sábado, 18 de dezembro de 2010

Asteroide com aspecto de cometa

Foi anunciado esta semana que o asteroide (596) Scheila apresentou uma coma e cauda! Isto é uma característica de um cometa mascarado como um asteroide.
(596) Scheila_Peter Lake
© Peter Lake (asteroide Scheila)
O cientista Steve Larson do Laboratório Lunar e Planetário (LPL), da Universidade de Arizona, foi o primeioro a reportar imagens do asteroide Scheila mostrando que o objeto pode estar em explosão, propiciando um aumento em brilho de magnitude 14.5 a 13.4.
Havia alguma especulação que poderia ser evidência de um evento de impacto com o asteroide Scheila, mas parece improvável.
Um asteroide descoberto em 1979 e nomedo 1979 OW7, ficou desaparecido durante anos e então foi redescoberto em 1996, e subsequentemente renomeado 1996 N2. Nesta ocasião tinha a presença de uma cauda.
Depois de anos de inatividade o 1996 N2 gerou uma cauda novamente em 2002. Uma colisão entre dois asteroides era bastante improvável para explicar este fenômeno.
Este objeto é agora conhecido por seu nome cometário 133P/Elst-Pizarro, nomeado depois dos dois astrônomos que descobriram a explosão inicial do cometa. A principal causa da perda massa deste astro é devido a sublimação de gelo quando se aproxima do Sol.
Este cometa pertence a classe MBC (Main Belt Comets), um terceiro reservatório de cometas, distinto da nuvem de Oort e do cinturão de Kuiper.
O asteroide Scheila de 113 Km de diâmetro foi descoberto em 21 de fevereiro de 1906 por A. Kopff em Heidelberg.
(596) Scheila_Joseph Brimacombe
© Joseph Brimacombe (asteroide Scheila)
Agora parece que o Scheila é outro cometa MBC que deverá ser acrescentado à amostra, e futuramente poderá ser renomeado como XXXP/Larson ou XXXP/Kopff, onde XXX indica o número da sequência de cometas periódicos.
Fonte:  Universe Today

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Nova exploração do cometa Tempel 1

A sonda Stardust foi originalmente lançada em 7 de fevereiro de 1999, e em 02 de janeiro de 2004, ela fez um histórico e arriscado voo rasante pelo cometa Wild 2 para tirar imagens do núcleo do cometa e capturar amostras.
cometa Wild 2
© NASA (cometa Wild 2)
O material coletado retornou à Terra numa cápsula, chegando aqui em 2006. Em 2007, a NASA decidiu reaproveitar a nave para uma missão de contato com o cometa Tempel 1, onde foi visitado pela missão Deep Impact que produziu uma cratera na superfície do cometa no dia 04 de julho de 2005. O encontro com o  Tempel 1 será no dia 14 de fevereiro de 2011.
cometa Tempel 1
© NASA (cometa Tempel 1)
A próxima missão é denominada Stardust NExT (New Exploration of Tempel 1), cujo logotipo está estampado na imagem a seguir.
Stardust badge.pdf
© NASA (logotipo da missão Stardust NExT)
A observação da cratera com a Stardust NExT proporcionará à Humanidade o primeiro olhar da estrutura interna de um cometa, informação que não só é interessante cientificamente, como vital para a nossa capacidade futura de evitar com que um cometa colida com a Terra. Até o tamanho da cratera pode ser relevante. Esta análise demonstrará as propriedades mecânicas da superfície do cometa e revelará como é que ele reage aos impactos?
Fonte:  Cometas Blog

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O cometa Hartley 2 está chegando!

