terça-feira, 5 de março de 2019
Cometa de um Cocheiro
sábado, 15 de dezembro de 2018
Cometa Wirtanen aproxima-se do perigeu
Amanhã, o cometa periódico 46P/Wirtanen atingirá o perigeu, a maior aproximação da Terra, e ficará distante apenas 11,5 milhões de km do nosso planeta.
© Gerald Rhemann (cometa 46P/Wirtanen)
O astrofotógrafo Gerald Rhemann captou esta imagem do cometa 46P/Wirtanen no dia 29 de novembro deste ano, na Namíbia.
O cometa 46P/Wirtanen foi descoberto fotograficamente em 17 de janeiro de 1948 pelo astrônomo norte-americano Carl A. Wirtanen, do observatório de Lick, na Califórnia.
O 46P/Wirtanen que tem 1,2 km de diâmetro está se deslocando com velocidade de 34.200 quilômetros por hora, e completa sua órbita a cada 5,4 anos.
O cometa passou pelo periélio, a maior aproximação do Sol, no último dia 12 de dezembro, cuja magnitude era 4.8, abaixo do limiar da visão humana, que é de magnitude 6. Porém, o uso de um binóculo é imprescindível para uma visão mais confortável, pois permitirá distinguir o objeto entre as estrelas. E o distanciamento das luzes da cidade também favorecerá a observação.
Devido à pequena distância, o objeto já pode ser visto a olho nu, na forma de um pequeno ponto verde difuso e deve ficar ainda mais brilhante. O cometa 46P/Wirtanen poderá atingir magnitude 4.4, no dia 16 de dezembro.
A cor é recorrente em cometas, como no cometa Lovejoy, e se deve a sua coma, a nuvem brilhante de gás e poeira que o envolve. Ela tem cianogênio e carbono diatômico, que brilham na cor verde quando são ionizadas pela luz do Sol.
Hoje e amanhã, o cometa estará quase alinhado entre as Plêiades e a estrela Aldebaran, que não fica muito longe das Três Marias em Órion.
Fonte: Cometas Blog
sábado, 17 de novembro de 2018
O cometa periódico 46P/Wirtanen
O cometa periódico 46P/Wirtanen é agora o mais brilhante cometa no céu noturno, mas também fraco para ser visto a olho nu.
© Alex Cherney (cometa periódico 46P/Wirtanen)
No entanto, a partir de locais com céu escuro, ele pode se tornar visível a olho nu, já que sua órbita de 5,4 anos de duração a leva mais perto da Terra e do Sol em meados de dezembro. Fluorescendo à luz do Sol, sua coma esférica é cerca de metade do tamanho angular da Lua cheia na visão telescópica do hemisfério sul de 7 de novembro.
Na ocasião o cometa estava a cerca de 2 minutos-luz ou 35 milhões de quilômetros da Terra. A coma esverdeada vista aqui tem cerca de 150.000 quilômetros de diâmetro. Isso faz com que seja do tamanho de Júpiter.
A pilha de imagens digitais também revela uma cauda muito tênue que se estende para as 4 horas com uma galáxia de fundo distante notável na parte superior esquerda. Como visitante regular do Sistema Solar interior, o cometa 46P/Wirtanen já foi o alvo de encontro preferido para o cometa da ESA, que explorava através da missão Rosetta.
Fonte: ESA
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Um cometa entre as nebulosas Cone e Rosette
Espera-se que pequenos pedaços do cometa 21P/Giacobini-Zinner cinza-esverdeado caiam na atmosfera da Terra hoje à noite.
© F. H. Hemmerich (cometa entre as nebulosas Cone e Rosette)
Especificamente, fragmentos do núcleo erodido do cometa periódico 21P/Giacobini-Zinner causam a chuva anual de meteoros dos Draconídeos, que atinge o pico esta noite.
