cinzas

O cometa C/2012 S1 ISON não resistiu ao periélio e foi quase totalmente consumido pelo calor do Sol.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (fragmento do cometa ISON)

Depois que todo mundo viu o cometa reduzir paulatinamente de brilho e sumir por trás do Sol, parecia que o destino estava selado. Redução rápida de magnitude significava fragmentação, e um cometa aos pedaços não resistiria aos 2.700 ºC durante a passagem a 1,2 milhão de km de uma estrela. A essa temperatura, aos pedaços, todo o gelo sofre sublimação. No auge da aproximação, o cometa se deslocava a mais de 350 km/s pela atmosfera solar.

fragmento do cometa ISON

© SOHO/LASCO C2 (fragmento do cometa ISON)

Existe indícios de que possivelmente o cometa ISON se desintegrou parcialmente às 17:40 (UTC) em 28 de novembro de 2013. Porém, um rastro de fragmentos foi observado logo após o periélio, através de imagens obtidas pelas câmeras C2 e C3 da sonda SOHO, indicando que uma pequena parte do núcleo do ISON sobreviveu ao periélio.

Embora o cometa ISON tenha sofrido ruptura, oferece uma oportunidade muito rara, já que possibilita observar como um dos objetos mais antigos do Sistema Solar interage com o campo magnético do Sol.

Que outras surpresas o cometa ISON nos reserva, além de uma ressurreição?

Fonte: NASA

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sondas captam aproximação do cometa ISON

No início desta quarta-feira o cometa C/2012 S1 ISON penetrou no campo de visão do coronógrafo LASCO C3 da sonda SOHO (Solar and Heliospheric Observatory).

cometa ISON

© SOHO/LASCO C3 (cometa ISON)

As primeiras imagens do coronógrafo LASCO C3 mostravam o cometa ISON aparentemente íntegro quando estava a apenas 22 milhões de quilômetros da superfície do Sol. O cometa ISON surgiu lentamente pelo canto inferior direito da imagem, com velocidade estimada em 830 mil km/h. À medida que se aproxima do Sol essa velocidade vai aumentar ainda mais até atingir o periélio na quinta-feira, às 18h38 BRT, quando o cometa ISON chegará a apenas 1,1 milhão de quilômetros da superfície, cuja velocidade neste momento será de 1,36 milhão km/h. Esta velocidade será suficiente para fazê-lo contornar o Sol, desde que suporte o calor intenso de 2 milhões de graus na região plasmática da coroa solar e também a influência das forças de maré durante a máxima atração gravitacional.

Alguns dias antes a sonda STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) através das cãmeras SECCHI (Sun Earth Connection Coronal and Heliospheric Investigation) acompanhou o cometa ISON aproximando do Sol, visto na filme a seguir.

© STEREO/SECCHI (cometa ISON)

Este filme mostra o cometa ISON, o planeta Mercúrio, o cometa Encke e a Terra ao longo de um período de cinco dias (a partir de 20 novembro até 25 novembro de 2013). O Sol está à direita do campo de visão da câmera.

Fonte: NASA

sábado, 23 de novembro de 2013

O cometa ISON perde fragmentos individuais

Um ou mais fragmentos poderão ter-se separado do núcleo do cometa ISON nos últimos dias.

imagem da estrutura alada do cometa ISON

© O. Wendelstein (imagem da estrutura alada do cometa ISON)

Duas estruturas tipo-asa no ambiente gasoso em redor do cometa, fotografadas por uma equipe de cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar e do Observatório Wendelstein da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, parecem indicar isso; as estruturas aparecem em imagens obtidas no final da semana passada. Este distanciamento de pedaços individuais de detritos pode possivelmente explicar o recente aumento de brilho do cometa.

O cometa ISON tem decepcionado muitos astrônomos amadores ao longo da sua viagem até ao Sol. O brilho do cometa, que passará no dia 28 pela superfície do Sol a uma relativamente pequena distância de pouco mais de um milhão de quilômetros, não aumentou tanto quanto inicialmente se esperava. No final da semana passada, a luminosidade do ISON subiu dramaticamente com vários observadores a relatando um considerável aumento de brilho.