O cometa periódico Hartley 2, designado oficialmente 103P/Hartley, tem um período orbital de 6,46 anos. Ele foi descoberto por Malcolm Hartley em 1986 no Schmidt Telescope Unit em Siding Spring na Austrália.
cometa Hartley 2
© Byron Bergert – 06/10/10 (cometa Hartley 2)
O cometa passará a 0,12 UA da Terra no dia 20 de outubro de 2010, e passará pelo periélio no dia 28 de outubro de 2010. O cometa passará a uma distância de 17,7 milhões de quilômetros da Terra em 20 de Outubro de 2010, o equivalente a 45 vezes a distância da Terra até a Lua. Durante esse período o cometa poderá ser com auxílio de binóculos como uma estrela difusa de magnitude 5 na constelação de Auriga.
cometa Hartley 2 visto pelo Hubble
© NASA - 25/09/10 (cometa Hartley 2 visto pelo Hubble)
Observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble do cometa 103P/Hartley, em 25 de Setembro de 2010, estão ajudando a planejar o sobrevôo da sonda Deep Impact da missão EPOXI da NASA em 4 de Novembro de 2010. A seguir uma imagem da posição do cometa 103P/Hartley obtida através do software The Sky 6 às 21 hs.
cometa Hartley 2 no céu
© Cometas Blog – 11/10/10 (posição do cometa Hartley 2)
As análises dos novos dados coletados pelo Hubble mostram que o núcleo tem um diâmetro de aproximadamente 1,6 quilômetros, o que está consistente com os cálculos previamente realizados.
O cometa está em um estado altamente ativo à medida que se aproxima do Sol. Os dados do Hubble mostram que a coma está uniforme sem a evidência de jatos como normalmente são observados na maior parte dos cometas da família de Júpiter, da qual o Hartley 2 é membro. A seguir uma imagem do cometa Hartley 2 com a nebulosa NGC 281 (Pacman).
cometa Hartley e nebulosa NGC 281
© Mike Holloway – 02/10/10 (cometa Hartley e nebulosa NGC 281)
Os jatos podem ser produzidos quando a poeira emana de específicas regiões congeladas, enquanto que a maior parte da superfície é coberta com um material parecido com o de um meteorito inerte. Em contraste a isso a atividade do núcleo do Hartley 2 parece ser mais uniformemente distribuída sobre toda a sua superfície, indicando talvez que a superfície seja jovem e ainda não foi coberta.
Os espectrógrafos do Hubble, o Cosmic Origins Spectrograph (COS) e o Space Telescope Imaging Spectrograph (STIS), fornecerão informações da composição química do cometa, especificamente a presença de emissões de monóxido de carbono (CO) e de enxofre diatômico (S2). Essas moléculas tem sido vistas em outros cometas mas não foram identificadas ainda no 103P/Hartley.
Fonte: NASA

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Registro do cometa Halley há 2478 anos

Evento no século V a.C. pode ser o mais antigo registro de visão do cometa Halley. De acordo com documentos da antiguidade, um meteorito caiu no norte da Grécia em algum momento entre os anos de 466 e 468 a.C. Tais documentos descrevem que havia um cometa no céu no momento em que o meteorito caiu.
cometa Halley
© NASA (cometa Halley)
Este cometa seria o Halley, que é visível da Terra a cada 76 anos. O tempo registrado nos documentos corresponde exatamente ao tempo esperado para uma passagem do Halley. O filósofo Daniel Graham e o astrônomo Eric Hintz, ambos da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, compararam as descrições do cometa realizadas pelos gregos com o caminho que o Halley deve ter realizado à época.
Os documentos traziam a informação que o cometa foi visível por 75 dias, acompanhado por ventos e estrelas cadentes. Os pesquisadores descobriram que o cometa provavelmente foi visível por no máximo 82 dias, entre 4 de junho e 25 de agosto de 466 a.C., portanto, as informações coincidem. Neste período, a Terra estava se movendo abaixo da cauda do cometa, portanto realmente poderia haver estrelas cadentes.
Segundo Graham, nada disso prova realmente que era o cometa Halley, porém cometas desse tamanho são raros. Anteriormente, o registro mais antigo de visão do cometa era de astrônomos chineses 240 anos antes de Cristo. Os pesquisadores dizem que este pode ser um momento crucial na história da Astronomia.
Fonte: New Scientist