Os meteoros draconídeos são fáceis de sere apreciados este ano porque as taxas de meteoros provavelmente atingirão o pico logo após o pôr do sol, com o brilho da Lua quase ausente. No entanto, é necessário paciência, pois não deverá aumentar a taxa de meteoros normais dos Draconídeos este ano, durante o último mês do cometa perto da órbita da Terra. Então, novamente, as taxas de meteoros são notoriamente difíceis de prever, e os Draconídeos foram bastante impressionantes em 1933, 1946 e 2011.
Em destaque na imagem, nota-se o cometa 21P/Giacobini-Zinner entre as nebulosas Rosette (superior esquerdo) e Cone (inferior direito) há duas semanas perto da órbita de Júpiter, para retornar novamente em cerca de seis anos e meio.
Fonte: NASA
domingo, 26 de agosto de 2018
Cometa, Coração e Alma
A coma esverdeada do cometa 21P/Giacobini-Zinner se destaca à esquerda desta imgem que abrange mais de 10 graus em direção às constelações Cassiopeia e Perseus.
© J. C. Casado (cometa Giacobini-Zinner próximo de nebulosas)
Esta imagem foi captada em 17 de agosto passado.
O radiante da próxima chuva de meteoros Draconídeos é devido ao cometa 21P/Giacobini-Zinner. Previsto para ser o mais brilhante no mês de outubro, o cometa está realmente no primeiro plano do rico campo estelar, a apenas cerca de 4 minutos-luz do nosso planeta. O 21/Giacobini-Zinner deve permanecer muito fraco para ser visto a olho nú, como as coloridas nebulosas Coração e Alma perto do centro do campo de visão da câmera digital sensível.
Mas o par de aglomerados estelares abertos à direita, h e Chi Persei, podem ser vistos apenas a olho nu em locais escuros. As nebulosas Coração e Alma, com seus próprios aglomerados de estrelas jovens de um milhão de anos, cada um com mais de 200 anos-luz de diâmetro e 7 mil anos-luz de distância da Terra. Eles fazem parte de um grande complexo de formação de estrelas que se estende ao longo do braço espiral de Perseus da nossa Via Láctea. Também conhecido como Double Cluster, h e Chi Persei estão localizados na mesma distância.
O cometa 21P/Giacobini-Zinner foi descoberto pelo astrônomo Michael Giacobini em dezembro de 1900 no observatório de Nice (França), e redescoberto por Ernst Zinner, quando observava estrelas variáveis próximo de Beta Scuti. O cometa possui um período de 6,54 anos e passará a 0,39 UA da Terra. A máxima aproximação do Sol (periélio) será no dia 10 de Setembro de 2018, onde estima-se que o cometa alcançará a 6ª magnitude.
O cometa periódico Giacobini-Zinner foi visito por uma sonda International Cometary Explorer quando passou por sua cauda em setembro de 1985.
Fonte: NASA
sábado, 11 de agosto de 2018
O cometa Swift-Tuttle e as Perseidas
O cometa Swift-Tuttle, formalmente conhecido como 109P/Swift-tuttle, é um enorme cometa congelado que tem uma órbita de 133 anos ao redor do Sol, e é o causador da espetacular chuva de meteoros das Perseidas.
© Meteor Shower (chuva de meteoros das Perseidas)
Uma vez por ano, a Terra passa através de uma seção da cauda do cometa Swift-Tuttle, onde uma nuvem de partículas é ejetada do cometa, sendo que a maior parte tem estado nesta formação por milhares de anos. À medida que estas partículas entram na atmosfera da Terra, a uma velocidade extremamente alta, elas queimam, resultando no belo espetáculo da chuva de meteoros.
Anualmente, em meados de Julho até o final de Agosto, podem ser registrados belos detritos cósmicos. Neste ano o pico da chuva de meteoros das Perseidas acontece na madrugada de 12 para 13 de Agosto de 2018. A Lua estará na sua fase crescente bem fina, irá se pôr no começo da noite e deixará o céu inteiramente escuro na madrugada para se observar a chuva de meteoros.