Uma possível indicação para a causa do surto é fornecida por imagens do cometa obtidas e avaliadas recentemente por cientistas do Observatório Wendelstein e do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

As análises mostram duas estruturas visíveis na atmosfera do cometa que se estendem a partir do núcleo como asas. Estas "asas" eram ainda bastante fracas no dia 14 de novembro, mas dominavam claramente as imagens obtidas dois dias depois. "Tais estruturas ocorrem tipicamente após a separação de fragmentos individuais a partir do núcleo cometário," realça Hermann Böhnhardt do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar.

Tal como o núcleo do cometa, os seus fragmentos também libertam gás e poeira para o espaço. Se as emissões do cometa e dos fragmentos menores se encontram, é gerada uma espécie de camada separadora e por vezes tem um carácter tipo-asa. Se o aumento de brilho visto nos últimos dias foi também provocado pela divisão dos fragmentos, "isso não pode ser afirmado com certeza," acrescenta Böhnhardt. No entanto, esta relação foi comprovada noutros cometas.

As estruturas tipo-asa nas imagens não podem ser avistadas a olho nu, são necessários métodos numéricos para aparecerem em imagens processadas. Para este fim, deve ser analisado o ambiente gasoso do cometa no computador em busca de mudanças de brilho. O uniforme pano de fundo da atmosfera do cometa é subtraído e deixa assim de eclipsar as frágeis estruturas. "As nossas simulações indicam que ou apenas se dividiu uma única parcela, ou apenas poucos pedaços menores," afirma Böhnhardt.

Ainda não se sabe como o cometa irá comportar-se nas próximas semanas, quando der a volta ao Sol. "No entanto, a experiência passada mostra que os cometas que perdem fragmentos têm tendência para fazê-lo novamente," conclui Böhnhardt.

No dia 19 de novembro o cometa ISON apresentou uma desconexão, observada na imagem a seguir obtida por Joseph Brimacombe.

desconexão no cometa ISON

© Joseph Brimacombe (desconexão no cometa ISON)

Fonte: Instituto Max Planck

domingo, 17 de novembro de 2013

Aumento repentino de brilho do cometa ISON

O cometa C/2012 S1 ISON já está visível a olho nu em locais de baixa luminosidade, devido a um incremento substancial em seu brilho.

cometa ISON

© Adam Block (cometa ISON)

Este aumento súbito de brilho (outburst) de um cometa pode ocorrer devido à perda abrupta de massa em um intervalo de tempo muito curto. A sublimação de material ejeta ao espaço muita água e poeira aumentando o tamanho da coma, o que faz o cometa brilhar ainda mais próximo do Sol.
A ejeção de jatos de gás em todas as direções provoca a rotação do cometa expondo novas camadas de rocha à radiação solar. Estes fatores poderão induzir a uma ruptura do cometa na passagem periélica, que ocrrerá no dia 28 de novembro deste ano, quando o cometa passará pela superfície borbulhante do Sol a uma distância de cerca de um milhão de quilômetros. O núcleo de gelo e rochado cometa, cujo diâmetro é estimado entre dois e cinco quilômetros, será submetido a forças de maré gigantescas e a um calor brutal.
A seguir uma é vista uma animação da órbita do cometa ISON efetuada no software Solar System Scope.
 

© Solar System Scope (órbita do cometa ISON)

Em 27 de dezembro o cometa atinge o seu ponto de maior aproximação com a Terra, passando a uma distância de 64 milhões de quilômetros.
Para o astrônomo Emmanual Jehin, da Universidade de Liège, na Bélgica, utilizando o telescópio robótico TRAPPIST (TRAnsiting Planets and PlanetesImals Small Telescope), em La Silla, Chile, verificou que esse incremento de intensidade nas últimas noites, resultou no dobro da produção do material que vinha sendo ejetado pelo cometa, numa taxa de 2x1028 moléculas/segundo. Agora, podemos observar emissão de jatos na banda de OH (hidroxila), no mesmo local das de CN (cianogênio) e de C2 (carbono diatômico).
A imagem abaixo mostra a localização do cometa ISON, as 5:30 hs(horário de verão). Ele estará numa linha imaginária entre o planeta Marte e a estrela Spica, com baixa elongação e próximo do horizonte.

localização do cometa ISON
© Cartes du Ciel (localização do cometa ISON)

Nesta manhã de domingo (17/11), o cometa ISON estará na 5ª magnitude. Na região sudeste do Brasil estará visível apartir das 4:30 hs, e poderá ser visto até as 6:30 hs quando o Sol surgirá. Estas aparições no alvorecer deverão ser mais expressivas até o periélio, atingindo a magnitude –6.
 