terça-feira, 25 de maio de 2010

Colisão de um cometa com o Sol

A colisão de um cometa com o Sol foi registrada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA).
Nas imagens divulgadas pela universidade, o cometa atravessa a coroa, camada exterior do Sol com temperaturas acima de 1 milhão de graus Celsius, e evapora na cromosfera, camada interna da atmosfera solar com temperatura de cerca de 100 mil graus Celsius.
© NASA/Universidade da Califórnia (cometa no limbo do Sol)
Usando dados de instrumentos a bordo de uma dupla de sondas denominada Stereo, postas em órbita ao redor do Sol pela Nasa em 2006, os cientistas puderam prever a trajetória, hora e local do impacto. A seguir a imagem mostra o Sol sendo monitorado pelas sondas Stereo; no momento a região escura ainda não pode ser vista por elas.
stereo rotação
© NASA (Stereo monitorando o Sol)
A partir daí, a equipe utilizou o Soho, satélite da Nasa lançado em 1995 para observação do Sol, para capturar as imagens.
Sabe-se que cometas colidem com o Sol com certa frequência, mas as emissões luminosas nas proximidades tornam quase impossível que se vejam esses impactos. "Acreditamos que temos as primeiras imagens de um cometa na cromosfera solar", disse a pesquisadora Claire Raftery, integrante da equipe.
O cometa conseguiu sobreviver ao calor da corona e desapareceu na cromosfera, evaporando sob o calor de 100 mil graus Celsius.
Ele conseguiu aguentar ao calor provavelmente por apresentar em sua composição materiais pesados. O indício de que matéria pesada compunha o cometa veio do tamanho relativamente reduzido de sua cauda: apenas 3 milhões de quilômetros de comprimento.
O cometa faz parte da família Kreutz, grupo de cometas originados da desintegração de um maior e ejetados em 2004 da órbita de Júpiter.
Fonte: Universidade da Califórnia

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sonda Kepler observa a nuvem de Oort

Um novo estudo da sonda Kepler é identificar objetos na nuvem de Oort, um massivo mar de cometas, que se acredita avançar os limites do sistema solar, embora nunca tenham sido observados diretamente. O astrônomo holandês Jan Oort previu a existência dessa nuvem em 1950, como uma maneira de explicar a origem dos cometas que penetram no interior do sistema solar. Existe a hipótese de alguns objetos distantes conhecidos pertencerem à orla mais interna da nuvem, mas a sua verdadeira procedência permanece ainda desconhecida.
nuvem de oort
© Jon Lomberg (concepção artística)
O princípio básico é que um cometa ao passar na frente de uma estrela possa ser revelado à sonda Kepler, apagando uma fração da luz da estrela. Esse método já deu resultados: permitiu avistar cinco planetas nas primeiras semanas após o seu lançamento em 2009 e dezenas de outros foram detectadas ao longo da última década, com essa e outras espaçonaves.
sonda kepler
© NASA/sonda Kepler
No dia 1 de março no Astrophysical Journal Lettters, os astrofísicos Eran Ofek, do California Institute of Technology e Ehud Nakar, da Tel Aviv University, disseram que a sonda Kepler pôde observar mais de 100 eclipses de objetos de sua estrela-alvo na Nuvem de Oort durante três anos e meio em sua missão de busca por exoplanetas. Se Kepler puder detectar eclipses suficientes, Ofek e Nakar propõem a utilização dos dados para restringir observações sobre localização e distribuição da Nuvem de Oort.
Essa não seria a primeira vez que um telescópio espacial seria utilizado para procurar objetos tão distantes no sistema solar. Em dezembro, Ofek e seus colegas encontraram nos arquivos dos dados do telescópio espacial Hubble um eclipse causado por um objeto no cinturão de Kuiper, perto do campo de detritos gelados onde Plutão reside.
Um estudo de 2004 sugeriu que Kepler poderia detectar objetos do cinturão de Kuiper, embora Ofek diga que seus cálculos e de Nakar indicam que isso não irá ocorrer. A linha de visão da espaçonave, em um ângulo bem mais elevado do que o plano orbital dos planetas no sistema solar, tornando mais provável detectar objetos na esférica Nuvem de Oort do que no cinturão de Kuiper, que é mais plano.
Fonte: Scientific American Brasil

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cometa C/2007 Q3 se fragmenta