O cometa Swift-Tuttle foi descoberto independentemente por Lewis Swift em 16 de julho de 1862, em Marathon, Nova York, e por Horace Parnell Tuttle, da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, em 19 de julho de 1862. Ele possui um núcleo de 26 km de diâmetro, o que é duas vezes e meia o tamanho do asteroide que se chocou com a Terra e dizimou os dinossauros, viajando 4 vezes mais rápido.
É o maior objeto do Sistema Solar (além da Lua), a passar repetidamente perto da Terra. No seu periélio (o ponto na órbita mais perto do Sol) mais recente, aconteceu em 1992 e o próximo acontecerá em 12 de Julho de 2126.
As órbitas do Swift-Tuttle para os próximos 2000 anos, já foram calculadas de forma precisa, e a Terra está totalmente segura. Ele passará da Terra a 22,9 milhões de km em 2126 e a 22 milhões de km em 2261.
No dia 15 de Setembro de 4479, o cometa Swift-Tuttle passará a cerca de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, isso é mais de 90 vezes mais próximo da Terra do que o Sol está, mas é apenas 4 vezes mais distante que a Lua, mas mesmo assim é uma distância segura para o nosso planeta.
Assim, no futuro previsível, continuaremos a desfrutar do belo espetáculo realizado todos os anos pelos vestígios das jornadas históricas deste astro para o centro do nosso Sistema Solar. Estes eventos impressionantes também servem como um lembrete de que nosso planeta já foi visitado por enormes rochas cósmicas.
Fonte: ESA
segunda-feira, 23 de julho de 2018
O outburst do cometa PanSTARRS
Um cometa que poderá se tornar visível a olho nu em agosto deste ano acaba de brilhar de forma inesperada!
© Michael Jäger (cometa C/2017 S3 PanSTARRS)
A image acima mostra o cometa C/2017 S3 PanSTARRS registrado em Weißenkirchen, na Austria, em 2 de julho de 2018 por Michael Jäger.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS aumentou seu brilho (outburst) em 16 vezes em apenas algumas horas no dia 30 de junho, elevando sua magnitude de +12 para +9, neste mês ocorreram dois outburts. Esta última explosão, ocorrida em 14 de julho, deu vida suficiente ao cometa para vê-lo em um par de binóculos (10 × 50s). Nada extravagante, apenas uma pequena bolha, mas com magnitude de aproximadamente 8,2 no dia 16 de julho. O astrofotógrafo austríaco Michael Jäger pode ter sido o primeiro a registrar a nova explosão. Sua foto, tirada em 15 julho, mostra uma coma verde de 4’ de diâmetro, seguido por uma cauda iônica estreita de 25’ de comprimento a noroeste.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS já está surpreendendo, e durante o periélio (máxima aproximação com o Sol), previsto para 15 de agosto de 2018, apenas a 0,2 UA (Unidade Astronômica) do Sol, podendo alcançar a 4ª magnitude. O perigeu (passagem mais próxima da Terra) acontece uma semana antes, em 7 de agosto, a 0,76 UA.
Este cometa foi descoberto em 23 de setembro de 2017 pelo telescópio Pan-STARRS 1, localizado no topo do monte Haleakala, no Havaí. A principal missão do telescópio PanSTARRS é detectar asteroides próximos da Terra que poderiam ser uma ameaça para o nosso planeta. No entanto, ele também observa estrelas variáveis, supernovas e cometas.
A coma do cometa C/2017 S3 PanSTARRS se expandiu de 2,5′ a 5′ de tamanho aparente, aproximadamente de 150.000 a 300.000 Km de diâmetro real. Isso significa que a atmosfera do cometa tem um diâmetro, quase o dobro do diâmetro do planeta Júpiter. Estas dimensões fazem dele um alvo relativamente fácil para telescópios caseiros.
O cometa C/2017 S3 PanSTARRS surgiu de uma região fria e longínqua repleta de cometas, a Nuvem de Oort, e agora está se aproximando rapidamente do Sol, numa trajetória estreita e altamente alongada. Este cometa não é periódico, ou seja, ele provavelmente nunca visitou o Sistema Solar interno. Por ter uma grande quantidade de gelo em sua composição, sua exposição aos raios solares poderá surpreender, criando aumentos de brilho inesperados.
