terça-feira, 25 de maio de 2010

Colisão de um cometa com o Sol

A colisão de um cometa com o Sol foi registrada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA).
Nas imagens divulgadas pela universidade, o cometa atravessa a coroa, camada exterior do Sol com temperaturas acima de 1 milhão de graus Celsius, e evapora na cromosfera, camada interna da atmosfera solar com temperatura de cerca de 100 mil graus Celsius.
© NASA/Universidade da Califórnia (cometa no limbo do Sol)
Usando dados de instrumentos a bordo de uma dupla de sondas denominada Stereo, postas em órbita ao redor do Sol pela Nasa em 2006, os cientistas puderam prever a trajetória, hora e local do impacto. A seguir a imagem mostra o Sol sendo monitorado pelas sondas Stereo; no momento a região escura ainda não pode ser vista por elas.
stereo rotação
© NASA (Stereo monitorando o Sol)
A partir daí, a equipe utilizou o Soho, satélite da Nasa lançado em 1995 para observação do Sol, para capturar as imagens.
Sabe-se que cometas colidem com o Sol com certa frequência, mas as emissões luminosas nas proximidades tornam quase impossível que se vejam esses impactos. "Acreditamos que temos as primeiras imagens de um cometa na cromosfera solar", disse a pesquisadora Claire Raftery, integrante da equipe.
O cometa conseguiu sobreviver ao calor da corona e desapareceu na cromosfera, evaporando sob o calor de 100 mil graus Celsius.
Ele conseguiu aguentar ao calor provavelmente por apresentar em sua composição materiais pesados. O indício de que matéria pesada compunha o cometa veio do tamanho relativamente reduzido de sua cauda: apenas 3 milhões de quilômetros de comprimento.
O cometa faz parte da família Kreutz, grupo de cometas originados da desintegração de um maior e ejetados em 2004 da órbita de Júpiter.
Fonte: Universidade da Califórnia

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sonda Kepler observa a nuvem de Oort

Um novo estudo da sonda Kepler é identificar objetos na nuvem de Oort, um massivo mar de cometas, que se acredita avançar os limites do sistema solar, embora nunca tenham sido observados diretamente. O astrônomo holandês Jan Oort previu a existência dessa nuvem em 1950, como uma maneira de explicar a origem dos cometas que penetram no interior do sistema solar. Existe a hipótese de alguns objetos distantes conhecidos pertencerem à orla mais interna da nuvem, mas a sua verdadeira procedência permanece ainda desconhecida.
nuvem de oort
© Jon Lomberg (concepção artística)
O princípio básico é que um cometa ao passar na frente de uma estrela possa ser revelado à sonda Kepler, apagando uma fração da luz da estrela. Esse método já deu resultados: permitiu avistar cinco planetas nas primeiras semanas após o seu lançamento em 2009 e dezenas de outros foram detectadas ao longo da última década, com essa e outras espaçonaves.
sonda kepler
© NASA/sonda Kepler
No dia 1 de março no Astrophysical Journal Lettters, os astrofísicos Eran Ofek, do California Institute of Technology e Ehud Nakar, da Tel Aviv University, disseram que a sonda Kepler pôde observar mais de 100 eclipses de objetos de sua estrela-alvo na Nuvem de Oort durante três anos e meio em sua missão de busca por exoplanetas. Se Kepler puder detectar eclipses suficientes, Ofek e Nakar propõem a utilização dos dados para restringir observações sobre localização e distribuição da Nuvem de Oort.
Essa não seria a primeira vez que um telescópio espacial seria utilizado para procurar objetos tão distantes no sistema solar. Em dezembro, Ofek e seus colegas encontraram nos arquivos dos dados do telescópio espacial Hubble um eclipse causado por um objeto no cinturão de Kuiper, perto do campo de detritos gelados onde Plutão reside.
Um estudo de 2004 sugeriu que Kepler poderia detectar objetos do cinturão de Kuiper, embora Ofek diga que seus cálculos e de Nakar indicam que isso não irá ocorrer. A linha de visão da espaçonave, em um ângulo bem mais elevado do que o plano orbital dos planetas no sistema solar, tornando mais provável detectar objetos na esférica Nuvem de Oort do que no cinturão de Kuiper, que é mais plano.
Fonte: Scientific American Brasil

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cometa C/2007 Q3 se fragmenta