Um astrônomo amador britânico capturou imagens de um cometa se despedaçando, com ajuda de um telescópio acessado remotamente no Havaí, nos Estados Unidos.
Em seu computador na região britânica de Wiltshire, na Inglaterra, Nick Howes tirou fotos que mostram o núcleo congelado de um cometa dividido. É o cometa C/2007 Q3 (Siding Spring) que foi descoberto por Donna Burton em 2007 no Observatório Siding Spring em New South Wales, Austrália.
 cometa c2007q3 17032010
© Nick Howes (cometa C/2007 Q3 e fragmento em 17/03)
Ele controlou o telescópio remotamente através do Faulkes Telescope Project, um projeto da universidade britânica de Cardiff que permite que pessoas em qualquer parte do mundo acessem o equipamento via internet.
"Isso mostra o que é possível quando astrônomos amadores conseguem pôr às mãos em telescópios tão poderosos", disse Paul Roche, que coordena o projeto.
O projeto foi criado pela faculdade de Física e Astronomia da universidade para ajudar crianças a estudarem ciências. O projeto oferece acesso remoto a telescópios na ilha de Mauí, no Havaí, e no observatório de Siding Spring, na Austrália.
O astrônomo amador Nick Howes observou alteração no tamanho da cauda do cometa entre os dias 15 e 16 de março, conforme imagem a seguir.
 cometa c2007q3 movimento
© Nick Howes (cometa C/2007 Q3 em 15/03 e 16/03)
Com ajuda do telescópio de US$ 10 milhões no Havaí, Nick Howes capturou seis imagens que mostram o pedaço de gelo enorme que se separou do núcleo do cometa C/2007 Q3. Um segundo grupo de imagens obtidas no dia seguinte mostrou que o novo fragmento ainda está seguindo o cometa.
"Como o núcleo do cometa tem geralmente dezenas de quilômetros, o fragmento provavelmente é do tamanho de uma montanha, e vai acabar se tornando um pequeno cometa, na medida em que ele for se separando do cometa que o originou", disse Paul Roche.
Espera-se agora que astrônomos profissionais sigam a descoberta de Howe usando instrumentos como o telescópio espacial Hubble.
"Nós esperamos envolver escolas na observação de cometas nas próximas semanas, para que possamos ver o que acontece com esse novo fragmento", disse Paul Roche.
Ele espera que a descoberta anime outros astrônomos a usarem o telescópio para pesquisa e para ajudar com novas descobertas científicas.
No ano passado, outro astrônomo amador, trabalhando com várias escolas britânicas dentro do Faulkes Telescope Project, descobriu o asteroide com a rotação mais rápida do sistema solar. Mais de 200 escolas britânicas usaram os telescópios do projeto para apoio às aulas.
Fonte: BBC Brasil e Faulkes Telescope Project

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cometa Siding Spring visto pelo “Sábio”

Um elenco diversificado de personagens cósmicos marcou a estreia do novo telescópio Wise (Wide Field Infrared Survey Explorer), lançado pela NASA nos últimos dias de 2009. Um destes astros celestes foi o cometa Siding Spring, cujo rastro de 16 milhões de quilômetros parece uma mancha de pintura vermelha com uma estrela azul.
cometa siding spring
© NASA/WISE (cometa Siding Spring)
O WISE (Sábio, em português) é um telescópio na faixa do infravermelho que ficará circulando em volta da Terra ao longo dos pólos para fazer um mapa completo do universo, detectando galáxias longínquas, estrelas frias demais para que sua luz seja captado com precisão por outros telescópios e até asteroides escuros, escondidos nas profundezas do Sistema Solar, de onde podem surgir repentinamente para se chocar com a Terra.
Fonte: NASA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O telescópio WISE acha seu primeiro cometa