Fonte: Cometas Blog

domingo, 3 de novembro de 2013

Um trio atual de cometas brilhantes

Uma excursão sob o céu permitirá observar um trio de cometas neste final de ano. Os cometas em questão são: 2P/Encke, C/2012 S1 (ISON) e C/2013 R1 (Lovejoy).

trio de cometas

© Cartes du Ciel (trio de cometas)

Uma vez que é raro ter três cometas relativamente brilhantes no mesmo pedaço de céu, ao mesmo tempo, você não vai querer perder esta oportunidade, agora que a Lua está na fase Nova, para observar estes astros.

O cometa Lovejoy foi descoberto em 7 de setembro de 2013 por Terry Lovejoy (Austrália). Na ocasião o objeto estava com magnitude 14. Atualmente com magnitude 8, poderá ser visto através de binóculos de 50 mm. Usando os mapas celestes, procure uma mancha difusa com um centro brilhante não muito longe da estrela brilhanteProcyon na constelação de Cão Menor. Nos próximos dias, Lovejoy vai iluminar com um adicional de 2 a 3 magnitudes, em direção à constelação de Câncer. Lovejoy provavelmente poderá ser visto a olho nu, em meados de novembro. Usuários com pequeno telescópio pode ver o cometa com facilidade, mas o desenvolvimento de sua cauda de gás ainda é fraco para detectar visualmente. Na segunda quinzena de novembro o cometa se encontrará na constelação de Leão Menor e possivelmente atingirá a magnitude 5.

cometa Lovejoy

© Gerald Rhemann (cometa Lovejoy)

Enquanto isso, o cometa Encke que translada ao redor do Sol a cada 3,3 anos. O cometa foi descoberto em 17 de janeiro de 1786 por Pierre Méchain. As estimativas atuais apontam uma magnitude 7, também poderá ser visto através de binóculos de 50 mm. Na manhã de 1º de novembro ele estará na constelação da Virgem, visível antes do Sol nascer. O brilho total deverá atingir a magnitude 7, porém sua altura será de apenas 10 graus acima do horizonte. No periélio, em 21 de novembro, o cometa Encke deverá atingir a magnitude 5.

cometa Encke

© Damian Peach (cometa Encke)

O outro astro que compõe o trio, é o cometa ISON. Ele foi descoberto pela equipe do Observatório ISON (International Scientific Optical Network), localizado em Kislovodsk, na Rússia, através dos observadores V. Nevski e A. Novichonok, no dia 21 de setembro de 2012 quando o objeto estava com magnitude 18. Agora está com magnitude 9. Observadores com binóculos na faixa de 70-100 mm vai vê-lo sob um céu escuro, mas no início de novembro será necessário um alcance de pelo menos 6 polegadas.

cometa ISON

© Michael Jäger (cometa ISON)

Especula-se, através de análise fotométrica,  que o cometa ISON sofrerá uma desintegração durante sua trajetória de aproximação do Sol. O pesquisador  Zdenek Sekanina publicou um artigo em outubro, analisando dois cometas oriundos da Nuvem de Oort, com propriedades semelhantes ao cometa C/2012 S1. O cometa C/1962 C1 Seki-Lines que passou a 0,0314 UA do Sol e o cometa C/2002 O4 Hönig, que passou a 0,776 UA. Apesar de estar mais próximo do Sol naquele momento, somente o cometa Seki-Lines sobreviveu à passagem periélica.

Pouco antes do razante solar, o ISON poderá chegar magnitude 3 em torno de 21 de novembro, normalmente uma presa fácil a olho nu, mas com baixa altitude que prejudicará a visão. Logo após, ocorrerá uma conjunção entre os cometa 2P/Encke e o C/2012 S1 ISON, que está prevista para ocorrer nos dias 24 e 25 de novembro. Se o cometa ISON pemanecer íntegro à passagem periélica em 28 de novembro, quando deve passar apenas 0,0124 UA do Sol, alcançando a magnitude –6, e com aproximadamente 0,5 grau de elongação  propiciará a visão de sua cauda se pondo no horizonte.