Um astrônomo amador britânico capturou imagens de um cometa se despedaçando, com ajuda de um telescópio acessado remotamente no Havaí, nos Estados Unidos.
Em seu computador na região britânica de Wiltshire, na Inglaterra, Nick Howes tirou fotos que mostram o núcleo congelado de um cometa dividido. É o cometa C/2007 Q3 (Siding Spring) que foi descoberto por Donna Burton em 2007 no Observatório Siding Spring em New South Wales, Austrália.
 cometa c2007q3 17032010
© Nick Howes (cometa C/2007 Q3 e fragmento em 17/03)
Ele controlou o telescópio remotamente através do Faulkes Telescope Project, um projeto da universidade britânica de Cardiff que permite que pessoas em qualquer parte do mundo acessem o equipamento via internet.
"Isso mostra o que é possível quando astrônomos amadores conseguem pôr às mãos em telescópios tão poderosos", disse Paul Roche, que coordena o projeto.
O projeto foi criado pela faculdade de Física e Astronomia da universidade para ajudar crianças a estudarem ciências. O projeto oferece acesso remoto a telescópios na ilha de Mauí, no Havaí, e no observatório de Siding Spring, na Austrália.
O astrônomo amador Nick Howes observou alteração no tamanho da cauda do cometa entre os dias 15 e 16 de março, conforme imagem a seguir.
 cometa c2007q3 movimento
© Nick Howes (cometa C/2007 Q3 em 15/03 e 16/03)
Com ajuda do telescópio de US$ 10 milhões no Havaí, Nick Howes capturou seis imagens que mostram o pedaço de gelo enorme que se separou do núcleo do cometa C/2007 Q3. Um segundo grupo de imagens obtidas no dia seguinte mostrou que o novo fragmento ainda está seguindo o cometa.
"Como o núcleo do cometa tem geralmente dezenas de quilômetros, o fragmento provavelmente é do tamanho de uma montanha, e vai acabar se tornando um pequeno cometa, na medida em que ele for se separando do cometa que o originou", disse Paul Roche.
Espera-se agora que astrônomos profissionais sigam a descoberta de Howe usando instrumentos como o telescópio espacial Hubble.
"Nós esperamos envolver escolas na observação de cometas nas próximas semanas, para que possamos ver o que acontece com esse novo fragmento", disse Paul Roche.
Ele espera que a descoberta anime outros astrônomos a usarem o telescópio para pesquisa e para ajudar com novas descobertas científicas.
No ano passado, outro astrônomo amador, trabalhando com várias escolas britânicas dentro do Faulkes Telescope Project, descobriu o asteroide com a rotação mais rápida do sistema solar. Mais de 200 escolas britânicas usaram os telescópios do projeto para apoio às aulas.
Fonte: BBC Brasil e Faulkes Telescope Project

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cometa Siding Spring visto pelo “Sábio”

Um elenco diversificado de personagens cósmicos marcou a estreia do novo telescópio Wise (Wide Field Infrared Survey Explorer), lançado pela NASA nos últimos dias de 2009. Um destes astros celestes foi o cometa Siding Spring, cujo rastro de 16 milhões de quilômetros parece uma mancha de pintura vermelha com uma estrela azul.
cometa siding spring
© NASA/WISE (cometa Siding Spring)
O WISE (Sábio, em português) é um telescópio na faixa do infravermelho que ficará circulando em volta da Terra ao longo dos pólos para fazer um mapa completo do universo, detectando galáxias longínquas, estrelas frias demais para que sua luz seja captado com precisão por outros telescópios e até asteroides escuros, escondidos nas profundezas do Sistema Solar, de onde podem surgir repentinamente para se chocar com a Terra.
Fonte: NASA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O telescópio WISE acha seu primeiro cometa

O telescópio WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA descobriu seu primeiro cometa, cuja missão é encontrar milhões de outros objetos durante sua pesquisa contínua do céu em luz infravermelha.
O cometa P/2010 B2, oficialmente nomeado WISE, o sétimo cometa descoberto este ano, é uma massa de poeira e gelo com diâmetro em torno de 2 Km. Provavelmente, foi concebido na mesma época de nosso Sistema Solar, aproximadamente há 4,5 bilhões de anos atrás. O cometa surgiu dos confins gélido do Sistema Solar, sendo atraído pela força gravitacional de Júpiter e penetrando numa órbita mais íntima em torno do Sol. Atualmente, o cometa está a aproximadamente 175 milhões de quilômetros da Terra.
O cometa P/2010 B2 (WISE) está localizado no centro da imagem a seguir.
© NASA (cometa P/2010 B2 – WISE)
O cometa WISE leva 4,7 anos para circular o Sol, com afélio de 4 UA (Unidades Astronômicas) e seu periélio de 1,6 UA, perto da órbita do planeta Marte.
O telescópio WISE foi lançado em uma órbita polar ao redor da Terra no dia 14 de dezembro de 2009, com a função de descobrir alguns novos cometas, além de centenas de milhares de asteroides. Os cometas são mais difíceis de encontrar que os asteroides porque eles são muito mais raros no Sistema Solar interno. Considerando que os asteroides viajam ao redor das órbitas de Marte e Júpiter, e a maioria dos cometas possui órbitas alongadas e se localizam na região exterior de nosso Sistema Solar, os asteroides têm uma probabilidade maior de entrarem em órbitas que os trazem perto da trajetória da Terra. Estes astros celestes  podem ser monitorados gerando dados estatísticos de possíveis impactos de grande intensidade sobre nosso planeta.
Os cometas inativos são difíceis de serem observados na luz visível, porém na região infravermelha do espectro serão objetos de busca, e também serão catalogados.
A missão passará os próximos meses analisando dados coletados, cujo primeiro grupo estará disponível ao público no próximo ano, e o catálogo final no ano seguinte. Serão liberadas imagens selecionadas e resultados ao longo da missão.
Mais informação através do link.
Fonte: NASA / JPL (Jet Propulsion Laboratory)