O telescópio WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA descobriu seu primeiro cometa, cuja missão é encontrar milhões de outros objetos durante sua pesquisa contínua do céu em luz infravermelha.
O cometa P/2010 B2, oficialmente nomeado WISE, o sétimo cometa descoberto este ano, é uma massa de poeira e gelo com diâmetro em torno de 2 Km. Provavelmente, foi concebido na mesma época de nosso Sistema Solar, aproximadamente há 4,5 bilhões de anos atrás. O cometa surgiu dos confins gélido do Sistema Solar, sendo atraído pela força gravitacional de Júpiter e penetrando numa órbita mais íntima em torno do Sol. Atualmente, o cometa está a aproximadamente 175 milhões de quilômetros da Terra.
O cometa P/2010 B2 (WISE) está localizado no centro da imagem a seguir.
© NASA (cometa P/2010 B2 – WISE)
O cometa WISE leva 4,7 anos para circular o Sol, com afélio de 4 UA (Unidades Astronômicas) e seu periélio de 1,6 UA, perto da órbita do planeta Marte.
O telescópio WISE foi lançado em uma órbita polar ao redor da Terra no dia 14 de dezembro de 2009, com a função de descobrir alguns novos cometas, além de centenas de milhares de asteroides. Os cometas são mais difíceis de encontrar que os asteroides porque eles são muito mais raros no Sistema Solar interno. Considerando que os asteroides viajam ao redor das órbitas de Marte e Júpiter, e a maioria dos cometas possui órbitas alongadas e se localizam na região exterior de nosso Sistema Solar, os asteroides têm uma probabilidade maior de entrarem em órbitas que os trazem perto da trajetória da Terra. Estes astros celestes  podem ser monitorados gerando dados estatísticos de possíveis impactos de grande intensidade sobre nosso planeta.
Os cometas inativos são difíceis de serem observados na luz visível, porém na região infravermelha do espectro serão objetos de busca, e também serão catalogados.
A missão passará os próximos meses analisando dados coletados, cujo primeiro grupo estará disponível ao público no próximo ano, e o catálogo final no ano seguinte. Serão liberadas imagens selecionadas e resultados ao longo da missão.
Mais informação através do link.
Fonte: NASA / JPL (Jet Propulsion Laboratory)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cometa é capturado pelo Sol

A sonda Observatório Solar e Helioscópico (SOHO, na sigla em inglês), que foi lançada em 1995 para estudar desde o núcleo até a superfície do Sol, além do vento solar, já registrou mais de 1,5 mil cometas. Este cometa rasante, que tem pelo menos 2.000 anos de idade, foi descoberto em 2 de janeiro pelo astrônomo amador Alan Watson, na Austrália, que inspecionava imagens da sonda Stereo, obtidas dia 30 de dezembro de 2009.
Cometas como este são conhecidos como cometas rasantes e são caracterizados por serem pequenos e por descreverem órbitas que os levam muito próximo do Sol. A  imagem a seguir mostra o cometa se aproximando à esquerda, antes de ser de ser capturado pelo Sol.
cometa
© ESA/NASA (SOHO)
Astrônomos acreditam que eles sejam fragmentos de cometas maiores que se partiram há muitos séculos.
A imagem do cometa foi obitida através de um coronógrafo, um equipamento que bloqueia o objeto mais brilhante da imagem (o Sol) gerando um efeito de "eclipse falso" que destaca o cometa da maneira como poderia ser visto a olho nu.
Nenhum dos cometas capturados pela SOHO conseguiu "sobreviver" à sua aproximação do Sol.
Fonte: ESA e NASA

domingo, 29 de novembro de 2009

Água na Lua pode ter vindo de cometas

O mistério da origem da água descoberta na Lua pode em breve ser resolvido. As evidências da missão LCROSS da NASA (a agência espacial americana) sugerem que muita desta foi entregue por cometas em vez de se ter formado à superfície através de uma interação com o vento solar.

cratera cabeus

 © NASA (cratera Cabeus)

Em Outubro, dois objetos colidiram com a Lua - um estágio de foguete e, poucos minutos depois, a própria sonda LCROSS - na cratera Cabeus perto do pólo sul da Lua. A sonda capturou imagens e obteve dados espectográficos do detrito lunar expelido pelo impacto do foguete, descobrindo que continha inequívocos sinais de água.

infravermelho

 © NASA (espectômetro infravermelho)

ultravioleta e visível

 © NASA (espectômetro ultravioleta e visível)