Fonte: REA e Universe Today

sábado, 2 de novembro de 2013

Outburst do cometa C/2012 X1 (LINEAR)

Em 21 de outubro 2013, ocorreu uma explosão de brilho (outburst) do cometa C/2012 X1 (LINEAR).

cometa C/2012 X1 (LINEAR)

© Gianluca Masi (cometa C/2012 X1 em 25/10/2013)

A magnitude do cometa era 8,5 em 20 de outubro, quando foi medida por Hidetaka Sato, com um brilho central de cerca de 10" de diâmetro. A previsão para a magnitude absoluta H10 para o cometa C/2012 X1 (LINEAR) seria em torno de 14 agora. Este cometa foi descoberto em 8 de dezembro de 2012 pela equipe do LINEAR (Lincoln Near Earth Asteroid Research), com a magnitude 19. Segundo os elementos orbitais iniciais este cometa alcançaria apenas a magnitude 11 em fevereiro de 2014.

Recentemente, o cometa C/2012 X1 (LINEAR) apresentou uma taxa de expansão de poeira semelhante à do cometa 17P/Holmes ocorrida em 2007.

cometa 17P/Holmes

© Michael Jäger (cometa 17P/Holmes em 27/11/2007)

Foi realizado um acompanhamento das medições deste objeto, no dia 21 outubro, por Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini do Observatório Remanzacco, onde calcularam a taxa de expansão de poeira do cometa C/2012 X1 (LINEAR) comparando com à do cometa 17P/Holmes.

C/2012 X1 (LINEAR)

© E. Guido, N. Howes e M. Nicolini (cometa C/2012 X1)

No momento da sessão de imagens com exposições não filtradas, obtidas remotamente a partir iTelescope Observatory, no Novo México, o cometa estava apenas a 16 graus acima do horizonte e o Sol a -11 graus. O cometa C/2012 X1 (LINEAR) apresenta uma morfologia semelhante ao outburst do cometa 17P/Holmes: o diâmetro da coma do é de cerca de 105" e a forte condensação central é de aproximadamente 15" de diâmetro, com magnitude aproximadamente 11.

filtro MCM

© E. Guido, N. Howes e M. Nicolini (filtro MCM)

A imagem acima mostra uma elaboração da imagem original com o filtro MCM (Median Coma Model). Este filtro cria um coma artificial, com base na fotometria da imagem original, e subtrair a própria imagem original, a fim de destacar as zonas internas do brilho diferente, que estão muito próximos do núcleo interior, e que seriam normalmente escondido da luz difusa do cometa. 
O diâmetro da coma aumentou de 113 para 202 arcseg (segundos de arco) em cerca de 88 horas (3,66 dias). Isto corresponde a uma velocidade radial projetada de 1,01 arcseg/hora (ou 24,3 arseg/dia) e, a uma distância de 2,95 UA, com velocidade de cerca de 0,6 km/s. Podemos comparar esta velocidade com a do 17P/Holmes durante o seu outburst de 2007, onde a taxa de expansão de poeira, também projetada no plano do céu, foi de cerca de 0,554 +/- 0,005 km/s 25 de outubro a 1 novembro, conforme artigo publicado por por Yi Lin et al. no periódico The Astronomical Journal.

curva de luz

© Seichii Yoshida (curva de luz do cometa C/2012 X1)

Atualmente, o astro não é visível na maior parte do Brasil, mas caso seu brilho continue a aumentar existe uma chance de observarmos este cometa a partir da última semana de janeiro de 2014 ao amanhecer na constelação de Ofiúco, talvez com magnitude 6, conforme previsão de Seichii Yoshida.

Fonte: Observatório Remanzacco

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um belo cometa do tipo Sungrazer

Arquenando rumo ao seu destino fatal, o Cometa de Natal SOHO 6, classificado como Sungrazer (rasante solar)  foi registrado pelo instrumento Large Angle Spectrometric COronagraph (LASCO) da sonda SOHO no dia 23 de Dezembro de 1996.

cometa de Natal SOHO 6

© NASA/ESA/SOHO (cometa de Natal SOHO 6)

Este cometa, o sexto descoberto pela sonda SOHO, passou a apenas 0,0049293 UA do centro do Sol e não sobreviveu à passagem.