A intensa tonalidade verde da coma sugere que a maior parte do material emitido trata-se do gás C2 (carbono diatômico).
A órbita deste cometa favorece a observação no hemisfério norte. Nas regiões norte e nordeste do Brasil, o cometa começa a ser visível na constelação de Auriga antes de o Sol nascer. No início de agosto ele ingressa na constelação de Gêmeos e seu brilho deve atingir a 7ª magnitude.
Fonte: Sky & Telescope
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Supresas na composição química de cometa
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida (USF), em Tampa, na Flórida, indica que o cometa C/2016 R2 (Pan-STARRS) é um cometa que possui abundância de monóxido de carbono e falta de cianeto de hidrogênio.
© Chris Schur (cometa C/2016 R2)
Descoberto em 7 de Setembro de 2016, o C/2016 R2 (Pan-STARRS) é um cometa da Nuvem de Oort que orbita o Sol a uma distância de 740 UA, e leva aproximadamente 20 mil anos para dar uma volta ao redor do Sol na sua órbita altamente excêntrica. O cometa é conhecido por ter uma coma com coloração azul profunda e uma complexa cauda de íon.
A Nuvem de Oort é uma reserva de núcleos cometários que datam do início do Sistema Solar. Estudar cometas como o C/2016 R2 (Pan-STARRS) poderia fornecer pistas importantes sobre a origem e a formação dos planetas e outros objetos do Sistema Solar.
O C/2016 R2 (Pan-STARRS) foi recentemente observado por Kacper Wierzchos e Maria Womack da USF. A partir das observações conduzidas em Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, os astrônomos empregaram o Submillimeter Telescope de 10 metros no Radiobservatório do Arizona. A campanha observacional foi focada na pesquisa do cometa focalizou nas emissões de monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio.
As frequências das emissões de CO ocorreram em 250,53799 GHz e de HCN em 265,88643 GHz no cometa C/2016 R2 durante Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018 quando as distâncias heliocêntricas e geocêntricas eram de respectivamente 2,9 UA e 2,1 UA.
Como resultado das observações, os pesquisadores detectaram emissões neutras de monóxido de carbono neste cometa pela primeira vez. Eles descobriram que a taxa de produção de CO é muito alta se comparada com outros cometas. O C/2016 R2 é descrito por Wiezchos e Womack como um cometa rico em CO onde a emissão de monóxido de carbono é assumida como o a principal causadora da atividade do cometa.
Contudo, os pesquisadores descobriram que a taxa de produção de cianeto de hidrogênio é muito baixa, cerca de 100 vezes menor do que aquela observada no C/1995 O1 Hale-Bopp, na mesma distância. Os pesquisadores notaram que a razão da taxa de produção de CO/HCN acima de 5.000 indica uma composição química incomum do C/2016 R2 que é difícil de entender em termos de composições típicas dos cometas.
Para entender melhor as peculiaridades do C/2016 R2, os astrônomos mediram a taxa de produção de nitrogênio molecular, N2. Eles descobriram que este cometa também é rico em N2, e não mostra uma depleção de N2 típica vista em outros cometas.
A composição da coma do C/2016 R2 é claramente bem diferente de outros cometas observados, tanto na alta abundância de N2, e na significante diminuição de outras moléculas normalmente abundantes como o HCN.
Fonte: The Astronomical Jorunal
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
O cometa azul e as Híades
As estrelas do aglomerado das Híades se espalham neste mosaico que se expande por mais de 5 graus no céu na direção da constelação de Touro.
© Rogelio Bernal Andreo (cometa C/2016 R2 PanSTARRS e Híades)
Atualmente cruzando o Sistema Solar, o cometa C/2016 R2 PanSTARRS com tonalidade azulada é visto através de uma imagem efetuada em 12 de Janeiro de 2018.