As missões anteriores também tinham descoberto pistas de água lunar mas a sua fonte não era clara. Uma teoria afirma que a água se forma quando os átomos de hidrogênio do vento solar se ligam com os átomos de oxigénio no solo lunar, criando hidróxilo e água.
Mas agora as evidências tendem a favor de uma explicação alternativa - impactos de cometas. Os dados foram discutidos esta semana na reunião do Grupo de Análise de Exploração Lunar, um encontro de 160 cientistas em Houston, Texas, EUA.
A primeira linha de provas vem de compostos que se vaporizam rapidamente, ou voláteis. A LCROSS descobriu sinais espectrais de compostos voláteis contendo carbono e hidrogênio - provavelmente metano e etanol - bem como outros como amônia e dióxido de carbono. "Parece que colidimos numa área muito rica em compostos voláteis," disse Tony Colaprete, cientista principal da LCROSS, numa conferência de imprensa.
Estes compostos, na sua maioria, já deveriam ter sido perdidos para o espaço há bilhões de anos, quando a Lua coalesceu dos detritos de um impacto entre a Terra e um objeto com o tamanho de Marte. A água formada através de uma interação com o vento solar seria por isso relativamente pura - e livre de compostos voláteis.
Mas os cometas, que se pensa serem os responsáveis por muitas das cicatrizes de impacto na Lua, são "bolas de neve suja" que se sabe conterem compostos voláteis como o metano. "Se conseguirmos descobrir a fonte da água da Lua, poderemos entender melhor a história da Lua durante os últimos dois bilhões de anos," diz Larry Taylor da Universidade do Tennessee.
A segunda linha de evidências que aponta para os cometas vem da quantidade de água detectada. Espera-se que o vento solar forme água em quantidades minúsculas, resultando em concentrações não maiores do que 1% do solo lunar.
Os membros da equipe LCROSS estão ainda analisando os dados, mas os cálculos sugerem que a concentração de água é maior. "Os dados são consistentes com um conteúdo total de hidrogênio na ordem de alguns porcentos," disse Colaprete.
Além da ligação com cometas, os elementos voláteis geraram excitação devido ao seu valor como recurso para o voo espacial. Apesar da água ser importante para sobreviver na Lua, é o hidrogênio na água que pode ser usado como combustível para foguetes.
A possibilidade de descobrir compostos como etanol e metano, que podem ser usados diretamente como combustível, torna ainda mais viável a questão econômica do ser humano regressar à Lua. "A LCROSS deu-nos o nosso bilhete de volta à Lua," acrescenta Noah Petro do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA.

Fonte: NASA

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cometa foi lua de Júpiter

Um cometa foi há cerca de 60 anos e durante 12 anos uma lua temporária de Júpiter, anunciaram os astrônomos reunidos no Congresso Europeu de Ciência Planetária em Potsdam na Alemanha.

O cometa 147P/Kushida-Muramatsu se manteve em órbita de Júpiter de 1949 a 1961, segundo uma equipe internacional dirigida por Katsuhito Ohtsuka, do Tokyo Meteor Network, que criou um modelo das trajetórias de 18 cometas suscetíveis de se encontrar temporariamente atuando como satélites do maior planeta do Sistema Solar.

                  júpiter

© ESO (Júpiter) 

Os cometas, pequenos corpos celestes compostos essencialmente de água congelada e rochas, se deslocam em órbitas muito elípticas e a maior parte do tempo a grandes distâncias do Sol.

Os cometas presos temporariamente por Júpiter são abandonados sem nem mesmo conseguir completar uma órbita em torno do planeta, porém há possibilidade de algum cometa capturado realizar esta façanha.

Este cometa conseguiu completar duas revoluções em torno de Júpiter, está entre os cinco que conseguiram realizar ao menos uma órbita e é um dos três que passaram mais tempo em torno do planeta gigante.

"Os resultados de nosso estudo sugerem que os impactos sobre Júpiter e a captura de satélites temporários podem acontecer mais assiduamente do que se pensava até agora", assinalou David Asher, do Armagh Observatory (Reino Unido), que apresentou os dados em Potsdam.

Os asteroides ou cometas podem ser vítimas dos efeitos de maré gerados pela forte gravidade de Júpiter, como ocorreu com o cometa Shoemaker-Levy 9, que se partiu em 21 pedaços sobre a superfície de Júpiter em 1994.

Os rastros de um novo impacto sobre Júpiter, descobertos em julho passado por um astrônomo amador e confirmados pela Nasa (agência espacial norte-americana), podem corresponder a um objeto da mesma categoria deste cometa. O planeta Júpiter funciona como um escudo protetor da Terra.

                     impacto

 © NASA (Júpiter)

Fonte: Agence France-Presse afp