O LASCO usa um disco de ocultação parcialmente visível na parte inferior direita da imagem, para bloquear o disco solar permitindo que se possa fazer imagens da apagada coroa interna do Sol dentro de 8 milhões de quilômetros. O cometa é visto enquanto sua coma entra na região equatorial do vento solar brilhante (orientado verticalmente). Posicionado no espaço e observando o Sol de maneira contínua, o SOHO já foi usado para descobrir mais de 2.500 cometas, incluindo numerosos cometas do tipo Sungrazers. Com base em suas órbitas, acredita-se que a grande maioria pertence à chamada Família Kreutz de cometas Sungrazers, criados por sucessivas quebras de um único e grande cometa progenitor que passou muito perto do Sol no século doze. Passando bem perto do Sol, os cometas do tipo Sungrazers, estão sujeitos a forças de marés destrutivas somadas ao intenso calor do Sol.

O Grande Cometa de 1965, o Ikea-Seki, também era um membro da Família Kreutz, e passou a cerca de 650.000 quilômetros de distância da superfície do Sol.

cometa ISON

© Hubble (cometa ISON)

Embora dois cometas nunca sejam exatamente iguais, o cometa ISON parece ter similaridades notáveis do Cometa Kirch, também chamado de o Grande Cometa de 1680. Como o cometa ISON, que está se aproximando, o cometa Kirch, foi um brilhante cometa do tipo Sungrazer. Nenhum desses dois cometas, coincidentemente, é um membro do grupo mais comum desses objetos, a Família Kreutz. No final desse ano, cujo periélio será no dia 28 de Novembro, o cometa ISON, potencialmente o cometa do tipo Sungrazer mais brilhante já registrado na história, é esperado que sobreviva ao seu encontro com o Sol.

Fonte: NASA

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Corpo celeste asteroidal é um cometa

Durante 30 anos, acreditava-se que um grande objeto próximo da Terra, denominado 3552 Don Quixote, era um asteroide.

a coma e a cauda do Don Quixote

© Spitzer (a coma e a cauda do Don Quixote)

Agora, porém, astrônomos descobriram que o terceiro maior corpo celeste do tipo com órbita entre o Sol e o nosso planeta, com quase 19 quilômetros de diâmetro, é na verdade um cometa, ou seja, uma mistura de gelo, gases congelados e poeira que pode ajudar a resolver a questão da origem da água da Terra.

Cerca de 5% dos objetos com órbitas próximas da Terra são cometas chamados “mortos”, isto é, que perderam toda sua água e dióxido de carbono congelado ao formarem suas comas (a nuvem em volta do núcleo) e caudas ao longo de bilhões de anos de aproximações com o Sol, deixando para trás apenas um núcleo rochoso que se parece com um asteroide. Mas Don Quixote ainda é um cometa ativo, como mostraram observações com o telescópio espacial infravermelho Spitzer da NASA.

O 3552 Don Quixote foi descoberto em 26 de setembro de 1983 por Paul Wild. “Don Quixote sempre foi conhecido como algo estranho”, afirmou Joshua Emery, professor da Universidade do Tennessee e um dos integrantes da pesquisa.

Sua órbita o leva próximo à Terra, mas também até além de Júpiter. E uma órbita grande como esta é similar à de um cometa, não à de um asteroide, que tende a ser mais circular, por isso foi cogitado que ele poderia ser um cometa que perdeu todo o seu depósito de gelo. O corpo celeste apresenta um albedo de 0,03.

Os pesquisadores então reexaminaram imagens de Don Quixote feitas pelo Spitzer em 2009, quando ele estava na parte da órbita mais próxima do Sol, e descobriram que ele tinha uma coma e uma cauda. Emery também reviu observações feitas em 2004, quando o cometa estava mais distante do Sol, e determinou que sua superfície é composta de pó de silicato, similar à de um cometa. Ele também notou que Don Quixote não tinha coma ou cauda a esta distância, o que é comum em cometas, já que precisam da radiação do Sol para formar a coma e do vento solar para formar a cauda.