Na imagem pode-se destacar ainda o fato da ponta do V das Híades estar na parte central superior da imagem, e a brilhante Aldebaran, a estrela alfa da constelação do Touro, pode ser vista no canto inferior direito da imagem com sua intensa coloração laranja, embora no céu ela apareça com esta tonalidade, Aldebaran é uma estrela classificada como uma gigante vermelha fria.
Enquanto que as estrelas das Híades estão localizadas a aproximadamente 151 anos-luz de distância da Terra, a estrela Aldebaran está a 65 anos-luz de distância do nosso planeta, e portanto é bem separada do aglomerado, embora aparentemente pareça fazer parte dele.
No dia 12 de Janeiro de 2018, o C/2016 R2 estava a mais de 17 minutos-luz de distância da Terra, e aproximadamente 24 minutos-luz de distância do Sol. Sua cauda azulada se deve principalmente ao gás CO+ fluorescente na presença da luz solar; já a coma do cometa, aparece com uma tonalidade levemente esverdeada, devido à emissão de carbono diatômico.
Fonte: NASA
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
O cometa azul PanSTARRS
O cometa C/2016 R2 PanSTARRS foi descoberto com o telescópio PanSTARRS em 7 de setembro de 2016.
© Damian Peach/Jose J. Chambo (cometa PanSTARRS)
O cometa PanSTARRS está atualmente a cerca de 24 minutos-luz (3 UA) do Sol, varrendo os céus do planeta Terra na Constelação Taurus. Um visitante oriundo da Nuvem de Oort localizada além do Sistema Solar, a sua linda e áspera cauda de íons tem uma tonalidade notável de azul. Ainda relativamente longe do Sol, a cauda iônica já bem desenvolvida é muito impressionante. A emissão de átomos de monóxido de carbono ionizado (CO+) invulgarmente abundante que fluorescem no aumento da luz solar é em grande parte responsável pela tonalidade azulada. Esta imagem em cores do cometa é uma combinação de dados obtidos de dois telescópios diferentes durante a noite de 7 de janeiro. O cometa PanSTARRS está localizado no ápice do aglomerado de estrelas Hyades em forma de V em Taurus, e a estrela brilhante Gamma Tauri é responsável pelo brilho no canto inferior esquerdo da imagem.
Fonte: NASA
terça-feira, 31 de outubro de 2017
Cometas são detectados fora do Sistema Solar
Cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e outras instituições, trabalhando em estreita colaboração com astrônomos amadores, avistaram as caudas poeirentas de seis exocometas, ou seja, cometas fora do nosso Sistema Solar, em órbita de uma tênue estrela a 800 anos-luz da Terra.
© Danielle Futselaar (ilustração de exocometa em sistema estelar)
Estas bolas cósmicas de gelo e poeira, que eram do tamanho do Cometa Halley e viajavam a cerca de 160 mil quilômetros por hora antes de se vaporizarem, são alguns dos objetos mais pequenos já encontrados fora do nosso próprio Sistema Solar.
A descoberta marca a primeira vez que um objeto tão pequeno quanto um cometa foi detectado usando fotometria de trânsito, uma técnica em que é observada a luz de uma estrela à procura de indicadoras quedas de intensidade. Estas diminuições assinalam trânsitos potenciais, passagens de planetas ou outros objetos em frente de uma estrela, que bloqueiam momentaneamente uma pequena fração da sua luz.
No caso desta nova detecção, os pesquisadores foram capazes de discernir a cauda do cometa, ou cauda de gás e poeira.
"É incrível que algo muito menor que a Terra possa ser detectado apenas pelo fato de que está emitindo muitos destroços," comenta Saul Rappaport, professor emérito de física no Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT.
A detecção foi feita usando dados do telescópio espacial Kepler da NASA, que procura diminuições na luz estelar provocadas pelo trânsito de exoplanetas.
A procura de algo fora do comum que os algoritmos de computador pudessem não ter notado, foram avistados três trânsitos únicos em torno de KIC 3542116, uma estrela fraca localizada a 800 anos-luz da Terra.