A descoberta da verdadeira natureza de Don Quixote reforça a hipótese defendida por alguns cientistas de que grande parte da água da Terra veio do impacto de cometas com o planeta ao longo de bilhões de anos. Mesmo com pouco material volátil restante, o Don Quixote ainda conteria cerca de 100 bilhões de toneladas de água, o suficiente para encher um grande lago como o Tahoe, na fronteira entre os estados americanos de Califórnia e Nevada, com área de quase 500 quilômetros quadrados.

A descoberta foi apresentada esta semana no European Planetary Science Congress, em Londres.

Fonte: Jet Propulsion Laboratory

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Spitzer observa emissão de gás no cometa ISON

Astrônomos usando o telescópio espacial Spitzer da Nasa observaram fortes emissões de dióxido de carbono no cometa ISON.

cometa ISONcometa ISON

© NASA/Spitzer (cometa ISON)

A imagem acima mostra à esquerda, no comprimento de onda de 3,6 micrômetros, a emissão de partículas de poeira formando uma cauda notável. À direita vê-se uma imagem no comprimento de onda de 4,5 micrômetros, à qual foi subtraída a estrutura da cauda visível, mostrando uma nuvem esférica de gás, provavelmente composta majoritariamente por dióxido de carbono, em torno do núcleo do cometa e que o encobre completamente. As cores são faseadas, foram usadas apenas para facilitar a visualização das estruturas referidas.

O dióxido de carbono é considerado o gás que alimenta a emissão para a maioria dos cometas entre as órbitas de Saturno e cinturão de asteroides. As observações foram feitas em infravermelho no dia 13 de Junho, e revelaram que o cometa ISON libertava diariamente 1 milhão de kilogramas de dióxido de carbono e 54 milhões de kilogramas de poeira. Na ocasião o cometa estava a 3,35 UA, cerca de 500 milhões de quilômetros do Sol, e apresentava uma cauda 300 mil quilômetros de comprimento.

O Comet ISON, conhecido oficialmente como C/2012 S1, possui um diâmetro inferior a 4,8 km de diâmetro e tem uma massa entre 3,2 bilhões e 3,2 trilhões de kilogramas). A localização do cometa ainda está muito longe, por isso o seu verdadeiro tamanho e densidade não foram determinados com precisão.

No final deste mês o cometa atravessa, entre Marte e Júpiter, a taxa de sublimação da água, a sua atividade e visibilidade deverão aumentar dramaticamente, cuja ápice ocorrerá na passagem periélica em 28 de Novembro deste ano, quando passará apenas a 1,16 milhões de quilômetros do Sol.

Fonte: NASA

domingo, 26 de maio de 2013

A anticauda do cometa PanSTARRS

É  possível observar uma magnífica anticauda do cometa PanSTARRS (C/2011 L4) durante sua  aproximação do plano da órbita do planeta Terra.

anticauda do cometa PanSTARRS em 21/05

© Damian Peach (anticauda do cometa PanSTARRS em 21/05)

A cauda trilha ao longo da órbita do cometa, uma vez que deixa o Sistema Solar interior para trás. Uma perspectiva quase de lado próximo do plano orbital da trajetória do cometa aumenta a visão da anticauda e parece apontar na direção do Sol, aparentemente contrária ao comportamento de caudas de poeira de cometas, que são empurradas para fora pela pressão da luz solar.

anticauda do cometa PanSTARRS em 23/05

© Joseph Brimacombe (anticauda do cometa PanSTARRS em 23/05)

Os longos e estreitos trechos da anticauda à direita da imagem acima perfazem quase 4 graus ou cerca de 8 vezes o tamanho angular da lua cheia. Varrendo o extremo norte nos céus do planeta Terra, o cometa é visto a noite toda na maior parte do hemisfério norte, mas agora com o luar brilhante interfere na sua visibilidade. A anticauda do cometa PanSTARRS é uma das mais longas desde o aparecimento do cometa Arend-Roland em 1957.

cometa Arend-Roland

© Cometografia/K. W. Schrick (cometa Arend-Roland)

Ainda esta semana em 26-27 de maio, a Terra vai passar diretamente através do plano orbital do cometa, que corta o plano dos planetas em um ângulo muito íngreme. No final de maio, o Cometa PanSTARRS irá passar  a poucos graus do polo celestial norte.

Fonte: NASA