Num típico trânsito planetário, a curva de luz resultante assemelha-se a um "U", com uma queda acentuada, e posteriormente um aumento igualmente acentuado, como resultado do bloqueio da luz da estrela pelo planeta. No entanto, as curvas de luz identificadas na estrela KIC 3542116 pareciam assimétricas, com um mergulho acentuado, seguido por um aumento mais gradual.
Rappaport apercebeu-se que a assimetria nas curvas de luz pareciam-se com planetas desintegrantes, com longas caudas de detritos que continuariam bloqueando parte da luz à medida que o planeta se afastava da estrela. No entanto, tais planetas desintegrantes orbitam a sua estrela, fazendo trânsitos repetidos. Em contraste, não foi observado este padrão periódico nestes trânsitos.
O único tipo de objeto que se adapta, e tem uma massa suficientemente pequena para ser destruído, é um cometa.
Os pesquisadores calcularam que cada cometa bloqueou cerca de um-décimo de 1% da luz estelar. Para fazer isto vários meses antes de desaparecer, o cometa provavelmente desintegrou-se completamente, criando um rasto de poeira espesso o suficiente para bloquear esta quantidade de luz estelar.
O fato destes seis exocometas parecerem ter transitado muito perto da sua estrela nos últimos quatro anos levanta algumas questões intrigantes, cujas respostas podem revelar algumas verdades sobre o nosso próprio Sistema Solar.
Porque existem tantos cometas nas regiões interiores destes sistemas solares? Será uma era extrema de bombardeamento? Esta foi uma parte realmente importante da formação do nosso próprio Sistema Solar e pode ter trazido água à Terra. Talvez o estudo dos exocometas nos possam dar informações sobre como os bombardeamentos ocorrem nos outros sistemas solares.
No futuro, a missão TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) vai continuar o tipo de pesquisa feita pelo Kepler.
Este estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Fonte: Massachusetts Institute of Technology
Rosetta encontrou pluma em cometa
No ano passado, uma fonte de poeira foi detectada jorrando de dentro do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, levando à pergunta: como foi impulsionada?
© ESA/Rosetta (cometa Churyumov-Gerasimenko)
Os cientistas sugerem agora que a explosão foi conduzida de dentro do cometa, talvez liberada de antigos respiradouros de gás ou bolsas de gelo escondido.
A pluma foi vista pela nave espacial Rosetta da ESA, em 3 de julho de 2016, apenas alguns meses antes do final da missão e quando o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko estava se afastando do Sol, a uma distância de quase 500 milhões de quilômetros.
A pluma de poeira brilhante que soprava para longe da superfície durou cerca de uma hora, produzindo cerca de 18 kg de poeira a cada segundo.
Além de um aumento acentuado do número de partículas de poeira que fluíam do cometa, a Rosetta também detectou pequenos grãos de água gelada.
As imagens mostraram a localização da explosão: uma parede com 10 m de altura em torno de uma depressão circular na superfície.
Plumas, falésias em colapso e elementos semelhantes foram anteriormente observados no cometa, mas detectar este foi especialmente afortunado: além de fotografar a localização em detalhes, a Rosetta também recolheu amostras do próprio material ejetado.
Inicialmente, os cientistas achavam que a pluma poderia ter sido o gelo superficial evaporando na luz solar. No entanto, as medições da Rosetta mostraram que tinha que haver algo mais enérgico para lançar esta quantidade de poeira no espaço.
Como esta energia foi liberada ainda não está claro. Talvez fossem bolhas de gás pressurizadas subindo por cavidades subterrâneas e explodindo livremente através de aberturas antigas, ou reservas de gelo reagindo violentamente quando expostas à luz solar.
Um dos principais objetivos da sonda Rosetta foi entender como funciona um cometa. Por exemplo, como se forma o seu invólucro gasoso e muda ao longo do tempo?
Os cientistas da Rosetta estão agora combinando medições obtidas a partir do cometa com simulações de computador e trabalho de laboratório, para descobrir o que impulsiona tais plumas em cometas.
Fonte: ESA